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domingo, 26 de julho de 2015

Autos sem fé

 Autos sem fé
Como seria olhar de  Sade
Nesse cenário que não se sabe
O que pode acontecer
Onde o fluxo perjúrio
Dar início de como ser
Uma violência sem ciência
Onde o fato é consumado
De corpo presente
E o transeunte defumado
Pela pedra do seu destino
Trafega de brilho ausente
Sua doença é uma iminência
Misturado ao povo
Num ritmo atordoado
O principio é precário
Caminho da roça é trafego
Se encontrados nesse percalço
A volta a Deus pertence
Sorriso tranqüilo fica acuado
Atendo apreço de sentimento
Faz da  janela meu calvário
Meu olhar a reflexão
E na esquina ali à frente
A intimidade descartada
Do povo do entorno
Nos detritos esparramados
É a estética do descaso
Do outro lado há  prostitutas
Fato não ser vitrine adequada
As bordas da boca do lixo
E se come pela beirada
É um beco central
Uma escória de vanguarda
Intercâmbios e seu Sinistro
E na noite de neblina
Vagueiam vampiros
Em meio às zoadas
Esvoaçam sujas pelejas
Não sabe se são
Gente ou possuídos
Zumbis vivos
Em delírios dos noiados
Cuja perspectiva
Umbral desativado
SERGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO

sexta-feira, 17 de julho de 2015

SOMBRA E O NÉON

 SOMBRA E O NÉON

 Seja  com glamour da doação
Ou heroico sacrifício
Em nome do amor
Que se concebido
Vereda de uma via
Por mais que se faça
Ultimo ato que lança
Que considera máxima
Prestígio será do outro

Não tem indiferença
Nem que ache tão pouco
Sua ação amorosa
Egoísmo de pura prosa
Estigma do gesto atroa
Porque o que detona
Após sua pelica bélica
Você sopra o imediato morde
Para que a coação não vença

O preservara na masmorra
De sua prioridade
 Sem alforria nem resgate
E tudo que aponta sonho
Culmina em seu opor
Clímax que expressa o gosto
O que depende de troca
Não retorna a aderência  
Essa querência cega

É a tranca de  toda porta
As mãos que a sacode
E os louros desse fel
Germinam na historia sem fim
É a parte que te cabe
O que não é espelho
Consterna o lamento
Protesto; a injuria e estima.
Por mais que se estilhace

Com medo e suas bandeiras
O seu inferno é o outro
Por essa virose existencial
Redoma das maravilhas sua sina
A circunstâncias, abundâncias.
O gênero e grau de importância
E todas as nuances
Frequentam a mesma festa
A qual você dançou
SERGIO CUMINO – O VARAL DO MEU QUINTAL

sábado, 11 de julho de 2015

VENTA PELA JANELA



 
VENTA PELA JANELA
Avisto o imponente da janela
Ostensivo de voo raso
Coisa de poucos metros.
De arregalar os olhos
De espantar sobrancelhas
E estava mesmo ali perto
Lembra-me conto de fadas
Um colibri pousa no batente
Um colibri me faz mostrar os dentes
Já as hélices soltam sua fala
Cortina vira língua
No céu da boca
Inconsciente faz um elo
Alerta o imprudente
Arauto que apavora  
Já o invólucro do pó mágico
Que deixa o cortês alucinado
Faz seu rastro de pólvora
Já flagraram no bornal do duende
Abordado junto ao cogumelo
Davam umas tantas boca de dentes
Esse alicia. A mais valia
Mediante ao som das sirenes sonoras
Mediante suborno e seu plagio
Nunca sei quando há um sincero
Autentico dragão moderno
Que cospe vento pelas ventas
Seu ronco desperta o agoniado
Parte o sonho com cutelo
E  interrompe outrora
Com seu porte potente
Com seu poder intermitente
Faz pensar coisas que arrepia
Vibra o medo a mente
Desequilíbrio esta por perto
Colibri quando canta aflora
Desperta alegria dentro da gente

SÉRGIO CUMINO – VARAL DO QUINTAL

quarta-feira, 8 de julho de 2015

ONDAS QUE ME REVERBERAM



 ONDAS QUE ME REVERBERAM

O querer que te quer  amadureceu
Por muito  vivido o que vivo  é seu
Quando me falta o  contato,
Entro num vácuo
Do pensamento carente
Ai me vem  presente
Sem tempo nem espaço
Coração no compasso
 Com sentimento do acalento
É quando entendo
Que a memória dos poros
Com seu corpo amanheceu
E repousa no peito meu
Como gota do orvalho
Deleita-se no meu corpo
Ao inspirar sua alegria
Expirar seu calor
Suspiro no meu plexo ecoou
 Acordou  adormecido ventre
Que sussurra um entre
Junto com: Bom dia meu amor!
Que desembaraça o embaraço
És a caça que eu caço
No jogo do envolvimento
Sonho que minha noite sonhou
Memória acende novamente
Nossa! Que noite quente
A marca do abraço
Nem para o ar, da um pedaço
Aconchego e acalento
Base da sua essência
Saber ser excelência
Doutora e concubina
Olha que deliciosa rima
Sem dizer a parte sedutora
Quando juntos é o laço
Que a perna da sobre pescoço
A seguir tudo é movimento
Ondas, poesia e sentimento.
SÉRGIO CUMINO

domingo, 5 de julho de 2015

PAULICEIA AVARIADA



 PAULICEIA AVARIADA
A marcha pela rua fria
Sob a chuva do pensamento
Um gelo que penaliza a alma
Padece o ideal Consternado
Onde os meios e as meias
Desagradam molhados
Quando afogam suas magoa
Nos trajes do sapato malhado
Nas poças das calçadas
Refletindo a luz publica
Que faz da caminhada da vida
Na noite fria de inverno
 Um quadro de urbanidade morta
Odores se manifestam
Essa pauliceia desvairada
Por hora toda avariada
Mal passa os vistas
Nos Transeuntes encolhidos na
Busca do mínimo calor interno
Desviando dos corpos deitados
Como Sebáceo de um cisto
No Berço esplêndido das marquises
É o consolo na noite chuvosa
Expostos a todo o risco
Aqueles que têm a rua
Os predestinados da miséria
Com seu desproposito tribal
Somem em  meio a névoa
Que hora vez da pedra
Outrora do chuvisco
Bambeio com a impotência
Um mergulho na viagem torta
Assim fica desolado
Entre o ir e o desisto.
Sérgio Cumino – Poeta de Ayrá

ENCANTOS SOB A NOITE




ENCANTOS SOB A NOITE
O encanto que vira musica
Serenatas  onomatopaicas
Escuta e repete o refrão
Assim olhos dançam
A luz da vela mítica
Faz a escuridão virar arte
Ao comprimir ventre
Serrar os dentes
Perante a melodia romântica
As notas tornam células
Tocadas como piano
Pelas mãos que massageia
Replica anseio escondido
Excita as novidades
Agitam ,atraem, afastam
Lutam contra a dor
Alegação nas palmas do amor
Num arrepio pródigo
Acordes dialéticos
Brincando com emoções
É a ciranda dos quereres
Chocolate quente
Sussurros da pele
Mordiscar palavras lascivas
Com lambidas precisas
Sobem as pernas
Alforriadas, sem muletas.
Ao conforto erótico
Molha, demarca,  
Após a tempestade
Desliza suave
Hidrata com suco e mel
Deixa o calor exausto
Satisfeito e feliz
Aflora felina
Vive a sina
Desejosa e ansiosa
Em rito de entrega
Fogosa e mulher
Os lábios secam
Os sumos escorrem
Deleite ousado
Delicia quente
Pira, roça, rola, esfrega.
Sutil e forte
Estigmatiza a alma
Exorciza demandas
Quando o chamado
 Vem de dentro
Marcamos  a cama
Numa pintura quente
Sumos do desejo
Para o repouso encantado

SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ