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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Òsanyìn o Soberano Solitário

Òsanyìn o Soberano Solitário

Kó si ewé, kó sí Òrìsà
“sem folhas não há Orixá”

O profundo mistério
ecoa seu  canto
com notas aladas
espirito da  aria
missa dos pássaros
entre a trança dos cipós
ritmado pelo rum
É o feitiço nagô
Sua sina eremita
Revela ao centro
Suga à relva
Entre todos é o todo
O sangue escuro
O ase é o norte
O sumo do rito
Verde e o ventre
Da alma da selva
O templo bento
É o segredo e reduto
Retiro do sacerdote
Saúda Ewé ó!  
Pulmão do olorum
Onde as Folhas entrelaçam
Misturam-se livres
Descubra a si
Liberto pelo amassí
Matas sagradas
Mesmo com a rebeldia
Dos sinuosos ventos
Da graça de Oyá
Embarca em seu fole
Desprende A criação
Espalha-se pelos mitos
Rebento de muitas fontes
Cerne de cerimoniais.
Acender da energia
De cada missão
sob a bênção oculta
do soberano solitário.
 
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ
 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

VERSUS SEM VERSO

VERSUS SEM VERSO
 
Condimenta o Lapso
Erra no tempero
Seja na gamela
Ou no vasto campo
Contorna vulnerável
O que vive agora
Não viverá mais
Porque nem será jaz
 
Se corrosiva como acido
Azeda o desejo
Como louça se quebra
Esperança e outros tantos
Vacilo provável
Que o deixa sem rota
No tanto fez
Pelo que tanto faz
 
Desequilíbrio do passo
Que afunda o vespeiro
O vir que não enxerga
O mistério de manto
De ciclo instável
Esboçando a bossa
A cada vez
Que se- sente incapaz
 
Vê mundo ingrato
Por não o verem obreiro
A cegueira emberna
Aleita num canto
Hora vida intocável
De maré que alvoroça
No bale da insensatez
Como jogo de azar
 
Versus o medo casto.
Verso do corpo inteiro
Hora vem que te quero agora
Uma delicia maldita
E sagrada como a boca
O portal que aflora
O que o viver lhe traz
 
SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRA

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

O GRITO DO SILENCIO

O GRITO DO SILENCIO
Para que se escute
Grito
- cadê minha essência? .
Mais que brande
De fora cá dentro
Como fumaça de incenso
Ecoa como um canto
Mas não devasta
O som se perde em mim
Quando parou o trajeto
Faltou para o mito
Esta aquém
No linear do basta
Por volta da carência
Adentre mais ao centro
Ha verdades de sabor ruim
Coreto dos manifestos
Criador de quistos
De tudo que é refém
E o solitário banco
Cai a chuva que acalma
É o coração da praça
Sob o palanque desses conflitos
O encontro da um sinal
Possibilidade pura de submergir
Em si encontra o além
E sua clarividência
E a pureza que vem de lá
O portal do tempo
Do universo atemporal
De um antagônico silencio
Regida pelo branco
Mais puro da alma
O manto de Oxalá
Assim encontra a Graça
Sente o não manifesto
Do pródigo e infinito
Imo da essência
SÉRGIO CUMINO –   O POETA DE AYRÁ