REVELA-SE COMO PEDE
Porque diabos se repete?
Pergunta quando senta
No banco da desilusão
Por mais que a vida é cíclica
Ha um ponteiro emperrado
Que patina no mesmo lugar
No relógio da dúvida
É o dia da marmota
Tragédias vividas
Vira e mexe voltam
O que atrasa sua lida
Sobe despenca
Lastros de impaces
As frustrações no amor
Torpores e suas tratativas
Tantas lágrimas escorridas
Perde seus referenciais
Perversão dos cafajestes
Os fariseus da resistência
Impelem a consciência
Sabotando os humores
O que pedes não resolve
Se não alterar como sentes
cérebro coaduna com emoção
É como interpreta a inflexão
E o contraditório faz festa
a emoção e seus embrolhos
E saem as remessas de ação
o que recicla amores ordinários
Patrões indigestos
E a traição de tantos parceiros
Como se escrito estivesse
Idiota na testa.
Basta fazer o teste.
Desapegue do sofrimento
E os sonhos reconstrói
Para que o novo renasce
Sementes novas na floresta
Sua árvore florescerá
Isso se chama graça
a conecta com que importa
Virar a chave, engate a primeira
Receba o olhar que lhe flerta
Com o novo prisma do desejo
E afastará o salafrários
Marombeiros e malafaias
Perdoe amor traiçoeiro
Ou será eterno desconforto
Com o seu senso de justiça
Encontre novas possibilidades
E desconstrua velhos costumes
o coração guia a flecha de Ode
Como reza o arqueiro zen.
E o destino se libertará
Das correntes das mágoas
De um passado fedegoso
E saboreará o deleite,
e amar e ser amada
SÉRGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS