ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

terça-feira, 24 de setembro de 2013

CARURU DE COSME E DAMIÃO

CARURU DE COSME E DAMIÃO
Ao deleite do colo
Encantado da Mae Osun
Esta o júbilo de Ibeii
Mais que um é dois
Além dos irmãos tem Doum
É o lúdico dentro de si
São reinos sagrados
Que adoçam a sorte
Abençoam-nos aonde for
Traz a inocência que perdemos
E mãezinha sempre diz
E adoram um caruru
São como feijão com arroz
Prosperidade é seu forte
Alimento do bom humor
Seus traços gêmeos
Norte e sul
Florada e raiz
Agora e o depois
Vida e a morte
Mas para saúde
Ibeji é doutor
Cura os males que temos
Cores são flores
Vermelha, movimento
Branca é a paz
Rosa de Yabá
E azul é o horizonte
Do jardim da espontaneidade
Esperança ao que queremos
É o mundo feliz
Da alma é a voz
Amparo e o suporte
Da um sabor ao amor
Candura que tanto faz
Torna olhares pueris
Faz-se festa com cocada
Guaraná e gibis
São deuses do nosso interno
Que nos fazem homens plenos
Com essências infantis
SÉRGIO CUMINOPOETA DE AYRÁ
DEDICO ESSE POEMA AO MEU ERÊ OXÉZINHO,

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

MAGIAS DAS SETE SAIAS

MAGIAS DAS SETE SAIAS
 
Ela gira pombo gira
Ela gira sua magia
E cantem os sete trovões
E brindem com as sete taças
Chega dos sete vales
 A moça de sete saias
 
O segredo, dos corações.
Ela conhece o desenlace      
Balanço das vibrações
Abre o sorriso de sua face
Ela gira pombo gira
Ela gira e não vacila
 
Com balanço de sua saia
Suas rendas traçam o amor
Faz o giro e atinge a raia
É uma moça de conhecimento
Quando dança formosa
Da vida e movimento
 
 
Ela gira pombo gira
Gira até quem não sabia
É o encanto das sete rosas
Quando gira nos barracões
Não há feitiço que não desface
Com sua poesia gira minha prosa
 
Quando baila nos corações
Sobe rubor a sua face
O pedido vai com a canção
As sete moradas celestes
No mistério do seu leque
O que pede vem à mão
 
SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

CELULAS VIDENTES DE CORPOS ARDENTES

CELULAS VIDENTES DE CORPOS ARDENTES
Fascínio pela boca vem do beijo dos olhos
O que recordo me recorta em partes plenas
O sentir torna suspiro do discurso do querer
O louco trovador alicia a ternura do apego
Coreografa o convite a dança do dorso
Assim como o vento mistura os cabelos
Oriundos dos suspiros sensuais de Oyá
Os dedos acendem lampejos e alvoroços
O lábio desenha cada canto de minha preta
Acalenta o jeito meigo que a caricia acena
Seca sua textura aguça a sede de lhe beber
Como aguas sagradas quem vem a banhar
Arrepios umedecidos a reveria da saliva
Bocas que misturam o pensar onde for
As pernas se envolvem e fazem elos
Corpo se faz cumplice à esperança ativa
As imagens aventuram nossas mentes
Fazem-nos devotos a deusa do amor
As palavras que unem o com a paixão
Semelhança entre sua graça e a flor
Dá sabor às nuances da saudade
Ritmado as ilusões do coração
E os arrepios causados pela beldade
É a espiritualidade das células videntes
Sussurram a sua pele nossa canção
Leva-me ao transe do não sei quem sou
Volição faz poesia ao roçar os dentes
E a entrega diz – me leva que eu vou.  
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ