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sábado, 29 de julho de 2023

SECOM PIMENTEIRA

 SECOM PIMENTEIRA 

A Pimenta é o microfone 

Do Deus da comunicação 

Que dá a palavra falada 

Seu justo itinerário  

As asas da difusão 

Exu tem entrada livre 

Nos palácios dos pensamentos 

Nas aldeias dos sentimentos 

As possibilidades aos livramentos  

Na culpa dos sectários  

É Orixá de movimento 

Desejo e obstáculo 

Dialética do palavrório 

Revolta a quem se atreve  

Senhor Pimenta,  

Nosso Padê Senhor não representa 

a comunicação social 

Se quer o vermelho do dendê 

É arauto do sistema 

A narrativa do arbitrário    

porta voz do feudo 

Dessa fraude hegemônica  

Chuta os caixotes eloquentes 

Daqueles que lhe deram palanque 

Pelas praças progressistas 

Represa as ondas virtuais 

Com esmolas indecentes  

Omite o cadáver que não se vê 

Com embuste cumplice 

Criminaliza mulheres ativistas 

Serra as cordas do cordel 

E deixa a forca dos homens pretos 

E as resenhas das calamidades 

O que mudou nesse bordel? 

O que informa se deforma 

O que se ouve não pode crer 

Vejo que gosta do poder 

E como imposta sua vaidade 

Nesse programa reacionário 

Maquiado de revolucionário 

Quem é pelego não disfarça 

É inflado pela vaidade retorica 

E a conta nas costas do vulnerável  

Pelos interessados da confusão 

Da comunicação privada 

Por meios públicos 

E suas ações rasteiras  

Meu Bará, não posso calar 

Há um secretário  

Pimenta senhor estraga Padê 

Mecenas da ilusão globalizada 

Secom a pimenteira. 

SÉRGIO CUMINO  - CATADOR DE RESENHAS

terça-feira, 25 de julho de 2023

PRETA PEROLA

               PRETA PEROLA           

Quando a vejo, Negra bela

Sussurro aos ventos de Oya

Cantigas suspiradas a capela

E conflitos doutras quimeras

E faz meus pelos arrepiar

Floresce em mim frutos

Pensamentos navegam

Com a dimensão do mar

Refletidas no brilho da pele

Faz-me homem e não bruto

Que me toca negra mística

Como deuses evocados pelo tambor

A busca de caminhos que me leve

Banho-me em suas águas Límpidas

Limpando os aforismos mortos,

Dando brilho e tirando rancor

Aos olhos d’alma é negra essência

Todas mais desenhadas por Oxumaré

Para ser eterna marcada no Olorum

Com graça, pele, cheiro e sabor

Faz da nudez transcendência

Seu brilho é flecha de Ode

Com poção preparada por Oxum

Com ouro, amor e mel

E altera meus sentidos e rumos

Nas corredeiras do rio

Que leva ao oceano de encantos

Onde origem de seu calor é dendê

Seus sonhos de raça é seu céu

Sua natureza negra seu Axé.

Sentir seu corpo falar, é te ler

Seja nessa língua, ou dialetos bantos

Orgulhar-te de sua pele, é saber SER.

SÉRGIO CUMINO - O POETA DE AYRÁ