ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

sexta-feira, 27 de maio de 2011

HABITA-ME LEOA

HABITA-ME LEOA

Reine em mim como leoa
Cabeleira da boca gulosa
E a noite penumbra,
Para que as libidos brilhem
Enquanto a língua escorre
Seu feitiço molhado
Toda sinergia camaleoa


Como a lua de magia felina
Que conduz sentidos
A dança da boca honrosa
E a caricia que se cubra
Com ousadias que se aticem
Meu desejo te percorre
Em um toque amor alado
De quatro desenha-se canoa

Esse batel de mulher e menina
Seu corpo por onde deslizo
A sedução da flor vaidosa
Para que calor suba
E os prazeres se permitem
Que sua garra me consome
Perante o silencio falado
Para preencher a noite atoa

Com sua poesia que me fascina
A ser o homem que te destino
arrepio da pele desejosa
é o gozo que a ti desnuda
quando a tudo nos permitem
e toda ousadia nos absorve
em caçador e caçado
pelo gozo da selvagem leoa

SÉRGIO CUMINO



terça-feira, 24 de maio de 2011

ABDIAS O SEMEAR DA RAÇA


ABDIAS O SEMEAR DA RAÇA
Homenagem ao Negro Abdias do Nascimento.
Morre um negro ativista

Cujo legado floresce

Fala frágil de voz vivida
Esta em mim, em ti, no olorum.

Ressoa nas rodas de esperanças
 Não como forma, instinto.

Multiplica-se! Não é mais um.
 Sabedoria além dos embriões racistas
 Virar santo não padece
É caminho nesse labirinto
O homem, líder e poeta,

Supera a palavra “jaz“
 
Agora é mito

De jovens de bem aventuranças
É curso para quem não tinha meta
Está na Inflexão dramática do ator
No sacolejo da bandeira do movimento
Com a graça, dos traços do pintor.
Descreveu com supremacia senil
Que viver é estar em posição de paz
E ser a vida com graça
Mostrou
Desafinação do mundo como Realejo
E tornou
Nossa referencia de todo parlamento
Mostrou o respeito para sua raça
E o preconceito como ensejo
Seu nome já é a pista
Recebe o Nobel de Oxalá
Conquista de todos os dias
Atravessou fronteiras com sua casta
Jamais morte, eterno Nascimento.
Depois de Abdias

Seja aqui, seja acolá.

Ser negro não é mais fato
É Compromisso!
SÉRGIO CUMINO - O POETA DE AYRÁ 
O defensor das causas negras Abdias do Nascimento morreu  (24/05/2011), aos 97 anos, dois anos se passaram e sua arvore cada dia se fortalece mais.


sábado, 21 de maio de 2011

LAGO ENCANTADO

LAGO ENCANTADO

Imersão
A magia que nos prima
É sermos mergulho e lago
Feminino e masculino.
É a criação de nossa sina
Numa trança de mimos
O útero do afago

Inspiração
Singular aroma
Faz-me amante poeta
Mimam-te, mimado
Somos nus, somos soma.
Eloquência cósmica
Intimidade asceta
 
Sedução
Cuidador e cuidado
Submersas almas
Percepções cíclicas
Estado de leitura
Sem discursos armados
Arte e arteira

Vibração
O galope e a calma
Vontades e suplicas
Olhares que fissura
A dialética do orgasmo
Dança das frequências
Em vibrações faceiras
 
Felação
Que arrepia estruturas
Excita os ossos
Rompe amarras
Voláteis espasmos
Engolindo essências
Pintando dorsos
 
Respiração
Nesse lago falta ar
Onde Eterna seiva
Acorda dormências
Amado e amada
Desperta a deusa
A magia nos faz amar.


SÉRGIO CUMINO

sábado, 14 de maio de 2011

DESEJO A CADA ETERNO

DESEJO A CADA ETERNO
Desejo,
a cada eterno

Essa boca que me pede
a cada saliva
Esse corpo que se arrepia
a cada pegada
Essa pele que se aquece
a cada carinho
Esse jeito de menina
a cada suspiro
Essa flor que se abre
a cada beijo
Essa fêmea que se atreve
A cada entrega
Essa essência que enfeitiça
a cada lua
Esse olho que comprime
a cada gozo
Esse corpo que se excita
a cada voo
Essa silhueta que provoca
a cada brilho
Esse mel que te sinto
a cada lambida
Esse desejo que me toca
a cada nota
Esses corpos que se esquentam
a cada concha
Essa volição atrevida
a cada rota
Essa musa massageada
A cada celula
Essa mulher que me entrego
a cada deriva
Essa paixão se revela
a cada suor
Esse corpo que penetro
a cada perola
Esse amor declarado
a cada sussurro
Essa doçura que molha
a cada toque
Esse tesão cavalgado
a cada trote
Esse gosto de viver
a cada dia.
SERGIO CUMINO

domingo, 8 de maio de 2011

MÃE ROSA


MÃE ROSA
“NENGUÁ JUFUMIN DE UNZAMBE”

Mãe zeladora dos caminhos

O elo das forças opostas

A harmonia da pétala e o espinho

Imersão nos mistérios KAVUNGO

Altivez da sua copa

Transcende-nos as alamedas assombradas

Integra o nosso corpo com outro mundo

Afaga caminhos de maganza de zaze

Mostra que somos sementes que brota

Após as trilhas marcadas vem o pólen

Adiante do desígnio e rejeição

Torna seus filhos mirantes do além

Ah! Divina roseira

AH! NENGUÁ JUFUMIN DE UNZAMBE

Com amor ensina devoção

Faz-nos crédulo das forças das folhas

Ensina que obstáculo começa na porteira

Mãe nova de santo velho

Como a Mãe terra e o olorum

Sabe o poder do punhado de feijão

E todo encanto do espelho

Faz o axé acompanhar nossas escolhas

E como arrebata o mal da soleira

Porque cada filho é um

Ah! Divina roseira

Mãe zeladora dos designíos

O elo das forças nossas

A harmonia do homem e os signos

Dá-nos equilíbrio na vida faceira

Mãe, Ya, NENGUÁ e flor.

Dá-nos seu colo, afago e roça.

Seu UNZÓ plantado em Salvador

Manifesta a divindade da aroeira

Desponta um mundo com AMOR.

SÉRGIO CUMINO

Kafungo = a Omolu
Maganza de zaze= iniciante filho de Xangô
NENGUÁ JUFUMIN DE UNZAMBE = Nome de zeladora de Mãe Rosa dentro dialeto.
Ya, Nenguá = Mãe.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A DANÇA DA MÃE COSMICA

A DANÇA DA MÃE COSMICA

A mão conduz a dança da vida

Reggando o par dançante

Desliza sobre a barriga

Amor de mãe que se sente

Ciclo d’alma da orbita uterina

Vivencia a dança do ventre

Amor e graça da mãe é sina.

Dá-se a luz na pista do mundo

Seja conservador ou emergente

Sob o disco branco em passos lunar

Dentro da noite quando o sol arriba

Posto no colo zookando até ninar

Cresce forte com sopinhas melódicas

Batuque de colher espalha a papinha

Requebrando a postura alternando o pé

Já estou criando meu próprio sambinha.

Mas minha mãe sempre ensina

Quando a tristeza vira prosódia

Troque o choro, por uma bela salsa.

Deixa-me pronto aos ritmos que vier

Ah mãe quando dança para mim

Cantiga sagrada para ensinar a fé

Seja vestida de chita ou de cetim

Mostra a coreografia do mundo

Assim aprendo a cortejar como tango

Acariciar como a Valsa.

Amar como Flamenco.

Doar-me como brincadeira de ciranda

Sejam todas danças que escolher

Seja duquesa ou lavadeira

Seja Ballet clássico ou gafieira

Será sempre minha Terpsícore:

Mãe deusa da dança

SÉRGIO CUMINO









terça-feira, 3 de maio de 2011

VONTADES TEMPERADAS

VONTADES TEMPERADAS

Vontade de
Acariciar seu rosto,
Fitar seus olhos,
Encontrar meu posto
E buscar seu melhor beijo
E velos surpreendidos, lábios sedentos.
Esses sentidos mundanos
E cortês, sagrado e profano.
Anseios e rebentos

Vontade de
Sentir seu cheiro
Provocar seus pelos
Acender seu plexo
Voar onde o corpo levar
Arrepiar seus seios
Fomentar os nexos
E renascer tudo
Dissertar encantos estando mudo

Vontade de,
Que os sinais despertem
Romper os fios que tecem
A trama de nossos medos
Leva-la além do que sei
Adentrar na caverna sagrada
Com desejos que me valei
Lambida das auras amadas
Acender as chamas de nossos trevos

Vontade de
Entrelaçar as pernas
Desafinar o canto
Aos arranjos melódicos do seu gemido
Fazer juras eternas
Ser salva pela ignorância
De códigos e regras severas
Pureza da entrega ao meu acalanto
Nascer Fêmea de sabor lascivo.

SÉRGIO CUMINO