CONDOLÊNCIAS DA INTOLERÂNCIA
Aí o ajuste suprime o sujeito
As aguas do principio histórico
Corredeiras da evolução
Ventos que norteiam a sina
de todo encargo equivalente
O espírito entregue ao
ardil
Oprime a voz do peito
A busca vira anseio melancólico
Preme o desejo de libertação
Envenena o conceito de utopia
Por meios de vontades afluentes
Sucumbe a graça do poder vil
Vestem-nos em togas sem fecho
ao estilo neocolonial bucólico
Renega a roupa de ração
Leva a tradição ao fio do extinto
Fios sagrados, dizem pingentes.
Chamam Orixás de mal aferido
Benesse e maldiçoes como feito
Deixa o poder astral insólito
Regulada com sutil abolição
Forjam a aparição do instinto
Acudidos ao quem cala consente
Sermos o pé-de-altar conferido
Mas o sangue segue o leito
Abdicar o ancestral, nosso espólio.
Inclemência talhada à depressão
Sobre a benção do heril vigente
Modera a fé que avalia decente
SÉRGIO CUMINO – POETÁ DE AYRÁ
A sutileza da intolerância religiosa é mais nociva pelo fato de não ser perceptível onde às pessoas vitimas de tal ato, ingenuamente dizem amém as crenças dominantes, que vieram impostas desde as caravelas, quem nunca ouviu a perola, “o importante que crê no mesmo Deus”, e aí esta tudo aceito, e criamos uma filosofia religiosa ao molde judaico-cristão. Somos capazes de vir nossa concepção Deus, através de nossa ancestralidade, que muitos morreram e açoitados por não quererem renegar sua liturgia divina
ResponderExcluirLinda poesia!Linda expressão!
ResponderExcluirSomos todos compelidos a modelos arcaicos e para sermos aceitos perante a sociedade baixamos a cabeça e renegamos o que nos é mais caro, nossa crença. Basta de termos ações impostas e deixar aflorar o que realmente nos interessa que é cultuar nossa ancestralidade. Belo poema donde expõe nossa omissão diante a religião relegada seja por que motivo for.
ResponderExcluirA intolerância religiosa contra as de matriz africana, no país que "celebra" a realidade multiétnica brasileira, só mostra como a mentalidade escravagista numa grande parcela da sociedade brasileira é forte e permanece como uma chaga pulsante, mostrando como somos desiguais e como o verniz democrático que se quer conceber não se sustenta mediante essa verdade
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