VENTO SEDUZ A NOITE
Para dar o ar da graça
Por cada pelo que passa
Retribui com bailado
o deixa deveras ouriçado
também pudera
ela acaba de ser amada
E embarca nessa aragem
O amor e seus mistérios
atinja eternas paragens
Aura que canta bela
Sussurra sons tântricos
Ao pé do ouvido
Cânticos misturados
Divino com gemidos
Do hálito amado
Retribui com suspiros
Encontro dos sopros
Deliciosamente profano
Como leque mágico
Uma onomatopaica cantiga
De repentes e espasmos
E a manhosa fadiga
Abre-se felina à brisa
Pele dengosa e lisa
Faz-se luz consagrada
Sem tempo e espaço
Só entrega de alma
tem em si o sagrado
ofegar seus desejos
recebe os ventos
como delicioso gozo
SÉRGIO CUMINO – POETA A
FLOR E A PELE