SECOM PIMENTEIRA
A Pimenta é o microfone
Do Deus da comunicação
Que dá a palavra falada
Seu justo itinerário
As asas da difusão
Exu tem entrada livre
Nos palácios dos pensamentos
Nas aldeias dos sentimentos
As possibilidades aos livramentos
Na culpa dos sectários
É Orixá de movimento
Desejo e obstáculo
Dialética do palavrório
Revolta a quem se atreve
Senhor Pimenta,
Nosso Padê Senhor não representa
a comunicação social
Se quer o vermelho do dendê
É arauto do sistema
A narrativa do arbitrário
porta voz do feudo
Dessa fraude hegemônica
Chuta os caixotes eloquentes
Daqueles que lhe deram palanque
Pelas praças progressistas
Represa as ondas virtuais
Com esmolas indecentes
Omite o cadáver que não se vê
Com embuste cumplice
Criminaliza mulheres ativistas
Serra as cordas do cordel
E deixa a forca dos homens pretos
E as resenhas das calamidades
O que mudou nesse bordel?
O que informa se deforma
O que se ouve não pode crer
Vejo que gosta do poder
E como imposta sua vaidade
Nesse programa reacionário
Maquiado de revolucionário
Quem é pelego não disfarça
É inflado pela vaidade retorica
E a conta nas costas do vulnerável
Pelos interessados da confusão
Da comunicação privada
Por meios públicos
E suas ações rasteiras
Meu Bará, não posso calar
Há um secretário
Pimenta senhor estraga Padê
Mecenas da ilusão globalizada
Secom a pimenteira.
SÉRGIO CUMINO - CATADOR DE RESENHAS