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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

O DENGO E A DENGOSA


 
O DENGO E A DENGOSA

Era um dia de pouca resenha

O dengo transformava a visão

Numa imaginação fantástica

 razão pondera instintos do peito,

Nua oratória, que não havia como

De pronto se põe a declinar

Numa reverência de gratidão

 Sensação, uma brisa de imagens.

Que interagia com suspiros

O solo de dança da malicia

Como um samba contemplando

A disritmia da cuíca..

Num cenário de flores que falam

O sussurro se declara apaixonado

E a melodia aos ouvidos

 Substanciosa se faz ouvir,

A dengosa molinha e absolutamente desejosa

- ah meu dengo, meus peitos

 acendem e se exibem

 Libertos da pressão do bojo

sob o chuveiro de água quente

Simbologia, sonho e Água

Ressurge o delírio adolescente 

E os desejos declamam a saga

Sinais e acenos de bandeira

 projeta-se o amor

Rende se inteira ,dada ao dengo

Arquétipos do conto de fadas

a poesia assume o posto da prosa

A fantasia desnuda,

máscara vai, dar uma volta

Nua e formosa, para ser possuída

Sobre uma colcha de retalhos

Cada pedaço é parte do amor,

O mapa dos desejos vividos 

Sobre as costuras da adversidade

Amores vira folclores renascem

Com ingredientes da experiência

Permitindo temperar a gosto

A vontade degustando o dengo.

Chamego uma iguaria especial

Para entregas específicas

Tornamos toda a magia

Em oferenda sagrada

A Deusa do amor,

SÉRGIO CUMINO –

O POETA A FLOR E A PELE


terça-feira, 26 de agosto de 2025

DORES DO TOLO

DORES DO TOLO

Dor que barra o caminho

Não permite avançar o como

A insônia que sabota o sono

Uma sombra que dá um tranco

Tira a visão do entorno

São traços sem contorno

Sabe se lá o que somos

Cujo o destino é o balanço

O bom tentado ao dolo

E a incerteza tira o pé do trono

E passa a ter o reinado manco

Tantos porquês que não é dono

E não sabe se vai ou se fica

Será o fim ou início?

Não encontra um consolo

Os classificados de sonhos

E a solidão do seu transtorno

Outrora José e agora Zé

 os predicados que se dedica

Amargurado, percebe-se tolo

Não há choro nem lágrima

Na lista de padroeiros

 procura um santo

Seria um consolo para lástima

Não há o qual se identifica

Em algum lugar deixou a fé

Escolhe um pastor de ovelha cega

nem ele acredita no que prega

Há mais verdade na borra de café

Do que a intolerância se apropria

 dobrou-se tanto, perde as pregas

 ser ninguém é bandeira em haste

É o Zé que representa o povo

Esperança se divorciou

 Sera que levaram na rapina?

Talvez ela também se cansou

Não há martírio que se baste

Nunca desfilou em sapato novo

 Se quer um gosto que se destina

     até os que chamam de traste

Será que é Deus que determina?

SÉRGIO CUMINO –

 O CATADOR DE RESENHAS


quarta-feira, 13 de agosto de 2025

O LUTO DAS VOZES

O LUTO DAS VOZES 

Na calada da angústia 

Onde as estrelas da noite 

Se misturam com as pirotecnia 

De um genocídio nefasto

Vozes emudece no front

Eram ondas, eram Pontes 

 a realidade a outros encontros 

Indignação e crueldade 

no nosso mundo

Relato em tempo real 

Vozes que vão a campo 

E morrem no solo

No colo da agonia 

Mulheres, crianças e outros tantos

Que roga por uma gota de vida

Nessa corredeira de sangue

Entre a fumaça de pólvora e poeira

Último suspiro do fone 

Foi o lamento da microfonia

Nos afogam com a voz embargada

 esperanças decepadas de Gaza

A compaixão na vida e na morte

É a chama do seu íntimo, repórter

Até as pedras ficaram órfãos 

Das casas, hospitais e mesquitas

E as escaladas nos tiraram o arauto

tantas mazelas que nos contou

 sua fonte está em loco, no front 

Tragédias de bastidores

Testemunhando a sombra do terror 

Seu obituário é manchete de capa 

A denúncia do mundo desumano.

 Deixou os editoriais de luto. 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS