Òsanyìn o Soberano Solitário
Kó si ewé, kó sí
Òrìsà
“sem folhas não há Orixá”
O profundo mistério
ecoa seu canto
com notas aladas
espirito da aria
missa dos pássaros
entre a trança dos cipós
ritmado pelo rum
É o feitiço nagô
Sua sina eremita
Revela ao centro
Suga à relva
Entre todos é o todo
O sangue escuro
O ase é o norte
O sumo do rito
Verde e o ventre
Da alma da selva
O templo bento
É o segredo e reduto
Retiro do sacerdote
Saúda Ewé ó!
Pulmão do olorum
Onde as Folhas entrelaçam
Misturam-se livres
Descubra a si
Liberto pelo amassí
Matas sagradas
Mesmo com a rebeldia
Dos sinuosos ventos
Da graça de Oyá
Embarca em seu fole
Desprende A criação
Espalha-se pelos mitos
Rebento de muitas fontes
Cerne de cerimoniais.
Acender da energia
De cada missão
sob a bênção oculta
do soberano solitário.
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ