DELÍRIOS FLECHADOS
Amor e o ilógico
Tímido
e ousado
os
dois lados
do
mesmo querer
misturam-se
as
almas e seus vastos
No
ajuntado do tempo
ardiloso
e parado
torna-se comedido
Comendo
sentidos
Centímetros
e células
Para
início do lastro
Amor
antropofágico
do poeta atrevido
Saboreia minúcias
no frio do estômago
do conjunto da loba
do aconchego da dama
Capciosa me chama
A sua rede a sua cama
com uma colcha de
letras
cria-se palavras como flechas
Adentra o âmago
Ascende a chama
Abraçados como cápsulas
Declamada ao ouvido
Atrevidas
onomatopaicas
Frases sem sentidos
que dialogam com a
libido
Ah ! Como falam ! Todas
juntas
E me chegam como
gemido
pelos quais eu divago
Aos pelos que
levantam
com sua beleza nua,
mistérios e seu
algo mais
e sente o fervor da
suavidade
esplendor da
espiritualidade
e toda filosofia vã
que a faz performance
na sinuosidade mágica
de um rebolado felino
como uma pantera xamã
banhando-se de lua
Sussurros a capela
meu instrumento a
pino
e pulsa na compressão
do sino
um enquadramento
cinematográfico
da luz do estado
sensual
desse abraço
apaixonado
e o gozo no molhado
busco em mim, meu
melhor
supero-me para ama-la
E me extrapolo para o
viver
expressando no olhar
do meu sorriso amado
SÉRGIO CUMINO –
POETA, FLOR E A PELE