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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

SONHO DE RAPEL

 

SONHO DE RAPEL

Amar essa mulher
Como magia de verbena
E o doce de sua boca
Faz-me sorrir sozinho
Na guarita do meu quartel
Como um prêmio de megasena
Que nasce essa vontade louca
De tanto balbuciar de improviso
Cheguei a cruzar um vizinho
Esse Pergunta:
 ”você viu o passarinho?”
Era hora de ir para papel
Fiz questão da caneta de pena
Para ser mais preciso
Meu respiro um poema
Aconchego e ninho
Assim o sonho se desenha
No meu bloco de tomar nota
Do meu caos e princípios
E o pulsar que acompanha
Nas ladainhas corriqueiras
Esteja na labuta ou de bobeira
É um gelinho na barriga
Chegada desse sonho de rapel
Feito raio o corpo assanha
Vontade de menina arteira 
E os olhos tornam emblema
Um portal que o querer irriga
E o desejo da mão regadeira
Que percorre todas as veias
Vasos, artérias e flores.
E que batam os tambores
Rum aos taiko do oriente
Sua essência já me permeia
SÉRGIO CUMINO

sábado, 24 de novembro de 2012

SAUDADES DO MENESTREL

SAUDADES DO MENESTREL


Falta que você faz
Chega a dar insônia
A ausência assalta
Desfaz a colônia

Desde lá na beira dos confins
Onde os sonhos brilham como sol
Olhamos o mundo de uma ribalta
Pedi um presente assim


Para saudade não precisa tempo
Deve ser sócia do vento
A coisa é boa ela se instala
Confidente do pensamento

 
Até os passos ficam saudosos
Dançam na rua alagada
As vitrines do centro
Inspiram, e o lembrar estala

 
A saudade tem suas maldades
Entra-se de atravessado
Como um espinho parado
Sonho amarga e o medo poda

Em tom de realidade
Resgata o rococó moral
Assume que não roga
Penitencia abate

Faça da saudade acamada
Cânticos dos trovadores
Com coreografia ritual
Responsável pelos calores

Perambula em extremos
Viva intensidade dos sabores
Ao mais subjetivo paladar
Saudade será aclamada
SÉRGIO CUMINO

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

TUTELA De EROS

                       

 TUTELA De EROS                         

O resgate do seu melhor
É deixar a  desordem na sala de espera
E sonhos desiludidos, voltarem,
Em uma logica que não se entende
Puros sem couraças, nus.
Tornamos  anfitriões  de nós
Amar na noite do inverno
Alta madrugada
Ninho rimando com vinho
Celebrando céu e inferno
para gozar a primavera
desjejum à távola do agregar
Por a mesa, projetar, construir
Doar-se ao que te penetra
Na graça que surpreende
Universo de tudo de bom
Que não se quer parar
Em processo, movimento, ação.
Faz da vontade arte
Cirandas da esperança
Concebe  boa parte
Tira-nos te todo pelejo
A ponto das avarias da alma
Mesmo nas caladas escuras
 A Lua dar sua benção
E humores de bom astral
Ilumina a aeróbica das ancas
Nas regiões dos desejos
Criam-se trilhas entre arrepios
E todo movimento transversal
Curvas que escorrem as aguas
O corpo cuidado com a mão
o principio é o caos
alegria de ser puro
E volta à aquele namoro
Na cabana de lençol,
Colherzinha na boca
Cachorro de baixo da cama
Quando não sentir o chão
Acredite não é louca
Só deu o intuitivo ao tesão

SÉRGIO CUMINO

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

MÃOS PEREGRINAS

MÃOS PEREGRINAS


Os dedos foram passear

Pelas veredas da virilha

Depois das cambalhotas

Apreciar a área ribeirinha

Há calor entre as gramas

Aquece o dedilhado solo

Quando patina por superfícies

Lisas e macias

Graça das sinuosas coxas

Brincadeira de criança

Anseio de menina

Que escorre pelo seu colo

Para descansar a palma

Dando-se quente

No mirante das ancas

Sobre proscênio das pernas,

Curvas e entradas

Do seu encanto

Os dedos se declararam

Foram arautos e intensos

Revelaram os segredos

Da linha do amor

Linha da vida

De viver o destino

Assinado com mágicos toques

Amor, dedo e vinho.

Unhas como bico da pena

As digitais como xilogravuras

Impressas a cada centímetro

Os pelos são testemunhas oculares

Levantaram e assistiram em pé

Nas trilhas da sensual figura

A marcha da pegada

Do toque e malicia

Na arte de ser doçura

E ondulações em frêmito

Desejo sobe a eclusa

Chega a secar os lábios

Ao mesmo tempo

Que as aguas minam

É o lábio que me quer

Com a vontade que me pede

E todo restante tremulo

Fez até o suspiro sorrir

Eleva o encanto de mulher

E o coração bate em cada lugar

Percussão sobe o percurso

O que te parecia carinho

O choque de elétrons

É o calor que congela,

E seu plexo, num calafrio extasiado.

E aconchegado com calor

Prenuncio do tesão aclamado

Sobre a tutela da arte do tato

E o amor do afago

Que lhe toma por inteira

Será sempre fênix que

Quando a toco se incendeia

Sedenta, nasce um novo.

SÉRGIO CUMINO

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

BELA QUE FAZ BRISAR

 
BELA QUE FAZ BRISAR
 
Tão linda, que perdi o discurso ensaiado·.
Cancela o compromisso do fim do túnel
Invisto meus sentidos nos dengos do futuro
Essa troca aquece a subjetividade do querer
 
Tão bela, que as palavras molham.
Sou toda fonte para saciar a sua sede
A boca que beija no incrível do suspiro
O encanto, esse sonho, delírio.
 
Tão linda, que revejo meus tratados.
Somos um todo sob signo do anel
A beleza, que alimenta o amor puro.
Até a sincronia deixa a duvida sem rumo
 
Tão Bela, que deixa o fogo inspirado.
E a sinergia se excita em ser
E o pensamento a se atrever   
A leva-la ao ninho nosso retiro
 
Tão linda, que parece pecado.
O tempo é o mesmo em estilo    
Escrita, cio, poesia e o réu.
Vivencias do querer noturno
 
Tão bela, olhos de mel.
Sabor do signo do café diurno
O bolo e o chantilly                
Fabricamos o biscoito fino
 
 
Tão linda, parece coisa do divino.
E aos encantos me declino
Tudo o que nos faz sentir
E já partilhamos ao léu
 
Tão bela, que reluz o viver.
Tempero com alecrim
E seja lua cheia ou sol a pino
Renascem os selvagens extintos
 
Tão linda, que a razão vira bruma··.
São vontades e seus acalentos
Corpos colados, macho e menino.
Menina flor delicia mulher
 
Tão linda, que erro passos coreografados·.
 O resto eloquência do instinto
Encanto, magia sob o véu.
Envolve como plumas
Tao linda que encanta bela.
SÉRGIO CUMINO

 

sábado, 10 de novembro de 2012

DELICIOSO PECADO DA GULA

DELICIOSO PECADO DA GULA

Que boca gostosa,


Que me leva a devaneios,

Coreografa meus pelos,

Na alegria dos arrepios

Engole-me enquanto me olha

Como seu macho dominado

Mesmo que involuntário

Retiro seu batom

Orquestramos o frisson

Com sua saliva a capela

Aguçar sua boca gulosa

E outros quereres mais,

Sem sim, sem não.

Faz secar meus lábios

E inspira minhas abstrações

Eclodem em suspiros gozosos

Faz o sentir viril

Elétrico como raio

Quente como vulcão

Encanto e a encantada

Minha relva é sua selva

Torna-me caça, e premio.

Declaro-me com pulsações

Desenha meu amor

Quando roça seu céu

Põe o êxtase em orbita

E todas as aventuranças

Vertebras em bossa

E os cabelos cachoeira

Que banha meu quadril

Cultiva meu cedro

Sorve-o como fruta madura

Com apetite felino

Faz-me doce de criança

SÉRGIO CUMINO

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

ESPELHO DA PAIXAO

 

ESPELHO DA PAIXAO


Olhos que revogam

O medo de ser

Ilumina meu bem querer

Adoçam o amargo

Inspiram pensamento

a abrir as cancelas

Destroem as mazelas

Comovem sem dizer por que,

Traduzem sentimentos

do jeito que os embola

por suas quimeras

Pelas veredas que vagueio

O olhar que sabe laçar


Ignora mundo lá fora

Dá-me rubor que tonteio

Selvagem como pantera

Magia lagoa encantada

Manda rancor embora

É nele que me perco

Mergulho me afogo

Onde tudo é emoção

Sonhos eu transformo

Pintados do seu jeito

Amendoados camaleoa

como doce verde e mel

que me tira o ar

revela desejada

Que da razão caçoa

Porque sentir é do coração


Faz o mundo parar

É um olhar que me despe

Pela visão enamorada

Atiça vontade louca


O corpo estremece

Pelo olhar da amada

Conduz todo tesão

Olhar de apaixonada



Não ha descrição

Se neles escorre lagrimas

A mim enternece

Eloquente diz a boca

O quanto ser beijada

SÉRGIO CUMINO