XANGÔ TROVEJOU EM MEU CORAÇÃO
O intuitivo é um vulcão
A dúvida interina
Queima-se com a injúria
Lavas banham o tormento
Forma-se a pedra de sua lei
Os desejos volvem alados
Logo os medos a reboque
A simplicidade esta para o viver
Assim como o justo para o mundo
De caminhos de parábolas espúrias
A penumbra dos indecisos
Em punho as duas faces
Linhas tortas ou a razão
Inconstâncias de cada sina
É a luz de cada penúria
Ilá contra o lamento
Voz do divino Rei
A busca do inesperado
Tem a certeza em estoque
Não precisa ver para crer
Sabedoria do profundo
Geologia da alma expurga
A Justiça que germina o crivo
Seu reinado é o enlace
Pulsa meu coração
Discernimento afina
Prerrogativas da estrutura
anseio a contento
Xangô é a força que me valei
Que poder tem seu Machado
que me aponta um norte
No brado kaô
kabecilê!!!
Meu nada vira
tudo
Meu dorso se curva
Por me mostrar que existo.
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ
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