ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

domingo, 25 de julho de 2010

AVERSÕES

AVERSÕES

Não sei como falar
gostaria de estar
trocar carinho
bulir sorrisos
sentir arrepios

Dúvidas doem
deter-se frustra
só sonhar.Não sei.
é importante , vale muito
mas não sei

O carisma às avessas
ou catarse unilateral
não sei,
não sei chegar
e a que ponto apaga

Amor de pernas curtas
Sem tempero
Não têm apoio/
Fico sem saber
Amor efêmero

escuto música ?
ou bebo minha duvida até
a ultima evidencia insólita?
É um amor numa força
e não recicla ?

como a dança da caneta
sem tintas,é o carinho
do poeta, sem alma.

a menina e seus sentimentos
que não filtram
não sei.
SÉRGIO CUMINO

quarta-feira, 7 de julho de 2010

PINTURAS DE VONTADES NUAS

PINTURAS DE VONTADES NUAS

Sonhei com seu corpo nu
Sonho dando vida ao quadro
A pintura que os sentidos bradam

A luz, a alma que a arte expõe
Cenário, o que traduz o intimo.
Delicadeza que a mulher exala
Quarto que a noite aconchega
Que o sol se faz presente

Nas pinceladas que as marcas revelam

Marcas na pele, desenhadas,

Desenhadas pelas rendas intima

Sonhei com seu corpo nu

Com o som que o silencio produz

Orquestrado pelos quereres

Como se fosse a terra

Da ternura e feminilidade

sob uma lua mágica

aquela que por muitas noites

apareceu pelo quadro da janela

invadindo nossa cama

pinceladas de um pintor poeta

iluminando a graça da minha dama


Sonhei com seu corpo nu

Dando poesia ao sonho

Abençoados por Oxum

Magia de nossas vidas

e arte ao nosso quadro

em traços suaves

com desejos de cores vivas

dessa pintura do tempo

contrastando a pele clara

a luz azul da lua e o vento

invade o gozo e a nave
Sonhei com seu corpo nu

presente,ausente e eterno

com graça , formas e traços

sonhos, beldades de cor azul

como e castelo contos de fadas

à torre com a boca em escalada

saboreando a subida em espiral

levando o calor ao topo da amada

conquista do guerreio medieval

a deixo sem norte começando do sul

ascendendo em ti até meus braços

Sonhei com teu corpo nu

Morada de muitas essências

alma de muitos mistérios

minha fêmea meu castelo

quando quereres são residência

baluarte de puro desejo duo

cada degrau nos torna amantes

construindo magias e deletérios

contra inveja, feitiços, mandinga

ascendendo ao amor e a sermos

tudo que a beleza declama abriga

Sonhei com seu corpo nu

De alma serena linda e viva

Conduzido por cordas e beijos

Quente transformado em ser

Revelando o dialeto físico

Que alçam e laça os desejos

Que se quer o coração deixa

Mexendo o remelexo do sexo

misturamos sonhos e crenças

abertos projetando nosso plexo

para o toque o trote místico

Sonhei com seu corpo nu

Que arrepia quando a chuva cai

E sente o calor que o toque faz

E aconchega quando a pele atrai

juntinhos uníssonos e ternos

de corpos, bocas e suspiros

mil e uma noites a memória traz

renova a noite que, estará porvir

banhada nas águas de Oxalá

fazendo a pele doce sentir

o toque e carinho despertar.


Sonhei com seu corpo nu

Revivendo momentos eternos

Desde o guardião dos seus sonos

Caminhando os dedos apaixonados

Em sua pele macia desenho que somos

Desfazendo tensões e nós amarrados

até os músculos e nervos

aprisionados pelos maus olhados

Sucumbi à dor efêmera

Mãos protetoras dos seus sonhos

vagueiam pelo corpo a fêmea


Sonhei com seu corpo nu

sonho dos mais apaixonados

daqueles que acende o corpo

e aniquila as sombras e a dor

quando vem e deixam atados

num quadro de paixão e norte

dando sentindo as cores

transformando a arte e os poetas

que para novo amor há uma morte

uma galeria de forma de amores

fazendo de nossa vida pinturas ascetas

Sérgio Cumino

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A VIOLA QUE TOCA O CÉU


A VIOLA QUE TOCA O CÉU



Na guarita d’alma, da jovem guarda

Escreveu ao mundo no coração de papel

Lembranças de quando sentado na porteira

Menino da gaita dando Adeus a Mariana

Começou lá como pescador em sua barca

navegar pelo Araguaia a sombra do chapéu

Nos braços e abraços com a viola parceira

de olhar no espaço de frente a cabana

Choupana, onde contempla via láctea

banha-se em si , em lá, em sol , sob céu

Para quem domina arte pingo é goteira

Que vira rio atinge o mar, chega a Havana

Avança fronteiras como boiadeiro laça

O touro, com a vida sem deixá-la ao léu

Assim fala do mundo cantando sua aldeia

Grande pai trás seus filhos de carona

Em família a saudade da terra passa

Retratando o sertão em cima do corcel

Marcando estrada com a vida violeira

Com filho adotivo, ou filho da ficção

A magoa do boiadeiro é que parelha

Anjo triste do menino com a sanfona

As violas com violeiros na praça

Encanta as doces notas como mel

E na tela Ana Raio com Zé Trovão

"Pirilampo & Saracura", lampeja

Arte de caboclo culto ao violeiro

A panela velha de cada dona

Prepara a oferenda ao sagrado

O Divino espírito do sertão

Louvor a viola que toca o céu

nas notas do violeiro errante

Natureza é Paraíso do pantaneiro

De João de barros ao rei do gado

Vida levada por ventos Uivantes

Que passe quatro décadas ou até seis

Coração Estradeiro do poeta menestrel

Sabe ser nobre sendo bicho do mato

Porque é musica, é Sérgio Reis.

Sérgio Cumino