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quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O LUTO DAS VOZES

O LUTO DAS VOZES 

Na calada da angústia 

Onde as estrelas da noite 

Se misturam com as pirotecnia 

De um genocídio nefasto

Vozes emudece no front

Eram ondas, eram Pontes 

 a realidade a outros encontros 

Indignação e crueldade 

no nosso mundo

Relato em tempo real 

Vozes que vão a campo 

E morrem no solo

No colo da agonia 

Mulheres, crianças e outros tantos

Que roga por uma gota de vida

Nessa corredeira de sangue

Entre a fumaça de pólvora e poeira

Último suspiro do fone 

Foi o lamento da microfonia

Nos afogam com a voz embargada

 esperanças decepadas de Gaza

A compaixão na vida e na morte

É a chama do seu íntimo, repórter

Até as pedras ficaram órfãos 

Das casas, hospitais e mesquitas

E as escaladas nos tiraram o arauto

tantas mazelas que nos contou

 sua fonte está em loco, no front 

Tragédias de bastidores

Testemunhando a sombra do terror 

Seu obituário é manchete de capa 

A denúncia do mundo desumano.

 Deixou os editoriais de luto. 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 


terça-feira, 12 de agosto de 2025

LAPSO

LAPSO 

A certeza sofreu uma tocaia

Soube de fonte insegura 

Quando jurava está tudo certo

 instantes de tocar o assoalho 

Já não tinha mais jogo de cintura 

Era uma inflamação moral 

Que percorre a coluna vertebral

Balbucio , era o estômago 

que pressentia a falta de algo

-Sequestraram os afetos 

E tudo que tem de precioso e terno

Estava fora de contexto

Parecia ser eterno

Porém nada original

O que vaga o relato

Ou era um sonho mal intencionado

Qual a base do pretexto

 a ilusão afrontou os fatos

Melhor sentar antes de levantar

Para a razão nutri uma distopia

Depois que a convicção 

Bambeou as pernas

Tem que respirar primeiro

Essa realidade distorcida 

metatarso toca a cerâmica fria

Faz frente ao surreal

E não era carnaval

Um pé depois o outro

 longe de ser mestre sala

Numa discussão temporal

E o café esfriou na xícara 

Parece ser aí que complica

A dúvida soma-se ao perplexo

Trauma moderno ,

ou seu próprio inferno ?

Desmorona o castelo de cartas

Adestraram a percepção 

Para aplacar interesses

As voltas num círculo vicioso 

Quando sente uma brisa amarga

Sinal que a saudade está ferida 

Tornaram duvidosa a reputação

Será profanação, programada 

Rima tosca, perverso e verso

Aversão intensifica a odiosidade

Num cortejo de paranoias. 

Funde-se pavor e gozo

As falácias da raiva 

 e desova o corpo da cognição

Em algum descampado da memória 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 


   

                 

sábado, 9 de agosto de 2025

A SOMA DE TANTOS TOMBOS

 

A SOMA DE TANTOS TOMBOS

As quedas têm por fim

O próprio fim,

Na lápide, “indigente”

Ou como subtítulo:

As somas dos tombos

Resultou no fatal

A escalada findava

A interrupção da vida

Na calada da noite

As batidas pararam

Depois do Pio da coruja

O corpo escorreu

A memória , um cinema mudo

Naquele instante

Decrescia o flash de segundo

Degrau a degrau

Como rimas que contrastam

A poesia de vida e morte

Desliza frio e calado

no limbo da indiferença

 o que os olhos não veem

a compaixão não se cria

âmago da invisibilidade

Culpam a noite

que cismou de ser tão fria

À noite caiu, a temperatura caiu,

O corpo depois de tantas quedas

 escolheu uma como legado

O limbo do poder

São tocaias noturnas

 Já, quiumbas em ascensão

Vem o corpo que cai

Pela escada da evolução

Junta-se as almas penadas

Como sombra nas noites frias

Perdoa-me o realismo fantástico

É para amenizar o fervor

 Do corpo gelado

Rogo que acolhida seja divina

Por que nessa vida

foi apenas uma falha exposta

O descaso a instituição

Desliza pelo limo da impunidade

Ou umbral dos abandonados

Mal passou a alvorada

Retiraram o corpo dali.

Para não atrapalhar

os obstáculos públicos

SÉRGIO CUMINO O CATADOR DE RESENHAS