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sábado, 19 de outubro de 2019

DESPATRIADOS DO BERÇO


DESPATRIADOS DO BERÇO

Um teto a deriva
pelas ruas da cidade
são filhos da nação
Agarrado a casa que canoa
a sobra de teto haverá dignidade
Molhada como promessa que molho
No meio de todos no meio do nada
A deriva numa depressão vasta
e quando mira os olhos
a avistar a varanda da moradia
Percebe-se que lhe roubaram horizontes
Anda-se em circulo
Nesse mar de olhares confusos
Que não o vêem nem são vistos
 Constatam nada é como antes
Vivemos num tempo perdido
Sem perspectiva de ser achado
Conseqüência do inacessível
Da mobilidade estática
Nosso DNA esta no lixo
Assim como o lixo em nossas veias
Os traumas pairam como obsessões
Dão a alguns a condução do ódio
O que constitui a lei dos favorecidos
Dão a outros a penitencia
Que agita as marés de incertezas
Fragiliza a vitima do homofóbico
o bem me quer mau me quer
da roleta do feminicídio
cuja a preferência é cor preta
essas são as primazias
da genealogia da moral
 uns delegam outros se incriminam
como um auto ajuste da balança
adapta o preciso a que precisa
fazendo do cá armadilha do acolá
não importar os meios e quantos falecidos
sua chave estará no molho do estado
quando o justo não é compartilhado
aguça a curiosidade coletiva
aos noticiários de policia
qual será esquina escolhida?
Certo que num desses portos
                                              Perto do bar que afogou magoas
encontrará a depressão estendida
E fora dos anais das estatísticas
Estarão as cápsulas autorizadas
e a barca a fé e vela
desprezada pela falsa prudência
de condolências divinas
como manto separatista
de ser confundida ou envolvida
equivoco da corrompida
por que a todo momento
indícios de sermos filhos
nesse berço de fome a próxima vitima
dessa cidade de dissimuladas filas
E o publico em infortúnio Desalento
Insere seu ser  tóxico a rua publica
Subtraindo os direitos humanos
Abandonada sem diretrizes
Higienizada por pesticidas urbanos
Formulados em gabinetes
Barbárie assume o descontrole
Produzem a retórica aos pobres
Com embargo proselitismo
Que são nobres  despatriados   
e dormirão sob marquises nacionais

SÉRGIO CUMINO – Poetiza-se na Cultura da Paz

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

DESTILADO NO ESPELHO

DESTILADO NO ESPELHO

Há um tropeço da razão
Do bom senso coletivo
Continência a desinteligência
 bandeira  patriarcal
Onde não há ternura
Nesse mundo perdido
Esperança no feminino
Desfigura o homem
Que abraça mastro
atravessa o fígado
do corpo que não lhe pertence
portanto não é capaz
e não vê alem do umbigo
Nem quando coça o saco
  atribuem ao descaso
simplifica bílis
e a fenda marcada
Comportamento temporário
Desculpa de cada luto
De cada morte diária
Cita algumas fabulas
Que supõe que Deus validará
Indeferida a ilusão divina
 a tempo é questão de estado
Sinais esfumaçados pelos sonhos
A cabeça da mulher no prato
e a explosão por temporão
Leva inimaginável extremo
Que estoura o copo
De ódio destilado
 misógino estrutural
São os  horrores de ocasião
Que de resto de bom trato
Como se rompesse o destino
A fúria em primeiro ato
As trincas são grafias do espelho
Imagina-se fraturas internas
Aquelas La no fundo da vergonha
Performance débil do Macho
Que da para imaginar
Já a alma duas medidas dois pesos
A esquizofrenia do desejo
De querer se apropriar
Na mesma proporção dispensar
Em cima do formigueiro

SÉRGIO CUMINO -  Poetiza-se da Cultura da Paz

domingo, 13 de outubro de 2019

TEMPO SISTÊMICO

TEMPO SISTÊMICO

Alinha o dia a dia
acompanhado pelo tempo
Amigo de passa tempo
E as horas passam de uma forma
Que perdemos nosso tempo
E em tempos modernos
Tempos são difíceis
Hora penso que esta
na cadencia de cada passo
 da musicalidade intima
como a tempo não faço
quase um tempo esquecido
passaram-se muito tempo
há uma vaga lembrança
que ainda fica
esperando um dia ir buscar
o tempo não apertava
como o relógio do sistema
o tempo não é objeto
mas é muito usado
 o tempo me persegue
por  cronômetros alheios
os tempos não são fáceis
 o contratempo são oprimidos
que sentem o fardo do tempo
mas tem os tempos raros
esses não se arrastam
 envelhecidos em barril de carvalho
quanto mais passa o tempo
mais percebemos o quão belos
momento único seu melhor tempo
 quando encontramos o graal
nessa temporada de algoritmos
perde-se num atalho sem sinal
e transgride o tempo
com seu existencial  atraso
grifados na linha do tempo
o amor que lançou no espaço
num amalgama constelar
que lhe tira noção do tempo
memória de tempos perdidos
há os que não perdem tempo
que roubam o seu tempo
com propaganda de massas
o tempo é tudo e nada
o tempo é ar,terra, água,fogo
o tempo é Orixá
com todas as benções do transe
e os atrevimentos das transas
o tempo não é capacho do sistema
que a tempos nos hipnotizam
sem darmos conta que o tempo levou
e tudo que representa
e como me determino para ele
que testemunha cada dia que morremos
e todo tempo tem seu luto
e quanto há luta pela vida perdida no tempo
esta determinado o período
que renega-se a fé
estação que vivemos sem ela
já os asfixiados não há tempo
para a morte não tem tempo certo
o sorriso se abre ao tempo
quando aprendemos o tempo infinito
e a importância do tempo ao tempo

            SÉRGIO CUMINO – Poetiza-se na Cultura da Paz

sábado, 12 de outubro de 2019

A PLATAFORMA DO CONTRA


A PLATAFORMA DO CONTRA

A plataforma do contra
Pauta-se apenas
Em ser absolutamente contra
O “porque” irrelevante
O contra sabe que é assim
É o paladino da negação
O deus das trevas
Quando o referido
É o Estado de Direito
Guilhotina arestas
Da sua moral imaginária
Um cabaré intolerante
segue o punho do cafetão
É o que diz que sim
E o que diz que não
Conforme julga ser de bem
   Convém adaptar a bíblia
Numa dosagem alta de ópio
Antílopes inconciliáveis
Invalida qualquer mediação
Condecorado entre os chatos
Tolo em auto-estima
O contra não é o opositor
Que assinala a literatura
Diferente não é negativo
Que os contrários se atraem
Antagônicas vêem distintos
E se compreende  no outro
Que deveria vir em si mesmo
O consenso só diverge
Quais trilhas de escolha
Cada qual no que é capaz
Para pensar o futuro
Conforme dito
Não é o opositor
O contra é difusor  do ódio
Os do contra negam a raiz
Qualquer concepção ancestral
Tem um déficit de empatia
Mais patético do que cético
Que ameaça a Cultura da Paz
Há aqueles que não o percebem
 súbita mudanças nas ondas, sentem
é um ser que não passa despercebido
ele ultrapassa o egoísmo
Absoluto e sem senso ético
assume dono da pauta
Exala um cinismo tóxico
No sorriso de canto de boca
É executivo, legislativo e judiciário
Tudo constituído no senhor Contra
Que dispensa analises
O seu inferno são os outros
o contra se entrona
Como Torquemada da situação
Aí é o perigo constituído
Porque o contra teme a morte
Que os persegue nas sombras
Que cria nos embate de energias
A camuflagem reacionária
Não suportar bem do outro.

SÉRGIO CUMINO, Poetiza-se na Cultura da Paz

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

ARAUTOS DO SILENCIO


ARAUTOS DO SILENCIO

Precisei limpar a sala do silencio
Esta dentro um pandemônio
Passo pano umedecido em lagrimas
a paciência penou para achar a calma
foi sem sucesso na galeria dos traumas
é em si uma encruzilhada
no centros dos medos ali guardados
os ignorados pareciam mobilizados
haviam os que gritam, em ansiedade
outros verborrágicos frustrados
além da tribo de apaixonados
o que temia aqueles que rangiam
e cultuam a gloria de seus ódios
se procurar algum amor perdido
no baú de Venus será encontrado
a reflexão se submergiram nas pausas
pelas duvidas da paixão
provocadas pelos que esperam Godo
e toda a relatividade do tempo
constatando meus planos de vôo
onde a alma foi sozinha
e poder sonhar o impossível
auto confinamento é antídoto
não o pretexto de sua resenha
nem devia prosear contigo
estou procurando assunto
para não me encarar.
O cômodo ainda é incomodo
Para que quero me resguardar
Extinguirá balburdias externa
Para identificar as interiores
Que arrastam e esquivam
Dos infernos e suas culpas
Talvez o ruído das correntes
Que conduz a mente como guizo
Esta ali para nunca esquecermos
Lembrar ativará o resistir
Como obra emancipada
Quando chegar La no fundo
Do silencio onde só consegue
Ouvir seus batimentos
Será o próprio que se encontrará
Vera que contigo guardado
Liberdade não desprenderá do indigesto
de inicio depara com  seu duplo
respira marolas mínimas
profundeza da escuta ativa
receba o informado de cuia vazia
e a sabedoria se encarregar do resto
recria o dito em novo pensar
para ser a retórica emudece
eloquência em que se cala
na empoderada empatia
de sua jornada com a paz

SÉRGIO CUMINO – Poetiza-se na Cultura da Paz

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

DOENTE CONTINENTE

 DOENTE CONTINENTE

Que deixamos de precaver
Avaliar os pontos estimados
Aqueles jamais suspeitados
Deste corpo continente
Ignorando a ordem planetária
Camuflado em nuvem de fumaça
Não importa a ferida exposta
Que se expande como pólvora
Desmatada, queimada e na bala
Somos parte dessa pulverização
Antibiótico no diagnóstico errado
E perde sua força regenerativa
E passa a ter ossos de vidro
Que se solta em lascas
Na fricção das articulações
Escorre pelo ralo a soberania
A ponto dos entraves
Sem o óleo negro das juntas
Precária compulsão a minerais
Torna o estado um mercado
O pensar em expectativa de vida
Sob os danos e ameaças dos indicativos
Químicos e radioativo no fluxo sanguíneo
Que outrora era o curso das águas
Por hora de dejetos espumantes
Vindo dos desejos governantes
De desmandos indigestos
Na base da pirâmide somos descarte
A ilusão deixemos  as expectativas
Mudança climática é mau sintoma
O efeito estufa não respira esperança
Por conta dos dióxidos e seus sócios
Que se espalham como correntes fascistas
Atolamos naqueles do contra
Nova perspectiva de como tudo é
Devaneios da miséria atormentam a mente
Para não identificar o oponente
Mecenas do mundo desigual
Quando a medicina não tem saúde
joga indigência à higienização
Muda-se a vitrine da estética da fome
Afinal o que era médio tornou ralé
Mantém a empáfia do emergente
E a vaidade suscetível morre sem ar
Falece com desenvolvimento insustentável
O que ainda torna tudo improvável
Na fé e luta a cura possível
Virá dos conhecimentos divergentes
De uma revolução molecular

SÉRGIO CUMINO – Poetiza-se na Cultura da Paz