O batuque nos fósforos
Retarda lá pelas tantas
A rítmica tropeça
Porque a vista alcança
Rebolado da Negra
O arrepio ouriça os ossos
A alma vira bossa sem pressa
E mistura poesia, desejo, dança.
A caneta é o garçom que empresta
Com fonte no querer vem à escrita
Feita no guardanapo sem elegância
dando sentido a cada suspiro
Romantismo do tempo da “estudantina’’
Escreve em versos e prosa
Seu andar é um teatro de revistas
O bailar dos seios do decote atrevido
Alegria que ilumina a mulher e menina
A graça da negra com suavidade da rosa
Nunca em tantas boemias tivera bela vista
Olha que a noite lhe reserva divinas histórias
Mas nunca remelexo fez dos sonhos, sentidos.
Batidas do coração viraram sinfonias
Guardanapo é o lençol da mulher fogosa
Que hoje enxuga a lagrima da memória
Passaram muitas luas de pandeiro batido
O boêmio não percorre mais pelos bares da vida
A musa o eterniza com sua poesia e relíquia.
SÉRGIO CUMINO