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terça-feira, 9 de outubro de 2018

VENTO SEDUZ A NOITE


VENTO SEDUZ A NOITE

 Vento entra pela janela
Para dar o ar da graça
Por cada pelo que passa
Retribui com bailado
o deixa deveras ouriçado
também pudera
ela acaba de ser amada
E embarca nessa aragem
O amor e seus mistérios
atinja eternas paragens
Aura que canta bela
Sussurra sons tântricos
Ao pé do ouvido
Cânticos misturados
Divino com gemidos
Do hálito amado
Retribui com suspiros
Encontro dos sopros
 Deliciosamente profano
Como leque mágico
Uma onomatopaica cantiga
De repentes e espasmos
E a manhosa fadiga
Abre-se felina à brisa
Pele dengosa e lisa
Faz-se luz consagrada
Sem tempo e espaço
Só entrega de alma
 tem em si o sagrado
ofegar seus desejos
recebe  os ventos
como delicioso gozo

SÉRGIO CUMINO – POETA A FLOR E A PELE

domingo, 7 de outubro de 2018

O CORPO É MEU!


O CORPO É MEU!

Corpo é meu!  Mando eu!
Não o tire de mim
Como troféu do seu ego
Proselitismo do seu pleito
Intransigência no apogeu

Não sei o que aqui perdeu
Do inicio ao fim
De como o recebo e entrego
Dialogo é meu por direito
Agora diz que me rendeu

O olhar que é seu
Não corresponde a mim
Se há vezes que não me enxergo
Nem quem sou, me desconheço
Pela cicatrizes que me prendeu

Quem pensa que é fariseu 
Com seu bafo em latim
Não é a você que delego
Onde amamenta meu peito
Nem que passos o pé deu

O mergulho que faz ser eu
È isso que acha ruim
O que vislumbro emprego
Com um novo jeito
Que nunca atreveu

Além do que julgas plebeu
Sou universo em si
Além de tudo que renego
Não corresponde ao centro
    A probabilidade que Deus me deu


Carne fraca, pastor orientou
Cônscia da terra desse jardim
Corpo e alma é meu castelo
Comunhão e encantamento
A que pulsa aqui fortaleceu


Essa premissa não vingou
Sua força vai alem de mim
Essa coisa de pele seu fedelho
Não cabe seu julgo nem despeito
A minha é forte, sempre e venceu

SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA