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domingo, 26 de junho de 2011

POETA DA GAFIEIRA




POETA DA GAFIEIRA

O batuque nos fósforos

Retarda lá pelas tantas

A rítmica tropeça

Porque a vista alcança

Rebolado da Negra

O arrepio ouriça os ossos

A alma vira bossa sem pressa

E mistura poesia, desejo, dança.

A caneta é o garçom que empresta

Com fonte no querer vem à escrita

Feita no guardanapo sem elegância

dando sentido a cada suspiro

Romantismo do tempo da “estudantina’’

Escreve em versos e prosa

Seu andar é um teatro de revistas

O bailar dos seios do decote atrevido

Alegria que ilumina a mulher e menina

A graça da negra com suavidade da rosa

Nunca em tantas boemias tivera bela vista

Olha que a noite lhe reserva divinas histórias

Mas nunca remelexo fez dos sonhos, sentidos.

Batidas do coração viraram sinfonias

Guardanapo é o lençol da mulher fogosa

Que hoje enxuga a lagrima da memória

Passaram muitas luas de pandeiro batido

O boêmio não percorre mais pelos bares da vida

A musa o eterniza com sua poesia e relíquia.

SÉRGIO CUMINO




domingo, 19 de junho de 2011

POEIRA CENTELHA DIVINA

POEIRA CENTELHA DIVINA



Onde é a centelha

Que busco antes que tardio?

Onde esta esse vento?

O que nada se assemelha

Sei que é a fonte

Que se torna afluente de alegria

O rio que a vida te espelha

Esta além do espaço?

Subverte a convenção do tempo

Faz me arvore adulta

De ramos abrangentes

Dança com a ventania

Germina a relativa idade

Faz puro que fora mania

Nutre o desejo de crer

A cada revoada leva-me aos céus

Na dialética profunda raiz

Útero da Mãe Terra

Faz valer a divina necessidade

Contempla a possibilidade de ser

Ao sinal dos pássaros cantantes

Pelos anjos de asas florais

Sorvem meu fruto num beijo

Sua poeira é meu semelhante

É o cortejo quântico

Que no momento que sou

Agora não sou mais
 
SÉRGIO CUMINO - O POETA DE AYRÁ

terça-feira, 14 de junho de 2011

ARDOR E MUTAÇÃO

ARDOR E MUTAÇÃ0
Vale o tempo que para
Na compulsão do orgasmo
Nem a tormenta urbana
Sustenta as amarras
Do desnudar dos corpos
A libido que exala
Excitando o marasmo
Ascendendo-a sobre a cama
Erótico conto de fadas
Gozo da alma é o foco
                  É galáxia nossa tara                    
Bocas e suspiros levados
Encanto do desejo carnal
Embriaga o vinho
Saliva do beijo alado
São os quereres que assanha
Os pelos se enaltece
Minha boca vira menino
Meus sentidos transformados
Na abundancia dos seios fartos
Amarrotamos o lençol de linho
Ousar é nossa façanha
Enquanto sirenes soam na radial
Sussurro poemas aos ouvidos
Como um trovador amante
Descobrindo-se no ninho
E fontes de nosso amor
Nossa excitação esta no astral
Assim como a paixão mutante
No sorver, no banho , na cama
Seu mel tem sabor
Entre pernas surgindo
Como a taça celestial
Celebra não ser agora
O que outrora fomos.
SÉRGIO CUMINO



quinta-feira, 9 de junho de 2011

DANÇA DOS NAMORADOS

DANÇA DOS NAMORADOS

Bailar de poros

Volúpia de almas

Na noite calada

Somos, único colo.

Olha magia dos passos

Conduzido pelas palavras

Coreografa o calor

Ritmando abraços

Das linhas das palmas

Que conduz com graça

Toda sedução criada

Com a linha do amor

Sinta a dança namorada

Aquela que o desejo a laça

Trago-a com delicioso ardor

Não há distancia que nos abate

Querer sem fronteiras

Sentir-se amada

Seja aqui ou no acre

Para musica perfeita

Postamo-nos no foco central

Do palco da vida que nos baste

O entorno é penumbra

O mundo que desaparece

Porque em você se vislumbra

A doce mulher que amaste.

SÉRGIO CUMINO





















































quinta-feira, 2 de junho de 2011

Lagrimas do Refugio

                                                                      Salvador Dali
Lagrimas do Refugio
Sofre só, a solidão,
Lagrimas distantes do lar
Uma vida sem direção,
Uma barca a deriva no mar.

A chorar sem rumo certo,
Sua vida uma longa historia
Mas nela não há “castelos” e “princesas”
Sofrimento, desespero e humilhação é seu tema.

Famílias separadas por motivos desumanos,
Filhos aprendem a viver sozinhos
Neste mundo cheio de desventuras,
Onde uma criança vira mãe, e o lixo a comida.

Um problema que parece não ter solução,
Muitos falam.
Mas as suas palavras são em vão,
Igual a uma poeira que desaparece com o vento.

E este mesmo vento atormenta as noites
Frias, quentes, empoeiradas vividas por eles,
Em desertos, em pólos, nas ruas.
Apenas com as roupas do corpo e a esperança na mente.

As estrelas e a lua viram grandes amigas,
Testemunhas de sonhos
E acompanhantes das trajetórias,
Feitas na calada da noite.

Pessoas diferentes, de seus lugares oriundos,
Grandes heróis desconhecidos.
O refugio e a única saída,
Para os andarilhos do mundo.

Carolina Do Nascimento

Série: 8ª B - Nº: 31
Nome: Carolina Do Nascimento
Escola Angelina Maffei Vitta
Minha filha, que faz aniversário 03/06  e
O blog atingindo a marca de 50.000 acessos
Resolvi comemorar junto, com seu aniversário de
quatorze anos. Com o poema da própria Carolina
(que o fez como trabalho escolar)
Sérgio Cumino




quarta-feira, 1 de junho de 2011

SOMBRA DE UMA LOBA

SOMBRA DE UMA LOBA

A sombra que te persegue
É a ilustração do que pensas
Malditas carências
Aquelas pintadas
Pela fuligem da alma
Envelhecida nas marcas
Da existência não vivida
Moldadas em traumas
Perde o amor e suas vivencias
De uma época esquecida
Gume de muitas facas
Diz serem os infernos alheios
Mundo encurrala ao cume
Traços do estigma
Rancor que se engatilha.
Usa seu tempo na guarita
E passos como receios
Legado de sua prudência
Posse do seu ciúme
Ecoa no coração vazio
Lastima de sua dolência
Toda vereda amarga
Perdida em outras matilhas
Outrora internos anseios
Opta ser um cão de guarda
De espirito vil.
A ser loba, por excelência.
Com sua alma no cio.
SÉRGIO CUMINO