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segunda-feira, 25 de março de 2013

MINHA FAUNA AFLORA

MINHA FAUNA AFLORA
Olhar busca o etéreo
Recebe o que arrepia
É horizonte e interno
Nas profundezas do mim
É o sonho que assovia
E da paz à vontade
Sentido aos infernos
Altivez ao que deprecia
Como sons de clarins
Espirito dos viajantes
Ao mundo que não sabia
Onde não depende
Senha, pauta, petição.
Contrapondo o que é afim
É seguir doravante
Sentidos têm outras vias
O provir esta além
E tudo que deliciam
Para liberdade amar
Viver é participar de cada aula
Sol muda em instantes
E o degrade radia
Clarividência e a mente
Agora somos que vemos
Integra-se a fauna
Na arte da lente
Desejos na fotografia
Vive-se um novo ventre
Projetado ao mirante,
Planície da alma
 E sua supremacia
E põe-se a meditar
E aquela cachoeira adiante
Onde a vista pode alcançar
Há véu de essências
Do meu bem querer
O segredo é dizer
Para o suspiro banhar
Sem reticências.  
Avante se vê o mar
Imergi no seu oceano
Útero do inconsciente
Laboratório do caos
E vir novos signos da fé
E torna-se catedral
Entende o ser que é
Avista o que se tem
Respeita o que vê.
Com respirar profundo
Testemunha o crepúsculo
Meu equilíbrio para o mundo
 
SÉRGIO CUMINO

quinta-feira, 7 de março de 2013

CADE VOCE MULHER?


CADE VOCE MULHER?

Cade voce mulher?
Que tanto anseia, e não arreda pé.
Não tira o véu para se sentir
Procura-se e esquece-se do que é
De uma espiada por trás da cortina
E sinta os caminhos que está por vir
E assim quem sabe ao invéz de,
Na ciranda do despetalar da margarida
tremer quando puxa o bem me quer
Veja que o te reservas vai além do manto
Percebas que através do pranto
A mãe terra que hidrata suas raizes
Os ventos a faz guerreira
O pulsar de suas inquietudes cria o mar
E seu amor como cachoeira
Berço da intuição divina
E dominas a magia do amar
É fruto abençoado desde menina
Em qualquer cultura é matriz
É a força que o homem inveja
Por isso a birra de reizinho
E participa do circulo de giz
Bate o pé emburra o menino
E acredita ter o mando da peleja
E até na subserviência e generosa
Olha contemplativa e diz assim seja
No fundo nesse jogo imaturo do meu
Que por muitas vezes deixa-se jogar
No íntimo da fé sabes o que Deus lhe deu
Porque sabes a hora da ribalta terminar
Nao são suas mãos, mas o coração que caleja.
E sabes quando chamar sua cria para jantar

SÉRGIO CUMINO

Homenagem ao dia internacional da mulher

terça-feira, 5 de março de 2013

PRECIPÍCIO SEM FUNDOS

PRECIPÍCIO SEM FUNDOS


E tenho dito
 
Há coisas que eu evito
 
Principalmente ficar de fuxico
 
Não é tudo que acredito
 
Se não me entende repito
 
Antes premedito
 
Para melhorar palpito
 
E tenho dito
 
Que cada atrito
 
Há uma forma que reflito
 
Mesmo quando é esquisito
 
Ou sinto que parasito
 
Em vales finitos
 
E tenho dito
 
Aos devotos de São Benedito
 
Que o mundo dos aflitos
 
São aqueles sem serviço
 
Descalços queimam pés no pito
 
E a mãe do Carlito
 
Com olhar perdido
 
De destino maldito
 
Lacaios milicos
 
Deportaram ao infinito
 
Jogado na vala dos quintos
 
Enterrado sem registro
 
Fato não interessa para rico
 
Pobre Carlito
 
Embalado no saco de lixo
 
Não passou de um cisto
 
Eliminado para não ser visto
 
Eu repito
 
Não é filho de pai distinto
 
E não da um bom buchicho
 
E muitos temos visto
 
Carlitos fora do sitio
 
Retirados como um quisto.
 
Onde mente apenas Sufixo

‘SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ



domingo, 3 de março de 2013

NOTAS DA FÉ



NOTAS DA FÉ

As notas que invocam
 
Rochas do incerto
 
As marés dos desertos
 
Rios do que nos somos
 
Os coros dos quadrupedes
 
Cantam a opera dos deuses
 
Assim como sino dos ventos
 
Coreografam bambuzais
 
Na batuta das varas magicas
 
Pelas ondas que ninguém vê
 
Rezam-se sobre a cabaça
 
O rito dos ancestrais
 
Fiel declarando amor
 
Na pele mítica do tambor
 
Os pés saltitam solo abençoado
 
Pela força do rum é celebrado
Saudação intima do xirê
 
Encantos do que é encantado
 
O que torna útero  o ilê
 
Cifras do além sem engano
 
São as sete renda do bailado
 
Pés do caboclo no seu xaxado
 
devoção de quem tem rumbê
 
Dimensões sem tamanho
Vibrações dos gregorianos
 
Cítaras do povo alado
 
Violino do cigano
 
Seja no  universo onírico
 
Ou a beira do fogo sagrado
 
Em comunhão com afoxé
 
De ouvintes a canto mítico
 
A música que banha alma
 
Inflama e acalma
 
os mistérios do coração 
 
De quem tem fé
 
 
SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ