CONDOLÊNCIAS DA INTOLERÂNCIA
Aí o ajuste suprime o sujeito
As aguas do principio histórico
Corredeiras da evolução
Ventos que norteiam a sina
de todo encargo equivalente
O espírito entregue ao
ardil
Oprime a voz do peito
A busca vira anseio melancólico
Preme o desejo de libertação
Envenena o conceito de utopia
Por meios de vontades afluentes
Sucumbe a graça do poder vil
Vestem-nos em togas sem fecho
ao estilo neocolonial bucólico
Renega a roupa de ração
Leva a tradição ao fio do extinto
Fios sagrados, dizem pingentes.
Chamam Orixás de mal aferido
Benesse e maldiçoes como feito
Deixa o poder astral insólito
Regulada com sutil abolição
Forjam a aparição do instinto
Acudidos ao quem cala consente
Sermos o pé-de-altar conferido
Mas o sangue segue o leito
Abdicar o ancestral, nosso espólio.
Inclemência talhada à depressão
Sobre a benção do heril vigente
Modera a fé que avalia decente
SÉRGIO CUMINO – POETÁ DE AYRÁ