ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

sexta-feira, 4 de abril de 2025

CHUVA DE OXALA

CHUVA DE OXALA

Depois da estiagem

Deu ao ar, umidade

Cristais das nuvens 

Balé das águas 

Serena na queda

Agracia o espírito

o sorriso das flores

Resgata a criança 

Abençoa a humildade

Chuva do pensamento 

Limpeza de Oxalá 

Deixa alma serena 

 despertou a vontade 

Sem dizer na saudade

De conversar com a chuva 

 in loco, banhar alma

Limpar amargura 

Do que te prende

Esfria a cabeça 

Eu falo por reticências 

ela escuta o silêncio 

Descarrega a nuvem 

Resgata o crente

 Ao oculto do seu templo 

Gotas de água benta 

Apaga brasa

Baixa a poeira 

Percussão nas telhas

Resumindo o pó 

Água da calha

Nas veias das dúvidas 

Fura as ondas

Tira as manias 

Dispensa a revolta 

Dos ruídos da vida

Alegra o jardim 

Abastece a fonte

Saúda Iroco

E os Deuses da floresta 

Refresca a mente 

Da árvore do conhecimento 

Escorre a água 

Pela cuia da vida

As folhas molhadas

Dançam em silêncio

Fortalecendo a raiz

Sacia sede das mudas 

Alecrim e arrudas

a terra fecunda

Da Graça a horta

Como a benção do pai

As gotas escorre no rosto 

Hidratada Esperança 

Nos jarros da temperança 

Mistério do poço 

Roupa molhada

 asas a que não voa

Torna as palavras aladas

Os pássaros param

Meditar e contemplar

Deixa o som conversar 

Sem precisar cantar 

Palpitantes no lago

A chuva é melodia

Na memória emotiva 

Farras de criança 

Alegria da festa das rãs 

E o coral das saparias

SERGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 


                                  

Nenhum comentário:

Postar um comentário