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sábado, 28 de agosto de 2010

AUTO DA BARCA DA NEGRA BERNARDES


AUTO DA BARCA DA NEGRA BERNARDES


Recebi um gesto de varias eloquências
A poesia pode se considerar uma por excelência
Tem também a força mágica que vem do pensamento
Aquela que Oyá trouxe com seus ventos
Flutuando nos ares cuja missão é o acalento
Como a graça das folhas encantadas
Despertar das mentes apaixonadas
Existe aqui reencontro de cada um com si
Mas antes Iyamassê fez submergir no Orí
Aquela arca esquecida nas profundezas do mar
A palavra poética é a chave e o tesouro é amar
E com suas doces mãos entrega-me o machado
Para que rompa as cordas que me vejo atado
São os mistérios guardados em nossos oceanos
Que nunca são os primeiros em nossos planos
Ai o encanto da Negra Bernardes faz lembrar
Através da graça do poema Memórias Do Mar
“Hoje é calmaria que dorme dentro do coração”
E você Nega é a maresia que me enche de emoção
Quando procuro o balanço social da nossa rede
Quando sentia minha alma com fome e sede
No momento em que sinto perder a majestade
Vivendo furacões, tornados e tempestade
Surge em versos a bonança que me acaricia
Me coloca a busca da pesca farta que havia
A premissa que “navegar é preciso”
Que basta abrir a mente e o sorriso
Que o mar da vida saberá ser generoso
A poesia é de fato um carinho honroso
Que faz o humano de todas as raças
Em uníssono harmonia ao signo da GRAÇA.

SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CANDURA DA MENINA BAIANA

 

CANDURA DA MENINA BAIANA
 
Candura da menina baiana.

que embeleza a Iris do olho

Que o sorriso se abre como flor

Moleja Feira de Santana.

Essa baiana que tem,

Brilho dourado do ouro

Formosura e muito amor

Coisas que vão além.

Encanta o dia a dia de Salvador

Mais linda dos meus suspiros

cuja graça eu digo amem

Torna-se diva, estrela e girassol

Nasce da flor seu sorriso

Como a orla sorri para atlântico

Os pássaros para o céu

Desperta vontade de voar

E sob a luz do farol

As mãos se abraçam

No passeio demarcado na areia

Numa ternura a beira mar

De Osun herdou o mel

Sob a lua o par romântico

Essa baiana resplandece

Como graça de Iemanjá

Sua boca doce de lê lê

Encantos de sereia

A marola acaricia o caminhar

Como a poesia e lirismo
 
 que faz das notas alma

Falamos de Marx, Freud

Campbell, mitos e orixás

Junto ao corpo quente dendê

No tempero da candura baiana.

Mas doce como laranja lima

Surge o silencio que acalma

Não a quero para mim

Intensa pausa me sacode

Vontade louca que altera o ar

O que quero é estar em ti

O Cosmo que em mim Eclode

A marca que no peito assina

As bocas colam para levitar

Na Bahia de todos os amores

Afirma-se o verbo amar

Num conjunto de tons e cores

Onde meu querer é sina.

Sérgio Cumino - O Poeta de Ayrá.


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

AVE BERNARDO

AVE BERNARDO




Carregue a força meu nego
A começar por janeiro
Com sabedoria de Osalá
Que o ampare com seu manto
Leve a paz companheiro
Como virgem Maria ao santo
Seja líder de grandes blocos
Como aqueles de fevereiro
Coloque em pratica o que sabe
Na assembléia seja arqueiro
Como Santo do teu nome abade
E que as águas de março
Seja a benção das Yabas
Para enfrentar os percalços
Porque demanda não faltará
A começar por abril
Se apegue a espada de ogum
Para desbravar o caminho vil
Vencendo desafios de um a um
Para Que Represente a raça
Com sua pedra de raio
Arquétipo de Sua energia
Vibrando sua voz na praça
Ícone no mês de maio
Onde classe operária sacia
As conquistas que tardia
O signo da luta esta no punho
Projetado como seu machado
No calor das fogueiras de junho
A mão que projeta com gosto
Na mão dos mais velhos fica afago
porta vozes de nossos ancestrais
Abençoando os muitos Olubajes
Que lutara por muitos agostos
Para que fome nunca mais
E quanto aos projetos toscos
meu irmão empunhe sua caneta
e coloque o preto no branco
Afirme cada desejo negro
Lute pelo mundo plural
Como a primavera floresce setembro
Semeie por um mundo justo
Osalá no coração é a Bandeira
Que a alegria vença a peleja
No mês da consciência negra
Que o abraço seja nosso templo
Entre gêneros e etnias
Nossa fé seja sua estrela
Que as lutas sejam vivas
Que os balanços de novembro
sejam conquistas afirmativas
Para que o sol de dezembro
Brilhe a pele negra
Em sol de novos tempos.
Faça de sua aldeia seu ninho
De cada passo gesto de amor
Como São Bernardo de Claraval
Lute por esse povo com carinho
Da terra do Carnaval
E faça mais bela Salvador.
SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ
FOTO RETIRADA DO SITE : http://sergiosaobernardo13310.ning.com/



quarta-feira, 4 de agosto de 2010

PAI

PAI

Meu pai, meu sol e vida
Que pega na minha mão
Faz-me criança querida
E leva-me a luz do mundo
herói das brincadeiras de fada
Volta a ser como eu, criança,
Somente para me por a dormir
Fazendo-me sentir amada
Dando-me paz e esperança
Seus olhos meu horizonte
Seu colo é minha montanha
Sua luz é minha fonte
A paciência com minha manha
é o mimo gostoso de fazer rir
Doa seus sonhos para meu céu
Sabe que um dia voarei do ninho
Na malinha levo seu saber
amor que é natureza e mel
E muito mais que nem imagina
Meu peito continua seu jardim
É de onde brota o aprender
E lá na frente, sentirei em mim
Que estarei pronto a sair e viver
Sou plantinha que cuida e cresce
olhar terno e um abraço forte,
Fará dos meus dias uma prece
Para guiar-me ao meu norte
Pai sua mão que ampara balança
Mostrará que em tudo há Deus
E seu impulso me lançará ao vento
E tão rápido como um susto
Crescerei com o amor e esperança
Verei em mim gestos seus
Aprendendo ser amável e justo
É o alimento de onde venho
para seguir ao desejo de ser
Uma estrela nesse parque da vida.
Com roda gigante que sobe e cai.
Fecho os olhos e sinto a brisa
E quando já grande sabendo vencer
Com sabor doce da palavra PAI.
 SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ