ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

quinta-feira, 28 de julho de 2016

AFAGOS SUSPIRADOS






AFAGOS SUSPIRADOS

Preciso de você  e o seu afago
De todo seu jeito envolvente
Que me faça suspirar
Esse colo que me acolhe quente
E do fogo que vem do ventre
Que eu guardo, mas não trago.
Olhar que brilha ao meu chegar
Acolha-me com suas pernas
De forma que não largue
Faça do atrevimento, poesia e afago tempero.
Sonhos, viagens, gemidos poentes.
A sua magia a torne amante alada,
com toda dança da ventania de Oyá
Sinuosidade envolvente
No namoro da água e a pedra
A chama e a vela
liturgia das sensações
Preciso que acolha
Elos da mesma corrente
Sedução das células
Chego devagarzinho
Chego manso,
Para ter a pegada que almeja
E tudo aquilo que deseja
Desse homem que acolhe.
Correspondência suprema
Que essa liberdade a eleja
Amada, amante minha Deusa.
SÉRGIO CUMINO – POETA A FLOR & A PELE


 

sábado, 23 de julho de 2016

VENHA & VERÁ



VENHA & VERÁ

Venha arredia,
Chegue louca
Boca seca
Vontade solta
Faça-me sua abadia

Venha suave
Dama perseguida
Desejo a embarca
Cabeça a deriva
O corpo é a nave

Venha felina
Com tudo é delícia
O olhar penetra
Com sonho malícia
Por baixo, por cima.

Venha intensa
Resto é passageiro
Velas dessa barca
Tem vibrações eternas
Pulsam nossa cadencia

Venha ardilosa
Desejos proibidos
cantam a capela
os segredos da libido
saldando-a fogosa

Venha gulosa
Envolvida ao toque
Esculpindo-a bela
Faço da flor bosque
de curvas sinuosas

Venha menina
Boca de mel
Dentro de rendas
Que voarei ao seu céu
Juntos na mesma sina

SÉRGIO CUMINO – POETA FLOR E A PELE

NUS ABARCAMOS





NUS ABARCAMOS

Amo quando meu carinho
Segue o fluxo do bem querer
de forma singela a atinge
e o recebe como um brinde
todas variantes do me ter

E que as mãos arrepiem o corpo
com a suavidade da maresia
Desejo e toda sua conjugação
evolua quente em seu verbo
brisado , amado e absorto

Ternura que a faz desejosa
chega como um sussurro
Todo acalento ao seu universo
atravessa o espaço do respiro
Nasce orgasmo com gozo e prosa

Na nuca sente cócegas, pródigas.
Ancas marcada pelo  estreito
do insinuante abraço apertado
Paixão e seus preceitos  
Assim seja declarada amada

Que me responde com suspiro
somado ao fervor do hálito
 Esquece o mundo lá fora
Dentro de o suave roçar
Nossos corpos abraçam o delírio
SÉRGIO CUMINO – POETA A FLOR E A PELE

quinta-feira, 21 de julho de 2016

POESIA COM DEFICIÊNCIA



 POESIA COM DEFICIÊNCIA
Quão medo quando
O que pede aparece
Assusta tanto quanto
A conjuntura padece
 Cega as possibilidades
Ai se reescreve a sorte
Essa luta pelos meios
Segundo, Pessoa
Não o Com ou sem
A dita Deficiência
Mas o poeta,  que diz:
“A normalidade é uma ilusão
Imbecil e “estéril “
E quando o tédio
O leva ao ócio social
E o que não é normal
Será  poesia
E escrever não deixa
O inseguro nulo
Terá as rimas afirmativas
Desculpe não quero ser rude
Por obséquio não me leve a mal
A palavra aqui suspira
Socorro me leve para hospital
O mergulho inspira a atitude
O reprimido se difunde
Se funde ao revolucionário
É o poeta, cuja carência.
É de transformar a sensibilidade
Numa  linha tênue
Entre poética e cosmo intelectual
Há uma pagina em branco
E o Desejo é o cão guia
Que o leva desequilibrando o fio
Olhar vai alem
Como os aguçados sentidos
De um deficiente visual
Torna-se um ilusionista
Desenhado na  escrita
De possibilidades irrestritas.
Da minha poesia com deficiência
SÉRGIO CUMINO – PcD – pOeSiA  cOm dEfIcIêNcIa
 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

POESIA AFLORA BELA



 POESIA AFLORA  BELA
Entre o bem e mal
Amar-te, é frisson.
E as vontades bárbaras
De uma noite cálida
Aconteça no colchão
As afagadas travessuras
Aconchegadas ao travesseiro
Ancora  sua entrega

Pernas são abas do portal
Vibra um mudo som
E toda graça de sua seara
Tremula boca ávida
Adentra com  paixão
as poéticas luxurias
é penetrar de corpo inteiro
nesse êxtase que se  sela

Amassa o lençol
 Abocanha o tesão
o mundo para
realiza-se atrevida
suas ancas nas mãos
sua vulva telúrica
quando os tesos seios
clímax se revela

a sensibilidade genital
no querer, sou o dom
cintilar  de uma saga
laçar da perna valida
o abraço da lei da atração
toda essa  vontade lúdica
como poesia a leio
nessa fabula do poeta e a bela

Poesia é nosso canal
Pelo seu sorriso sou clown
Seu corpo jardim flora
A boca a pele suplica
Se não percebe o toque da mão
respirações serão as súmulas
 meu colo todo esteio
E a magia se revelará
 
SÉRGIO CUMINO – POETA A FLOR E A PELE

sexta-feira, 15 de julho de 2016

CANDIDATO DIVAGA




       CANDIDATO DIVAGA
O candidato à vaga
Auto Indulgência deparado
A pergunta que não há que cale
Seja o que lá o que  causa ao eleito 
O recesso o deixa apurado
Ao aforismo do disparate
Candidato entrava
Qual seu defeito?
Meu Deus que povo estranho
Invadem sem pedir licença
Interroga sem pegar na mão
O que faz a diferença
Em qualquer conceito
Ser quer sabe meu qual clã
E se ficar sem jeito
Aí passará por uma provação
Candidato em meio à bravata
Um pé na porta
E pega alma defecando
Sabidos que seus atos falhos
O leva para traz
Como consulta no divã
É senha para outro plano
Questão que confidencia ao silencio
O que querem pela vaga almejada?
Classificar minha carência
Metamorfoseará em doença
A mais valia de sua paz
Guiada pelos fios da corporação
Conduzida como ciência
E essa não esta em meu plano
Para imperar meu lado melhor
Será um defeito não confiar em estranhos?
Meu interior é um laboratório
Que busca o intimo equilíbrio
E a intimidade não esta em promoção
 Entre nós há uma lacuna
Para tal especulação
Eufórico  por ser aceito
Sem noção da teia
E que prepara sua tumba
Querem-me resignado
Ao processo causa efeito
Cego, mudo, surdo.
E portador da deficiência alheia
Invadem comportas do peito
Para opressão e o pleito
SÉRGIO CUMINO – PcD – PoEsIa CoM DeFIcIêNcIa

quinta-feira, 14 de julho de 2016

INACESSÍVEL LEVEZA DO SER




INACESSÍVEL LEVEZA DO SER
Supõe que certas impressões
São aberturas as possibilidades
O indicador libertário
´hasta la vista baby´´
A cada dia um conto
A cada beijo uma poesia

Aí um surto de improváveis
Desvirtua as deduções
Abrem palco as calamidades
Sem piso tátil ao calvário
Amplia todo tipo de sede
Fora da zona do absorto

A inconsciência das imperfeições
Frustrações e seus entraves
Cabeça as voltas sem atalho
Duvidas desfila em redes
Falta calma a esse moço
Dores da sinestesia 

Envolto a perdas irreparáveis
por conta das projeções
sem saber o que lhe cabe
nessa zona vulnerável
sentir-se impotente
entre desejo e o colosso

A dialética da moção
Em torno da ilha
voltas descartáveis
Escrúpulos sem noção
até implodir a catarse
Presa entre os dentes

Essa equidade inalcançável
Ao cidadão que nasce torto
E sem  guia nesse mundo cão
Eles codificam sua sina
Ignorando seu olhar ao viável
Afirmativa só no bordão


SÉRGIO CUMINO – PcD POESIA COM DEFICIÊNCIA

sábado, 9 de julho de 2016

TABLADO D’ALMA




TABLADO D’ALMA 
 A formidável dialética
Do desejo e obstáculo
Desenha o amor
Conduz ao medo
 Nasce um espetáculo
E aquilo que te falta
e profere a catarse
e outros pontos no enredo
Surpreende espectador
assim quando o novo
toma cena de assalto
Por fim cresce
Hora  padece
Vai do esplendor
ao fim que a fé levou
Não precisa ser nessa ordem
Os opostos se atraem
Mesmo que nosso inferno
Seja o outro
Tudo muda depois da queda
Ainda acha pouco
Para o drama alcançar
E o provocar também vale
Acoplado do misturado
Pode o que não pode
Em movimento ondular
Dependendo da fase
Quando não se sabe
É morto ou trocando de pele?
SERGIO CUMINO – PcD – Poesia com Deficiência