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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

PAIXÃO E SEUS RAIOS



 PAIXÃO E SEUS RAIOS

Arrepia a pele
O sono afasta.
Enlouquece o salutar
E o que importa a verdade
Faz-se dos complexos medonhos
É um sacode a poeira
Para viver o melhor de sua sina
Revolução da fênix com Jaz

Nessa  insônia que te pede
Respira e de um basta
Porque há de embarcar
Inibindo até a vaidade
Na noite que não é mais dono
Nem dos sonhos dessa ribeira
Que lhe banha assim como atiça
É o tudo dentro do Nada

Uma coisa que ferve
Um querer que  cata
Faz io-io com o ar
Ao reconstruir os rombos
Abertos em nossa passagem
Aquecido pelo fogo
Revê uma existência inteira
Que avariam sua estima
Ilumina tudo que é capaz

E que por ela intercede
E chega como  tapa
Que leva a rebolar
No melhor do que somos
Nessa idônea vadiagem
Liberta-se do engodo
Nessa vida derradeira
Desperta o que fascina
Amortecido fugaz
 
Assim interfere
A sensualidade vinga
Abatido de tempos atrás
Pelo estigma que te fere
Respira o novo
Que abranda a soleira
E ter o vale de cima
E a diferença que faz

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

terça-feira, 24 de novembro de 2015

VENTO ME SOPRA



  
VENTO ME SOPRA

Vento atrevido e úmido
Mete-se pela janela,
Faz da cortina, barbatana.
Corta o ar interno
E as linhas da  palma
Transpira na da vida
Penetra seu cortejo
Reflete   em mim
Traduz a sensação
E seus mantras

Vento que trás indultos
A  liberdade que revela
Leque de delicias insanas
 a espíritos ternos
Que abranda a alma
Querer como fisiologia
Esse grito mudo no silencio
Um sonho do não ao sim
Em ondas que não faz questão
O coração canta

Vento e seus mistérios
Sopra. intensa a vela
Envolve-me num transe
Um vôo pelo universo
Profunda leitura dos traumas
E suas aptidões as magias
Ao arquétipo intenso
Num mergulho sem fim
Traz a mão
O que universo manda


Vento que levanta pelos
Confirma o amor que sela
E toda felicidade que banhe
Como a evolução de cada verso
Acalenta-se a flora e fauna
O destino e suas vias
Senti-la por inteiro
Preenche a solidão
E tudo que ela demanda

SERGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ARENAS NOTURNAS



ARENAS NOTURNAS

Quantos pares
Trilhas de sonhos
Cada qual num enredo
Penetra a cor rosa
de dentro do chá
Protegido pelas asas
Passam pelo vale
Sua luz que colore a face
Quantos ares
Cambaleantes Obtusos
E tudo quanto estanhos
E de quanto me atrevo
Junto ao show de néon
Que celebra o outubro
Marcante como o colarinho
De Ramos de Azevedo
Pomposo como uma ribalta
Onde seus pares noturnos
 Contam a pratas
Para chá do pote
Rateio da parangá
É a parada de volta

A banca a toda prosa
A gravata plastron
Ilha dos “parças”
Com devaneios da brisa
Assembleia anárquica
Um assim para cada percebo
Ilustrando a praça
Salda-se a arena de Sófocles
Pelos complexos de Édipo
Aos manos de Barbas
A festa das bruxas
Como redemoinho
Circula sentido horário
A graça e a brasa
Qual pilhéria no anel
É o mistério do painel?
Que a cada retoque
Da-se um novo dito
Independe do plano
Sem pele sem luva
O espírito de Anhangá
Na parede do prédio
Melodrama da viagem
E as lendas sentidas
 O mito que se apresenta
Misturado com larica
Dá-se o choque térmico
E a brisa vira milícia
No enquadro da história
Fica parado não se mexe
Imposição de policia
O que carregam nas mãos?
É a merenda Soldado
Biscoito, recheado
E as Loucuras desse vale
SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

domingo, 1 de novembro de 2015

ALVORADA DOMINICAL



ALVORADA DOMINICAL

Manha e a chuva que cai
e cinematográfica brisa úmida,
Adentra ao quarto
A luz do céu nublado
Acalenta o espírito
Abraça o sonho
Da um sentido a preguiça
E toda vontade da cama

Escutar a água que cai
Nessa manha de domingo
Conduz pensamento
Assim como as vontades
Os brotos de primavera
Fluem como o som
Que celebra a todo gosto
Amanhecer do  cio

Aguça o meu quero mais
Um ritual das possibilidades
Acasala ao sentimento
Do desejo fervendo
Delírios e  viagens
Um vem para cá
Que aqui esta
Aqui a sinto

Seja qual for o cais
E onde estiver sussurrará
Melhor da minha poesia
Que amor é o clímax
A conquista escalada
Assim meus desejos
Sobem pelo corpo
 A comem pouco a pouco

E alem do mais
É desejosa e amada
Como uma loba, uivará
Uma gata, arranhará
Disfarçadamente sua roupa
Quando sentir sua saliva
Descendo por suas partes
Lábio seca e o suspiro molha

Tudo isso não é demais
Não esta louca
Barra vento de desejos
A mente tem lampejos
Onde estiver sente aperto
Chego a ti de algum jeito
A um estreito incerto
Sentira o meu anseio

Como um abraço por trás
Como que perto e inteiro
Com todo meu fogo
Você a mim abrasa
Recolho-me a cama
Encolho-me ao lençol
Para lhe dar um cheiro
Nos sonhos da manha

SERGIO CUMINO –