ATOLEIRO DA EXISTENCIA
Metamorfose dos homens
Da terra da garoa para
Terra dos alagados
O sonho de contos de fada
Príncipe vira sapo
Todos de mãos atadas
Pesadelo urbano é fato
Empoçada dignidade
Homens tornam ratos
Deixando sua vida
Submersa as águas mescladas
Não importa cor ou idade
Todos mergulhados no encontro
Melancólico da cidade
Das chuvas, esgotos e córregos
Quantas almas foram levadas –
Antonio Ramos deixa saudades
Amigo não se foi sob avalanche
Resistiu a todo o trauma.
A agonia do afogamento
Arqueologia da violência
Surrealismo do congestionamento
As crises da existência
O que encerrou com seu carma
Foi Vírus da urina do peçonhento
Sinto minha alma cansada
Vivemos o caos e a desordem
joga-se crianças na lama
no atoleiro do morro que cai
somos submersos do descaso
Veja se há cabimento
a falta de governança
mesma água que da a vida
supre a nossa sede
e torna nossa saúde amada
elimina-nos de morte matada
Do caos do corpo publico
Das profundezas da incompetência
Emergem os lixos e outros dejetos
Da cidade que não foi projetada
Deixa-nos cegos e sem afetos.
Sérgio Cumino
Lamenta o autor a dor de tantos!!!, com tão profunda realidade, consciência política, e emoção.. delicada.
ResponderExcluirQuem dera! Seu repúdio poesia, chegasse como homenagem aos mortos da tragédia!
Beth Olive, mais que solidária! hoje chorando!
isso é uma vergonha, nossos governates com certeza estaõ ocupados fazendo reuniões para defenir seus altos salarios de marajás, enquantos aqueles que os elegeram estão chorando a perda dos seus, acorda BRASIL!!!!!!!!!!!!!! LEOZINHA
ResponderExcluirPlaneta Água (Guilherme Arantes)
ResponderExcluir(Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um
Profundo grotão
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão...)
(Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra...)
A natureza se move, ocupa seus espaços, o homem,a violentou, humilhou e explorou, esquecem que Gaia é vingativa, perdoa, mas não esquece e chega uma hora que ela se sacode como animal raivoso, e o preço como em todas as eras, é o sacrificio de inocentes imolados em razão de tantos abusos... Estamos vivendo um momento crítico, onde a dor se faz presente pela perda de amigos nestas catastrofes, mas acredito ser este apenas o começo de uma cobrança de uma divida que temos com Gaia, que vem sendo empurrada com a barriga, por ser ela mãe , acreditamos que seu amor e paciencia são sem limites...Ledo engano, ela é essencia de todos os sentimentos e sentidos.
Temos governantes inaptos, relapsos e povo acomodado. Vemos por todos os lados tragédias anunciadas, os politicos estacionam em seus interesses pessoais e o nosso povo estaciona em sua incapacidade de entender seus direitos como cidadãos de um pais e seus deveres como ser do universo. O povo é desrespeitado pelo governante que o representa e o deveria proteger , ja que presupoem-se que seja capacitado para tal, e o povo erra em achar que a responsabiliodade por tudo possa ser direcionada a tal governante, pois ao desrespeitar os limites impostos pela natureza ela invade um espaço que cedo ou tarde será requisitado.
O que fazer?....Lamentar....e com a sensibilidade que você tem meu amigo querido, sei que sente a dor,,,,,A dor do povo, a dor da perda de seu amigo. A dor de Gaia.
Um beijo , desta amiga ausente que te admira demais.