TÉDIO TE CONSOME
Seja suor ou lágrimas
O pódio da conquista
Querer é perecível
Com Tempo de validade
E ofertam na palma da mão
Quiromancia digital
Uma linha do consumo
Ao lado da linha da vida
Flerta a graça da ilusão
A graça perde a graça
Depois de tanto frisson
O encontro com vazio
Parceria é enfadada
Como pêndulo
Êxtase e vácuo
Da súbita abstinência
Efêmero não sacia
Gera sucessivos desejos
Cada qual o seu preço
Sem atingir o pleno
Renova a petulante dor
Emergência nos quereres
Nas páginas do lamento
Procura um lançamento
Que descontraia seu ímpeto
No mercado do cinismo
Constrói paredes frias
Na penúria da alma
A sombra que se forma
No tempo dedicado
Nem sempre que empenha
Reflete como noite de luar
E subsequentes círculos viciosos
O tempo percorre no seu tempo
A ponto de experimentar
Novas ofertas de angústia
E já não tem tempo para gastar
Até a dopamina tá alterada
Desolado abandono do porquê
Ciclo não repete mais
A chegada da jornada
Ou destrói ou liberta
A mercê da crença
Ou Vivência abduzida
Sucumbirá ao que te consome
Assim a solidão acolhe
Perante ao tédio inevitável
surge a dúvida
Qual renuncia há refúgio?
O desejo de não desejar
Força cognitiva do riso
Ou a mistura com espírito
E o que lhe fortalece
Basta viver e verá
SÉRGIO CUMINO
O CATADOR DE RESENHAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário