ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

domingo, 26 de dezembro de 2010

PONTOS ENTRE PONTOS


PONTOS ENTRE PONTOS

Ponto
o término da frase
o recheio do parágrafo
o fim de um pensamento

Ponto
é a estética do escritor
descanso do leitor
fases do saber

Ponto
de prostitutas, camelôs
ponto de venda
ponto de marcar
ponto para ganhar

Ponto
é a ponte que liga
um ser a outro
ponto de encontro
ponto de ônibus

Ponto
fraco
olhar a ponto de exclamar
flertar e reticências...
a música no ponto

Ponto e ponto
dois pontos:
equilíbrio
ponto cósmico

Ponto
que diverge
pontos iguais
tudo ponto de vista.

Ponto
Que excita é G

Tocar no ponto
É atrever


Passar do ponto
três pontinhos...


SÉRGIO CUMINO

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Botão Natalino


Botão Natalino

Sois a flor que tanto canto
como trovador de sua alma
integrado a cada movimento seu
Atrevo-me por vezes ser
o curador do seu ornamento
observante de o seu florescer
Cuidando contra as pragas nocivas a ti
Essas que rogam para adoecer-te
Estou aqui como um artista zen
Cuidando do respirar de suas folhas
Dia a dia, sol a sol, sonhos e essência
Cantando seu florescer como poeta
Lutei contra mau tempo
A imprecação da inveja alheia
Fazendo frente a moléstias de pouca fé
Sinto-me hoje um amante etéreo
Por aprecia sua Natureza íntima
Rego num louvor a encantos
Da folhagem viva e sedutora
dos caules femininos e sensuais
do doce pólen dos seus poros
Estimo seu brilho de água cristalina
que reflete o cintilante do fogo
Tornado nosso lar, jardim
adubando nossas ninas
Fazendo do natal
o florescer e amor
Com Luz, brilho e Intensidade
És milagre , vida e beleza,
claridade das cores,
a flor do nosso jardim
o botão do nosso natal.
Sérgio Cumino


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

POESIA E A FENIX

POESIA E A FENIX

E o dia que nos torna suicida
Jogamo-nos de mãos atadas
Com a moral posta na berlinda
Emancipar a história retida
Magia das letras encantadas
Nos deixa livre a toda sorte
Que o vento dos versos atina

Ruptura da imposta couraças
Em linhas de vida e morte
Ousadia num rio de versos
Independente de credo ou raças
Libertando-nos a cada estrofe
É a façanha da nudez verbalizada

Lido pelo poema é estado de graça
Um coito de vários toques
Avança o que jamais se atrevia
Seqüência de imagens que te laça
É a desordem e sua harmonia.
Que faz do leitor pura poesia

SÉRGIO CUMINO

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ESCREVER


ESCREVER

Quem é vivo sempre escreve
Uma dádiva dos poetas
Magia encontrada com artistas
Pintores, escultores, cientistas
Ensinam-nos conhecer Deus
Dando vida ao amor
Com dramaturgia para ator
Poucas letras da evidencia
Como imensidão da vida, ser
Mas esse ato feito assim
Pretenso poeta iniciante
É um exercício de mim
Ter as palavras a meu dispor
E fazer das descobertas
Para o discurso interior
Emoções e saudades
Própria e original
Até repensar a vida marginal
Que me leva a cidades distantes
Por um uníssono suspiro
E as forças da palavra
Leva-me a correntes dialéticas
Escrever o profundo e etéreo
Até defender teorias patéticas
Integra-me a cultura e ideais
Repensar os mitos e seus mistérios
Descrever a palavra dos lábios
Evidenciar a poética dos seios
Abusar de predicados e provérbios
Essência e magia do ventre
Exercício da alma é a sensação
De que alguém esta nos lendo.
Sérgio Cumino.


domingo, 5 de dezembro de 2010

POESIA QUE ARREBATA

POESIA QUE ARREBATA

É aquela que menos se espera
Quando o poema lido descobre
Uma porta, para a ousadia
O mundo, a quem não tivera
Já os que suspiram. Um norte!
O todo possível a quem não sabia

Quando a palavra se reverbera
Abre-se no peito um corte
Como adaga cumprindo a magia
Ou prece no culto de fé
Para que a menina dos olhos note
Sob a benção de santa Luzia

Seja homem ou mulher
Que o poema não conte. Mostre!
Legião de vírgulas como atalhos
E se declame onde tiver
Porque a consciência envia vozes
No momento que somos frangalhos

Entrega se como a alma requer
Para a culpa não virar moral
Antítese do quereres fálicos
Atrevimento do poeta voyeur
Escrevendo a volição carnal
A indecência do estilo básico

Verso para vergonha excitar
O que tempera a vida sem sal
Recria o fim que era trágico
Conforme a coragem deixar
E que o presente seja o tal
Seu espírito terno e laico

SÉRGIO CUMINO