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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

ENTRE OS VENTOS DE OYÁ





ENTRE OS VENTOS DE OYÁ

Quando encontrei Oyá
Foi num repente
Um raio! Sei lá!
Um cortejo comovente
Zumbimbeou ao ouvido
Para me postar no lugar
Que me explica em si
Seu ponto médio
que lhe converge
E assim ela me rege 
A sua graça me declino
abre a brisa do etéreo
Apresenta-me o hálito
 E seus sopros divinos
Entrego-me
 as suas providencias
e as ervas que espalhou
junto com os segredos
milenares de Òsanyìn
 o Soberano Solitário
Banhou o corpo quente
Que aquece o Tempo
Isso me vem de Ayrá
Perante o enigma
“Onde aporta cada aragem?”
Que vão do porto de veleiros
A dança do bambuzal
Assim a existência está
Assim encontra meu mim,
No encontro dos seus ventos
Vem a maresia de Iemanjá
Depois da fúria dos sonhos
Que são temporais de dentro
Atenuados evaporam
Sussurrar zunindo
Esse assovio  é a magia 
Que vem me falar
a propósito do sopro
Que me sobe o arrepio
Que me sobe como a pipa
Do sorriso da criança
Expandem-se como folhas
Que voou para nos elevar
Não sei se medo,
ou coisas de lá
pôs-me no seu centro
 e no meu peito pulsar
e faz da esperança
no meu Orí bailar
múltiplos ventos de Oyá

SÉRGIO CUMINO – O POETA DE AYRÁ

sábado, 3 de dezembro de 2016

ZUMBIU ORÍ



 ZUMBIU  ORÍ
Uma brisa me abate
Tornados nesse relento
Religa-me ao bento
E coisa de Oyá
Desculpa o jeito de fala
É sabedoria de mandinga
Que vem de outros tempos
Que avó me ensinou
Como dizia os antigos
A qual cura a ferida
E deixa a mente sã
Da cautela ao instinto
No encontro dos ventos
Leva a cabeça serenar
qual sentinela fun-fun
Como repouso do leão
Como um ritual xamã
Porque ação é sensitiva
Primitiva intuitiva
Invocado o que espero
Filtrado o que relevo
O  que não excito
Fortalecer meu mito
E sentir que a quero
Porque é no rito
Que me libero
E sem saber dizer
Ao que confio
Que vem prodígio
Som do apito
Que canta ao ouvido
Como fogo me revela
Passeio à alameda
Dos pensamentos
E a dança das labaredas
Chamas que sobem
E caminham a sua esquerda
Viram lava de suor
Soma aos fundamentos
E a troca do mal me quer
da margarida acabrunhada
A evolução de provimentos
Com pés firmados ao Aye
É o pouso do bem querer
E navega em águas
Com velas, revela.
E belas presenças
Libera a mente
Aos mistérios de Olorum
De bênção e salvas
Se for amor é Oxum.
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÀ