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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

LUZES SIGNOS DA PRAÇA


LUZES SIGNOS DA PRAÇA

 Pelo que me lembro
Numa tarde dessas
 Em ritmo de toda pressa
Dando charme de inverno
E olha que é dezembro
Os respingos chuva fininha
Aquela que abranda
A inquietude do pensamento
 É um sentir fraterno
Rebate olhar austero
Do velho Dr. Mendes
A garoa caia na pracinha
Como uma nevoa
Contrasta chegada da lua
Com as luzes da praça
Que tímida se abre
A poesia da noite
Com seus poucos arvoredos
Que habitam aquele largo
Parecem olhos de menina acanhada
Com folhas de sorriso parado
Ao vir o desfile das galhadas
Arvores vestida de luzes,
Sampa em ação de graças
 Já indicava que lá pelas tantas
Resgatará encantos de crianças
Qualquer um poria
Sonhos e lúdico na balança
Aos cegos faz-se justiça
Não importa o costume
O ledes que percebes
Os leds que encandecem
Semiótica da contemplação
No portal da casa de processos
Escreve certo com luzes a volta
Se bem que entraram em recesso
Anuncia os sinos da catedral
Signos subvertem o magistral
Deixa à féria a conta lâmpadas
 Azuis, vermelhas e brancas.
Faz-se da praça, céu estrelado.
E de mãos dadas namorados
Reverenciam a chegada do natal
SÉRGIO CUMINO

domingo, 23 de dezembro de 2012

CONSTATAÇAO

 
CONSTATAÇAO

Ter você aqui,

Na extensão do meu braço

Sob a luz do luar

O eterno torna fato



Ter você aqui

O amor é o enfoque

O que nos faz sentir

A pintura do toque



Ter você aqui

Pairando sem gravidade

Ao lado das estrelas

Festejo de sua vaidade



Ter você aqui

Pelo céu de sua boca,

Recebo ar de sua cúpula

Deixo-a mole toda solta



Ter você aqui

com furor e sereno

no casulo nossa concha

faz desse mundo pequeno





Ter voce aqui

Murmuro a boca quiuza

De notas agidas sua sumula

Mais nada a deixa confusa



Ter você aqui

o mel escorre a face

Sussurro a deixa tonta

as pernas iniciam o enlace



Ter você aqui

Um sentimento tácito

De querer que afronta

Qualquer orgasmo classico



Ter você aqui,

Quanto ao pio da coruja

E a morte das conjecturas

Sob o feitiço da lua



Ter você aqui

Eu me despeço

De dogmas morais

Pela poesia do gesto



Ter você aqui

E o germe do amor

Em colos divinais

Semeando sua flor





Ter você aqui,

Tao próximo da boca

Sem forma e pressa

O beijo a deixa louca



Ter você aqui

Minha vontade é a sua

Meu corpo jangada

Da sua ousadia nua



SERGIO CUMINO

sábado, 22 de dezembro de 2012

ENREDOS PARALELOS

ENREDOS PARALELOS

Sob a chuva do pensamento

Hidrata enredo da excitação

Enquanto outrora padece

O sorriso vira acalento

Nessa safra de dengos

E beijos de caravana

O que tiver de ser será

Afago trocado

Deixa meu corpo molhado

Dentre as persianas da alma entram

O assovio dos ventos

Sussurros e seus indutos

Tambem puderá

Enquanto seu olhar rege,

As batidas do peito

Os devaneios da imprudência

Escoam o transito de carências

Tensões e jurisprudências

Entre o caos sem referencia

Somos células da liberdade

Olho no olho, amolece.

Cada detalhe encanta

E das nuances surgiram

As bocas se aveludam

E outras partes descobertas

No intenso das vivencias

Oriundas da alquimia

Todas correlaçoes em ser

SÉRGIO CUMINO

domingo, 16 de dezembro de 2012

ENXURRADA DE DESEJOS

 

ENXURRADA DE DESEJOS

Que vontade me desperta
As corredeiras do clímax
O apogeu do melhor sonho,
Enxurrada de desejos aparece
Confiando-nos ao nosso mundo
Junto o suor a seu corpo
No frisson da descoberta
Avisto seios saltitantes
Na alegria de sua cavalgada
No encontro do melhor encaixe
Assim você nasce, renasce,
Banha-se e me assanha
E não me esquece
Ao mesmo tempo em que aflora
A flor de todas as temporadas
Colheita farta de encantos
Raios de todos temporais
Torno-me o fio que tece,
A película da sua pele
Seda que provoca sede
Por sorver mel da amada
Não há quem se atreva
Dizer desse mal não padece
Esse cupidez que excita
Arrepia e umedece
A emoção do olhar marejado
Prenuncio do querer alado
Da felicidade embargada
Um sentimento regado
Pela chuva das sensações

SÉRGIO CUMINO

sábado, 8 de dezembro de 2012

TOCADOS E BOCADOS

TOCADOS E BOCADOS

Que minha poesia afague
E a esperança não tarde
Que surja num crepúsculo
Sob a beleza dos tons
Num gozo vespertino
Sinto-me aquele menino
Que espera a lua
Para confissão
Quando falava do beijo molhado
Foi como que num susto
Acende o luar no coração
E suas batidas avant-garde
Bombeiam as ousadias
E pele de textura macia
É o palco do amor trocado
Olhar projeta esperança
Misturada ao sorriso criança
Afirma que nada é em vão
Descobre trilhas ao amor
Mesmo pareça uma charge
De inventos a reveria
E cada dia um sabor
E outros bocados
em muitas bocadas
Que dão muito calor
SÉRGIO CUMINO

 

domingo, 2 de dezembro de 2012

PUREZA E O VENENO

 

PUREZA E O VENENO

O desumano do real,
É o medo poder cravar
Veneno no direito de amar
E para sorver a toxina
Arremeta quando pura
Livre da arqueologia
Do bem e do mal
Desde ainda menina
O mundo que a comporta
E pragmática história
Agora nada importa
Para saborear antidoto
Dar sentido a sua biologia
Seja a onda do calor
Vivencie aquele mito,
Com a poética do sinto,
Com arte é integrar
Com sensualidade entregar
A vida e o universo
O correto a lambida
Colcha ao vinco
A mão e ribeira
Sussurro para o verso
revela volúpia guardada
e faz que a desordem,
Transborde em nova ordem
com Bocas deslumbradas
Sedução e laços
Subvertendo a métrica
E o caos planetário
Magia da cachoeira
As fantasias projetadas
noites em  braços amados      
Vivencias sinérgicas
Humanas, filosóficas, estéticas.
Resto aconchego e lareira
SÉRGIO CUMINO

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

SONHO DE RAPEL

 

SONHO DE RAPEL

Amar essa mulher
Como magia de verbena
E o doce de sua boca
Faz-me sorrir sozinho
Na guarita do meu quartel
Como um prêmio de megasena
Que nasce essa vontade louca
De tanto balbuciar de improviso
Cheguei a cruzar um vizinho
Esse Pergunta:
 ”você viu o passarinho?”
Era hora de ir para papel
Fiz questão da caneta de pena
Para ser mais preciso
Meu respiro um poema
Aconchego e ninho
Assim o sonho se desenha
No meu bloco de tomar nota
Do meu caos e princípios
E o pulsar que acompanha
Nas ladainhas corriqueiras
Esteja na labuta ou de bobeira
É um gelinho na barriga
Chegada desse sonho de rapel
Feito raio o corpo assanha
Vontade de menina arteira 
E os olhos tornam emblema
Um portal que o querer irriga
E o desejo da mão regadeira
Que percorre todas as veias
Vasos, artérias e flores.
E que batam os tambores
Rum aos taiko do oriente
Sua essência já me permeia
SÉRGIO CUMINO

sábado, 24 de novembro de 2012

SAUDADES DO MENESTREL

SAUDADES DO MENESTREL


Falta que você faz
Chega a dar insônia
A ausência assalta
Desfaz a colônia

Desde lá na beira dos confins
Onde os sonhos brilham como sol
Olhamos o mundo de uma ribalta
Pedi um presente assim


Para saudade não precisa tempo
Deve ser sócia do vento
A coisa é boa ela se instala
Confidente do pensamento

 
Até os passos ficam saudosos
Dançam na rua alagada
As vitrines do centro
Inspiram, e o lembrar estala

 
A saudade tem suas maldades
Entra-se de atravessado
Como um espinho parado
Sonho amarga e o medo poda

Em tom de realidade
Resgata o rococó moral
Assume que não roga
Penitencia abate

Faça da saudade acamada
Cânticos dos trovadores
Com coreografia ritual
Responsável pelos calores

Perambula em extremos
Viva intensidade dos sabores
Ao mais subjetivo paladar
Saudade será aclamada
SÉRGIO CUMINO

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

TUTELA De EROS

                       

 TUTELA De EROS                         

O resgate do seu melhor
É deixar a  desordem na sala de espera
E sonhos desiludidos, voltarem,
Em uma logica que não se entende
Puros sem couraças, nus.
Tornamos  anfitriões  de nós
Amar na noite do inverno
Alta madrugada
Ninho rimando com vinho
Celebrando céu e inferno
para gozar a primavera
desjejum à távola do agregar
Por a mesa, projetar, construir
Doar-se ao que te penetra
Na graça que surpreende
Universo de tudo de bom
Que não se quer parar
Em processo, movimento, ação.
Faz da vontade arte
Cirandas da esperança
Concebe  boa parte
Tira-nos te todo pelejo
A ponto das avarias da alma
Mesmo nas caladas escuras
 A Lua dar sua benção
E humores de bom astral
Ilumina a aeróbica das ancas
Nas regiões dos desejos
Criam-se trilhas entre arrepios
E todo movimento transversal
Curvas que escorrem as aguas
O corpo cuidado com a mão
o principio é o caos
alegria de ser puro
E volta à aquele namoro
Na cabana de lençol,
Colherzinha na boca
Cachorro de baixo da cama
Quando não sentir o chão
Acredite não é louca
Só deu o intuitivo ao tesão

SÉRGIO CUMINO

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

MÃOS PEREGRINAS

MÃOS PEREGRINAS


Os dedos foram passear

Pelas veredas da virilha

Depois das cambalhotas

Apreciar a área ribeirinha

Há calor entre as gramas

Aquece o dedilhado solo

Quando patina por superfícies

Lisas e macias

Graça das sinuosas coxas

Brincadeira de criança

Anseio de menina

Que escorre pelo seu colo

Para descansar a palma

Dando-se quente

No mirante das ancas

Sobre proscênio das pernas,

Curvas e entradas

Do seu encanto

Os dedos se declararam

Foram arautos e intensos

Revelaram os segredos

Da linha do amor

Linha da vida

De viver o destino

Assinado com mágicos toques

Amor, dedo e vinho.

Unhas como bico da pena

As digitais como xilogravuras

Impressas a cada centímetro

Os pelos são testemunhas oculares

Levantaram e assistiram em pé

Nas trilhas da sensual figura

A marcha da pegada

Do toque e malicia

Na arte de ser doçura

E ondulações em frêmito

Desejo sobe a eclusa

Chega a secar os lábios

Ao mesmo tempo

Que as aguas minam

É o lábio que me quer

Com a vontade que me pede

E todo restante tremulo

Fez até o suspiro sorrir

Eleva o encanto de mulher

E o coração bate em cada lugar

Percussão sobe o percurso

O que te parecia carinho

O choque de elétrons

É o calor que congela,

E seu plexo, num calafrio extasiado.

E aconchegado com calor

Prenuncio do tesão aclamado

Sobre a tutela da arte do tato

E o amor do afago

Que lhe toma por inteira

Será sempre fênix que

Quando a toco se incendeia

Sedenta, nasce um novo.

SÉRGIO CUMINO