DIÁRIO DO POETA DE AYRÁ
Surge pelos sentidos
Como profecia de Orunmilá
O cosmo por onde passo
no momento do regaço
Dilema do que eu faço
rasgando me aos pedaços
sem saber se vou para cá
ou às hipótese de acolá
Ajustando os pedidos
manifesto querer chegar
A cada divino com seu afago
Bará ao seu trago
Cônscio de todo o vasto
Atento aos meus embargos
Tirou-me do estado de pedra
Ayrá autorizou me buscar
Oxum me manha com brilho
Dando poesia ao caminhar
Ogum faz dos trilhos atalho
Ao lado de Ode e seu Arco
Iemanjá fez do colo um barco
um ninho de amor agitado
Temperado com dendê de Oyá
E o gosto de viver e amar.
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ