Pálpebras declinam em reverenciar
Mente mergulha ao seu centro
Dissolve os tormentos
No sopro do benzimento
Como fossem brumas do medo
O passe, passa sem encostar
Se avoluma com a graça
Arrepia a espinha
O conselho da devoção
Não há mais sim! Nem se não!
Vê-se no Olorum
Em meio ao todo é um
Elimina a fadiga da urgência
A alma pede licença
Respirar adormece a dor
Universo está para nozes
Como o Orí para amor
Silencio se ajeita em si
Para reviver o abençoado
Sente-se o vigor da mente
E a menção ao coração
Acalento se arranja cá dentro
Dialoga com o batimento
Absorve e escorre sem amargar
A benção e o anfitrião
O dar e receber, sem entender
Resgate da ternura
Com calor se refaz
Reza sem ladainha
O elo sem corrente
Rio sem marola
É o banho de ventre
A elegância da chama da vela
Ereta, como os fios dos pelos
Abraço do sono acordado
Como a terra fortalece a raiz
Culto e seu fruto
Benção em mutação
Passe do calor da palma
a magia escrita na mão
Canta a sua frequência
O coro de todas as benças
SÉRGIO CUMINO – O CATADOR DE RESENHAS