PERSPECTIVA VÃ
É a quimera da visão
Que porta a calada duvida
Restringe-nos ao portal
Que o panorama nos permite
O flertar das figuras
Com intuição animal
Coisa que não persiste
E fumaças nas vistas
Vistas de um ponto
Perdido a esmo
na espessura da ilusão
cálices que a mágoa furta
que simulados e afetados
torna a cena impura
sucumbida a limites
de cunho tridimensional
integra ao desejo e obstáculo
o medo que lhe constrange
sem possibilidade de ação
para que não Perceba
que seu palco é arena
e a fronte o horizonte
E aqueles além da curva
Pisoteado de forma vertical
O retira de sua matriz
Debela qual for a resenha
O faz cego e sai de cena
por pedido de vistas
pautado com olhar moral
sem direito a cão-guia
nem que eu e mim me detenha
ouvirei a vós da maresia
indica onde o céu e o mar
juntos suplicam que há
palmos e palmas que ecoam
delirantes diante do nariz
limpe suas lentes
espiritualize o improviso
de alma à protagônia
Porque nem sempre
passagem de uma peça
de paginas montadas
pautas e parafraseados
Operas de cabimentos
Tocará em sua defesa.
SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803