A lua me olha grande
Me banha pela janela
Aberta , brisa o calor
Do meu sono andante
Surgirão a capela
O palco de cada ato
herói meu condutor
Enredo que atropela
Surreal se torna fato
Se porventura supor
Sonhando supera
Consciência do relato
Flutuante o saudou
o junto e misturado
Real e imaginário
O não crível cooptou
Sopro desconhecido
Viagem do sonhador
Sem rota ou clientelas
o corpo desprendido
Vasta fontes vividas
percepção ao relento
A mercê da memória
Providência seletiva
Navegante que vaga
Seja por onde for
O espaço revela
O tudo e o nada
Experiência oculta
Tem seu esplendor
Transcender é saga
Recebe e não reluta
Astral do protetor
É telo nessa juntada
Da aventura conjunta
Divagar com andor
Córtex da poesia
o sono navegador
A lógica acamada
Rota a revelia
Variantes desconexas
Tem sua liturgia
No cosmo operador
E o além que lhe testa
corpo na lida cansada
Reparando a letargia
Sonho do sonhador
na vocação alada
Consciência desprende
Deixa corpo descansar
Universo revelador
Encontra tantos entes
Não nota a noite passar
Nesse divino passeio
Sou o condor dos andes
Até onde a mente voar
Provável perder lembrança
Forma da alma acalmar
O poeta e seu duplo
No cortejar da esperança
Os vislumbres da mente
Que a revoada passar
Mexendo por inteiro
É viver poeticamente
Demonstra prenúncios
Que o Tempo revelará
Como sopro e gorjeio
Experimento adjunto
Tempo atemporal
Onde nasce Déjà Vu
Sonho como oracular
Ressignifica o mundo
Fragmentos capitados
O porvir de norte a sul
Acena ao espírito
O médium lapidado
Distorção temporal
Opera fora das leis
Distorce padrões
Da visão sensorial
Aprendizado em estar
Da terra ao ar rarefeito
Nada será como antes
De dormir e levitar
SÉRGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS