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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

QUERO DAR UM CHEIRO

QUERO DAR UM CHEIRO

Quero dar um cheiro nessa flor
Primeiro com o olhar
Para o aroma dilatar as pupilas
Com toda fragrância felina
Com as mãos de jardineiro
Como brisa matinal
Acarinhar suas pétalas morenas
Delicia de aroma menina
Fez-me despir por inteiro
Diante do brilho dos olhos
Arrebata com a leveza da pena
Quero cheirar essas mechas
E declamar a poesia do silencio
Como tranças cheias de amor
Quero contornar esse colo
Entregar-me ao ouriçar dos seios
Que apontam como flechas
Que penetram meus desvarios
Quero os segredos desse solo
Que exala de sua pele
Roçada com meu calor
Entrego-me não penso.
Mergulho lago encantado
No repouso de suas águas
Semeada numa terra divina
Com cachoeiras cristalinas
Melo-me em água sagrada
Assim que chega a mim
Como sol que aquece
E me queima com ardor
Que aconchega a alma alada
E seu raio rejuvenesce
Flutuando que te quero
Num movimento sem fim
Com suor que a rego
Quero cheirar essa flor
Num estado delirado
De um corpo tomado
Por uma mulher em êxtase
Com a Profusão das auras
Mistura dos olhares
Elixires amalgamados
Meu colo te pertence
Faz-me ser de muitas faunas
Com mel temperado
Pela saliva amada
E seu Corpo é massageado
Explorando sua flora
Como semeio terra sagradas

SÉRGIO CUMINO

sábado, 27 de agosto de 2011

OLHOS VENDADOS

OLHOS VENDADOS

De que adianta os olhos vendar?
Nem a venda cabe reprimir
Toques fazem arrepios
Os sentidos cantam livres
E a pele põe a sentir
Num ato em que vibres

A quem roga por calar?
Não faça do outro, o medo seu.
De que adianta não falar,
Se o olhar denuncia,
A palavra assedia.
Cresce mais o desejar

De que adianta disfarçar?
Faça saboreado, o gozo seu.
Para não virar caixa vazia
Numa noite sem matilha
Entregue a águia rapina
Como o mito de Prometeu

Porque tanto “pode não pode”?
Seu corpo é sábio
Seu vento homem sacode
Unidos num sensual laço
Num balé cheio de fome
A sorver o mel do lábio

Porque faz do novo, perigo?
se pensa preservar amor perdido
E que a couraça não se rompa
Assim jamais viverá seu, apogeu.
Nem despirá toda roupa
Para seu amado atrevido

De que adianta tantos conformes?
Assim leva o corpo em lapide
A uma paixão que explode
Em vontades de te amar
Calores que te subiste
De poder te fazer melar.

SÉRGIO CUMINO

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

JORNADA DA ALMA

JORNADA DA ALMA


Viver é a prosa com a jornada
Saborear tudo que há na lida
Se ativer ao silencio falado
Calejando seu pé andante

Que ilumina essa rotina apagada
Ascende o mistério que investiga
Reverencia a lua crescente
Mais sentido do que avistado

Que lua, você notou?

A força da alma ao espirito castiço
Atento ao passo que dará adiante
Lei que não era torna ser, o que sou.
Agora me observas de tanto olhado

Vivencia o sonho mestiço
Protagonista da busca bandeirante
Pulsa a própria essência sem labor
De pé na terra, cheiro de mato.

O ar que respira, voa ao infinito.
Sinto-me cometa que aponta horizonte
Seu olhar faz o sonhado, real sonhador.
Transforma a qualidade a cada ato
SERGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ

terça-feira, 23 de agosto de 2011

NESSA JANELA

NESSA JANELA

Nessa janela, brilha Fêmea.
Como um raio de desejo
Que invade o recinto
Com feminilidade dourada
Com meu querer lampejo
Minhas células em coral
Vibrante do que sinto

Nessa janela brilha o sol
Como um astro em passeio
Como o palhaço Carlito
A razão indo à caminhada
Dá-se inicio ao primeiro beijo
E imagens de vontade animal
Pensamentos como labirintos

Nessa janela brilha os lábios
Que pedem os seus seios
E deixa - os em pino- ouriços
E arrepiados como amada
Aos seus encantos me arqueio
Como mestre sala de carnaval
Conduzo-a com meus instintos

Nessa janela brilha carmim
E a luz visita o traquejo
Desmistifica meus vícios
Recebe a poesia que aflora
Deixa-me todo cambaleio
Entre sonho e o real
Mistura o eterno feitiço

Nessa janela brilha Olhar
Descreve-me onde não vejo
Encaminha-se a novos inicios
Faz a vida ser agora
Atira-se roliço e certeiro
Numa excitação original
De palavras e rabiscos.

SÉRGIO CUMINO







domingo, 21 de agosto de 2011

CASTELO ASSOMBRADO

CASTELO ASSOMBRADO

Ausência vilã de toda saudade
Hálito frio do vácuo no estomago
Eco do - cadê você? Vibra por dentro
Mistura ao cantar calmo da chuva fraca

Amalgama além do tempo e idade
                 Aconchega-se em profundo cântaro                                
Declarando o encontro com o centro
A poeira do pensamento abraça

Um dueto em passeio pelo universo,
Para que se deguste essa paixão
E o Calor desapega dos fatores,
Os que barram, com blitz da alma.

Preenche-se o vão com cada verso
Porque o Amar é flutuar em ação
Mistérios é o encanto noutros valores
Falei para o vento que sinto sua falta

Em traços livres o sabor do amor
Do amargo medo ao caramelo desejo
Sua luz aqui é o carisma da imagem
Amago que ilumina nossos  assobradados

Abraçados no desenho do vapor
Meu corpo roga pelos seus lampejos
Edifico o castelo na linda paragem
O vazio acaba quando apaixonados.

SÉRGIO CUMINO

terça-feira, 16 de agosto de 2011

SABOR INTÍMO

SABOR INTÍMO

Que sabor é esse?

Que não consigo experimentar

Lança-me a tantos mundos

Pela graça especial de olhar


Que sabor é esse?

Que faz seus lábios brilharem

O deixa reluzente

Quando esta a saborear


Que sabor é esse?

Que sua alma suspira

Como um encontro

Intimo com o luar


Que sabor é esse?

Que não sacia

Que a renova

A cada assanhar


Que sabor é esse?

Que treme seu corpo

E arrepia seus desejos

E faz seu corpo queimar


Que sabor é esse?

Que a faz desejosa

Ascende carinhosa

Que cuida para florar


Que sabor é esse?

Que faz escorrer seu mel

Emerge a fêmea selvagem

Loba uivante sob céu


Que sabor é esse?

Se quiser me revelar

Abraça-me nua

E comece a sussurrar.


SÉRGIO CUMINO

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PRECISO

PRECISO

Preciso respirar seu ar

Sinto-me sufocada sem ele

Preciso de suas mãos

Macias a me ocupar

Faz dos meus sentidos quereres

Preciso que me invada com olhar

Numa dialética cheia de emoção

Descrever com arte meu ser

Preciso da sua boca a me saborear

Gulosa orquestra toda minha paixão.

Preciso entender o grito de liberdade

Que me leva ao encontro do infinito

Preciso da chama que sabe atear

Quando seu corpo diz que me quer

Preciso desse novo sem gabarito

Que surpreende quando me faz gozar

Preciso desse homem que me faz mulher

Que deixa melada só por pensar

Entrelace a magia dos genes

Preciso que misture suores

Com desejo me faz queimar

Fico louca quando gemes

Preciso dos sentimentos germinam

Aqueles que só você faz brotar

Preciso do arrepio na nuca

Esses que me faz sussurrar

E que me sorva como fruta 

 
Preciso que hidrate minha pele

Sentir seu corpo colado

Pulsando desejo quando me rele

Preciso que me lace com seu abraço

Aconchegue-me ao seu calor

E eu o faça um homem amado.

SÉRGIO CUMINO

domingo, 7 de agosto de 2011

PAI TONINHO DE XANGO

PAI TONINHO DE XANGÔ

Pensar no signo do amor

Vem aquele tem doação na fé

A palavra que aponta o caminho

A missão que se cumpra o destino

Seu sorriso profundo traz axé

Com as folhas anula o rancor

É servindo que conquista a Benção

Seus filhos são pássaros no ninho

Assim aprendem:

A reza dos ventos

O encanto das aguas

A magia do fogo

O mistério das matas

Que viver é o processo a redenção

Sente no peito a luz vibrar

Onde Ifa aponta a vida em jogo

Aí o filho se declina ao pai, por emoção.

Na simplicidade que aprendemos amar

Junto se cultua o solo sagrado

O templo é o útero, nosso bosque.

Onde comem e dançam os Orixás

Da harmonia com olorum vem o perdão

E acalma o filho que sofre

Encontro com axé torna proposito

Caminho ao infinito é ir a própria essência

Ser como pai, homem e menino.

O amamos e somos amados

Vencemos o medo e as carências

Contigo não nos sentimos sozinhos

Seguimos firmes nesse mundo insólito

Sob a proteção do machado

De nosso Pai Toninho.

SERGIO CUMINO

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

BRANDA LOUCURA

BRANDA LOUCURA

Seu carinho é como vento

Que esvoaça meus cabelos

E deixa meus sentidos atentos

Aguça a ereção dos pelos

Baila como bambuzal ao tempo


Seus olhos brilham desejo

Como sol sobre a lagoa

Diz que me quer todo dentro

Diz ser toda minha com lascivo beijo

Dando curso a vida atoa


Contemplo-te entre suas coxas

O seu corpo o mais doce horizonte

Pernas e meu tronco formam uma serra

E os quereres umedecem sua fonte

Torna viva, deliciosa fêmea.


Sua boca respira meu ar

Gemidos ecoam em ebulição

Vibram como ondas do mar

Revela embriagada paixão

Em meus braços entrega-se louca

Seu gozo faz da minha alma branda.

SÉRGIO CUMINO