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quarta-feira, 19 de março de 2025

TÉDIO TE CONSOME

      


  TÉDIO TE CONSOME 

Seja suor ou lágrimas 

O pódio da conquista 

 Querer é perecível 

Com Tempo de validade 

E ofertam na palma da mão 

Quiromancia digital 

Uma linha do consumo 

Ao lado da linha da vida 

Flerta a graça da ilusão 

A graça perde a graça 

Depois de tanto frisson 

O encontro com vazio 

Parceria é enfadada 

Como pêndulo 

Êxtase e vácuo 

Da súbita abstinência 

Efêmero não sacia 

Gera sucessivos desejos 

Cada qual o seu preço 

Sem atingir o pleno

Renova a petulante dor

Emergência nos quereres

Nas páginas do lamento 

Procura um lançamento 

Que descontraia seu ímpeto 

No mercado do cinismo 

Constrói paredes frias 

Na penúria da alma 

A sombra que se forma

No tempo dedicado

Nem sempre que empenha

Reflete como noite de luar

E subsequentes círculos viciosos

O tempo percorre no seu tempo 

A ponto de experimentar 

Novas ofertas de angústia 

E já não tem tempo para gastar 

Até a dopamina tá alterada 

Desolado abandono do porquê 

Ciclo não repete mais 

A chegada da jornada 

Ou destrói ou liberta 

A mercê da crença 

Ou Vivência abduzida 

Sucumbirá ao que te consome 

Assim a solidão acolhe 

Perante ao tédio inevitável 

surge a dúvida 

Qual renuncia há refúgio?

O desejo de não desejar 

Força cognitiva do riso 

Ou a mistura com espírito 

E o que lhe fortalece 

Basta viver e verá 

SÉRGIO CUMINO 

O CATADOR DE RESENHAS 










  

                                               

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