DEGRAUS DE TODO SABER
Primeiro passo e a pisada do medo
é a subversão do risco
Orientado pela indulgencia alheia
Bom estou só, que ninguém veja
Essa cognição destreinada
Subserviente a apatia cíclica
Lances de uma jornada desconstruída
Dúvida tácita, subia ou emergia?
Ao virar para trás
Após algumas obras desse soalho
Via o mundo que já não pertencia
Num vácuo dos sentidos
Quem sou?
Estou no umbral
Ignorância e o conhecimento
Afrontei o cedro
Duvidei do credo
Degrau de muitos capítulos
Tiraram-me do chão
Sendo que temo voar
Temporalidade relativa
Causa das distensões críticas
E mal sai do lugar
Se a subida é inevitável
Entrega-se ao apreço
Que as panturrilhas sejam letradas
Sob a luz que o olhar nasce
aos iluministas da idade da razão
São lamparinas que acendem
Vislumbres do conhecimento
Dos arcabouços universais
Poetas impõe o ritmo
Como pinturas da filosofia
impulsionam a progressão
Com gracejos a teoria do caos
Dão sentido a alma
Relatividade dos princípios
Por essa escadaria sem fim
As incertezas são ferramentas
Do sobreposto de tantas dúvidas
Paradigma dessa jornada
Serem patamares do dessaber
De uma busca sem epilogo.
SÉRGIO CUMINO – POESIA E A CULTURA DA PAZ