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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

SUSSURROS A CAPELA



SUSSURROS A CAPELA

Quantas formas se revelam
Através desse poema vivido
Que caminha por  veredas
De um  querer excepcional
cresce por um amor regido
pautas, parágrafos, capítulos
e o clímax de cada episodio
que faz do ódio da herança
imprimido pelas mazelas
em paz de novas esperanças
e passamos juntos cada prova
que nos é imposto como desafio
soltamos o lamento no tempo
sabemos  independe do desatino
somos novos em cada ciclo
 rebelamo-nos apaixonados
acordamos ao mesmo tempo
todos desejos íntimos
e a vontade que trançam pernas
com rubor me torna menino
com graça se revela mulher
e  o lúdico conduz a paixão
a desmontar as couraças
soltamos suspiros alados
lado a lado, colados
meu peito torna aconchego
e sussurros a capela
adequamos o roçar dos corpos
a coreografia repleta
ousamos, experimentamos
conjugamos verbo amar
La fora tudo vira quirela
E vemos que nossa fábula  
Até mesmo as novenas
Valeram a pena
Porque o espírito irrestrito
Poetiza nossas almas
De mãos dadas seguimos
Em compassos de toda ordem
Entre passos e laços
Presenteados a cada faze
Novo transforma o conjunto
Assim construímos nosso mundo

SÉRGIO CUMINO -  Poetiza-se na Cultura da Paz

domingo, 25 de agosto de 2019

INGRESSO É CONSTELAR


INGRESSO É CONSTELAR

Despertemos dessa nulidade
Que deprecia toda estima
resgata o mapa dos sonhos
Lá onde encontra seu tesouro
Claridade do sol e poesia das flores
E a dança da flora e fauna
sob a musica dos rios
Arranjos nos esvoaçar
dos pássaros e das nuvens
que passam em silencio
ardil ao capacitismo
para fantasiar suas formas
Chegou a hora, de encarar
 E sair dessa gaiola
Identificar as arapucas
Dissimuladas nas rotinas
Angustia se faz notar
Que o corpo social
epidemia emocional
que outrora espera
hoje sua cancela
acenda cigarro sem marca
tanto quanto se submete
até que fura e rasga
foge em plasma
não contenha o facho
a oportunidade cadente
e ornamenta seus desejos
obstrui seus tormentos
tempestades em marola
ilumine-se sem formas
essa resenha com a vida
ser o esclarecer da aldeia
vislumbrar a criança
a toda espécie humana
nunca como negocio
fere a alma do educador.
 sistêmico no  olhar
faz o amor constelar
dando sentido ao sentir
Plenitude do incremento
A bioenergética abraça
As novas visões do que opõe
E tudo que se completam
Onde se instala o perigo
E exigências do sacrifício
A tirar algemas da alma
E sorrir o sorriso nato
Não as nuances de suas estimas
Galerias  comportam cada porta
O que importa a quem reporta
Subverte o portar padrão.
Saberá qual  portal a
Que aporta na constelação.

SÉRGIO CUMINO – POETIZE-SE NA CULTURA DA PAZ

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

CAMUFLARAM


CAMUFLARAM


A peste que adoeceu a vida
No arcabouço do corpo social
Monitorizou sua emoção
Com as oscilações monetárias   
E irracionalidade política
Associados da supressão
Suspeita que algo vai mal
Acolhimento da perfeita lógica
Sistema desigual de conta exata
Subjuga o orgasmo
E o atribui ao carma
Vai de Pátria a Pária
em tons noturno de cinza
os ventos pintam ares
Em Luto a natureza morta
Evasivos ao primordial
Tolher do Suprimento
Do justo e discernimento
Pelas iguarias do capital
Tragédia preparada no bafo
As milícias temperam os crimes
E o que for a custa das misérias
Tudo junto e contaminado
No quadro do mesmo escândalo
Expostos na galeria do fatos
E suas resenhas do absurdo
Lamúria fonética  estruturada
Como  berrante que conduz o gado
O mais devastador da peste
Tornar ciente que adoece a espécie  
Gera uma erupção cognitiva
Leva órgãos a paralisia
Convocada o agrave geral
Para que não se consolide greve
Deguste aquele  respirar
A vida vivida
 Exageram na mais valia
a indulgencia asfixiam
destrutiva vida anulada.

SÉRGIO CUMINO – POETIZE-SE À CULTURA DA PAZ

LIBERTE-SE


LIBERTE-SE

Onde esta a saída?
Sou grato ao inimigo
De tanto me sentir afrontado
Aprendi estratégias de convívio
A política de boa vizinhança
Mesmo se tiver babas acidas
Na fala do adjacente

Onde esta a saída?
Depois de tantas voltas
Tenho um choro
para cada ciclo da lua
varias duvidas
para cada esquina de rua
uma gíria para cada chegado

Onde esta a saída?
Na arte busco o retrato
Na estética a luz e contrario
Uma resenha para cada relato
A música ondula o drama
Há o rodeio a cada cena
Hoje cavaleiro amanhã escudeiro

Onde esta a saída?
Se eu não sei o que procuro
Quer-se a bolha que pertenço
Que algoritmo faz meu rumo
O portal que não me aproximo
O passo que deixo suspenso
Sou lado de dentro do muro

Onde esta a saída?
Como louco me incriminam
O ser e seu duplo
Por tudo aquilo que me culpo
Ou que me induzem culpado
a bússola da intuição indica
passeio que os pés resistam

Onde esta a saída?
sou prisioneiro de mim
sorrio quando filmado
a sinto nos sentidos
ultrapassá-la parece insano
senso precipitados
no limite das cortinas

Onde esta a saída?
Não a sinto dessa armadura
Não há respeito na ignorância
E prega o ódio a vida
Inserido na nostalgia
Muda  chave da resistência
Ao mundo de possibilidades

SÉRGIO CUMINO -  POESIA DA CULTURA DA PAZ 

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

TAMANDUÁ CRUCIFICADO


foto: Araquém Alcântara

TAMANDUÁ CRUCIFICADO

Nos ardores da impunidade
desespero  do Tamanduá Bandeira
vê em risco sua sobrevivência
a queimada rouba sua visão
a fúria guiada por seu instinto
faz da lente de Araquém
a resistência e sua flâmula
a monstruosidade dessas chamas
do capital selvagem
nos chamam a que esta por vir
o desespero de sua fuga
chega aos centros como névoa escura
Um grito em forma de fuligem
Para asfixiar a inércia coletiva
Com a cegueira em foco
Violência a natureza pura
Nasce a foto entalada
Desabafo da imagem a multidão
 Para que se abram os olhos
Em meio a escuridão
De braços abertos
Defende-se da crucificação
nas chamas do descaso
Roga aos ventos
Que fale aos quatro cantos
A chegada da era da devastação
E a culpa em nossos pulmões
Lamenta a perda do seu chão
Água límpida que virou mercúrio
Arauto de nossa fauna
As lagrimas de nossa flora
Matam a mata por mamata
Que não bastava ser vendida
Por serem pautas desse conluio
De ganância e exploração
Araquém Alcântara
Criador de imagem que canta
Hoje essa chora
Pela floresta acabada
A  ruína de  Gaya em brasas
Fogueira do berço esplêndido.

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

BRADOS DA CAVERNA

BRADOS DA CAVERNA
O mandatário fundamentalista
Que faz a pasta do Estado
Foice ao respeito laico
Birrento aos gêneros
A cegueira uma crença
a ignorância é uma bênção
Integras a fé da ganância
Adultério versos  corrupção
Nem tudo a bandeira flama
Apoiadores de prontidão
Em bestiais vigílias
Ao proselitismo que diz
Intolerância seu premio
nos atos desse drama
do projeto da Besta
Império da execução
Esta no cerne da família
Além do bem e do mal
Mesmo sem cabimento
Detentores da servidão
Do rombo estadista
Ele amigo do juiz
Sócios na cobiça
Ilude  estar na bíblia
Onde coloca o dedo
Mantidos princípios
Assados nesse forno
servi-lhes de suprimento
Sente ser o que quiseres
no colchão da mentira
A viver fugaz ilusão
crê  verdade nessa trama
Daqueles que dão as cartas
ao invés da pregação
exaltar a liberdade
moderna chibata
abonam divindade ao medo
tolhida por essa lamina
não consta em  atas
da nebulosa negociação,
faz da lei lucro ideal
enfraquece as moléculas
desse corpo sem fibra
não sente os efeitos
orgulho de ser escravo
dão bravo ao seu deboche
cerceado cativeiro moral
acomodado ao absurdo
despercebido supremo fantoche
fora da ordem estabelecida
dentro do útero da caverna
moradia das certezas
Zona de covarde
É o conforto  abate
suscetível ao irreal
procurador parece encontrado
esse povo alienado
Núncio dessa baderna

SÉRGIO CUMINO – Observatório 803

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

MACHO INTIMIDADO



MACHO INTIMIDADO

Intimida a sumula autoridade
Do macho contrariado
Adverte como lhe falta
Cada tal com sua toga
Acatamento quando ralha
E o bruto se adona
Daquela que deveria amar
A luz fonte dessa fêmea
Projeta as sombras
Do espectro do cerceamento
E medos que o resguardam
a punira nas pausas ocultas
pelos encantos que lhe faltam
e com verdades  assustas
se vale da mancha do dolo
Ameaça como se registradas
E outorgadas em  súmulas
Da sua conveniência moral
O amor o encara como Aviso
O desmonte olhar patriarcal
Entre a flor e a foice
Escolhe o vinco que rompe
O doar-se subjetiva Chantagem
E a demência seja um principio
Assim que deserda o cognitivo
o sorriso torna ultimato
na concepção dos seus mitos
Impõe sua espada fálica
Em seu embate covarde
Para que detenha essa Bravata
E lhe sentencia pela fanfarrice
E celebrará sua posse.
E o tempo de validade.

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

ESGANADURA DA JUSTIÇA


ESGANADURA DA JUSTIÇA

Quanta prata do capital
Esta trançada na corda
transborda ilegalidade
e outros colos conforta
com brilho da jóia
validada na bolsa
esfumaça a tramóia
singulariza valores
cada investidor cordial
cinismo da toga
Mecenas da festa
forca de muitas tramas
da família de bem
e bancada da bala
e se não for da lista
de hordas alienadas
e sua massa tóxica
restrita fundamentalista
sinfonia da arrogância
amarela, paralela
batendo panela
arranjo paradoxal
bradam três vivas
pela condenada justiça
sentença da canalha
a reverencia e  servidão
constituição violada
jogada no canal
córrego de esgoto
de  babas sádicas
e o povo ali desprezado
sabe onde a corda aperta
que corta civilização
pôr duvida a  convicção
a era da entrega
sem liberdade
sequer de expressão
seja qual for supremo
Mata-se a velha visão
Alimentava a ilusão
Do que é ser justo
Agora enganado
Não vê pertencer
A outra nação
Atentos a um sinal
e presencia cair
justiça e soberania
Pelo opressor alçapão

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

terça-feira, 6 de agosto de 2019

JAZ MULHER

JAZ MULHER

Dar-se  semblante feliz
Como flor de lís
Dos jardins ou cortiço
Seja dama de Caras
Ou Diva com marcas
Iludidas as faces

É, sobretudo mulher
Etnia estigmatizada
Leite da mãe preta
As que vivem conto de fadas
Dolo de quem se acha dono
Abolia desequilibradas

Fêmea se vendeu barato
Recebe  sem receio
Amostra grátis do homem
frasco  terno e amarrado
entranhas do comando
a faz posse do alheio

O que pensava amor
Era um gozo postiço
O resto a subserviência
Modelo patriarcal
Afago do sexo frágil
coagir  parece oficio

Que aboli  equidade
o sonho de donzela
temor nos gestos
da senhora da retração
seu olhar parado
Em toda diversidade

anseios mutilados
mulher de natureza morta
que consolam o coração
é cantiga de missa
a luz e suas sombras
e a rua  o corpo jogado

cumbuca sem a colher
em meios pontos cardeais
descarte da ignorância
entorno arena da encruzilhada
daqueles que farejam trágico
e o que julgam àquela mulher

ao fim do precipício
lamentam morte anunciada
Porque mataram a mulher?
E a opinião dos vividos,
“porque era mulher”
A fragrância do feminicídio

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803