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segunda-feira, 29 de julho de 2019

CULTURA DA PAZ

CULTURA DA PAZ

Vem da terra composta
Que a sublimação semeou
Orgânica com diversidade
Além das cítaras de Orfeu
E a teima de Narciso
E sua indigesta neurose
Julgado por linhas tortas

Brota do tempo mediador
Viver não é preciso
Se precisar navegar
Entre tantos pareceres
Aquele que frutificará
Sem mágoa e seus resquícios
Com silencio conciliador

Hidrata o semiárido
E o cultivo da consciência
Em sua câmara arbitral
A ciência germina
Sem toxina da avaria
Amanhece um novo dia
Recriando o cenário

Resiliência eleva o algoritmo
De braços dado com tempo
E deslaço de sua anarquia
Liberando a libido a poesia
Para musicar seus instintos
Rever seus passos dados
No obscuro do íntimo

Na conjuntura do tanto fez
Da qualidade ao que  faz
Agregar-se aos que fazem
Nunca há de padecer
Unidade da antropofagia
Acorda a graça cognitiva
A cada novo conhecer

Revigora o que é capaz
E sentido ao coração
E a retórica do afago
No sorriso das iniciativas
O amor é o sujeito
Abre-se a constelação
Por uma cultura da paz

SÉRGIO CUMINO – POESIA NA CULTURA DA PAZ

sábado, 20 de julho de 2019

A SAGA DA FOME SUSTENTÁVEL

A SAGA DA FOME SUSTENTÁVEL


Temos um faminto Prime
Esse sabe onde se instalar
Como um vírus hospedeiro
Propicio a se multiplicar
Inclui privilégios que elevam
Graças ao projeto de governo
Enganando no seu time
Dão-lhe  status de sub-gente
do subsolo do fim do poço
Há desequilíbrio da balança
Contudo seguem sem direito
e se quer almejam esperança
Do Império dessa rica terra
crêem que por nossa sorte
e por conta da excelência
Tornou-se sorridente
subserviente justamente
Daqueles La de cima
da ponta do norte
para quem bate continência
Agora vê se pode
ta na cara que querem
o tesouro guardado
no nosso pulmão
no fundo do oceano
e o coração soberano
Arrastado dessa vergonha
De floresta derrubada
Desnutrição de criança
Dizem ser sem importância
E deixam isso para lá
Enquanto matam suas matas
e indígenas desesperados
Miséria esfolada
Dimensão de continente
tem indigente para cada povo
desespero para cada horda
diversidade do excludente
Porém lugar mais escolhido
Espécie de fina flor da fome
sob extremo das estações
sem providencia e previdência
Concentra muita grana
Nas bandas do sudeste
Custo de vida muito alto
Já o de morte é facilitado
Vêem, todavia não os enxergam
É um privado soberano
No abecedário desumano
é a letra que tudo padece
Já em matéria de segurança
Está  protegido a medida
Que o bando cresce
É destino dessas carências
Recessão que tanto bate
Até que fura
e derruba negro no arrebate
atingindo toda estrutura
Chega  as mesas burguesas
Visto nos cardápios da semana
Que se comem das lixeiras
Enquanto os que mandam
Dizem que não há fome
Talvez deduzissem a resposta
Por que restaurantes
Fecharem as portas
Deve ser dessa região
Porque tem muitos esquecidos
Sequer lhe deixam sobras
Na estiagem do nosso sertão
Ai se pergunta
E sustento de onde vem?
Mas eles falam que não importa
Na voz da tosca eloqüência
Em tom boçal e amável
Diz o arauto da presidência
Defendida é a fome sustentável
ocupa as centros congestionados
Não se medem a dor
Em caminho de celebridades
Por onde  passa deputado
tem ano que até governador
Ai emerge o sentimento indigente
Porque é cada vez mais raro
dar ao estomago seu agasalho
chamam de fome intermitente
pelo bem da economia
até a orexia qualifica
como estética de contingente
Aos que não se mantém em pé
A mulher dos direitos humanos
Pensa ser falta de fé
revelada no desigual
emergi a antropofagia
esperam que não guardem rancor
Porque na analise do capital
São seqüelas  indiferentes.

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

terça-feira, 16 de julho de 2019

ÁRIAS SELETIVAS

ÁRIAS SELETIVAS

Muda o padrão sensitivo
Anula as possibilidades
O que faz de mera vaidade
Posando moda do opressor
Rege os passos do individuo
Varejo na rua do ouvidor
A sua vontade rejeitada
Adormece a libido
Alimenta o conflito
Nessa confusão bajulada
Perde-se a sensualidade
E todo apreço ao belo
E o saber do que quero
E só enxerga maldade
Desencontra  o motivo
Como desprovido acidente
E mal percebe a dicotomia
Muito menos o pertinente
Sendo em si, ausente
Nesse eclipse da alma
É a sombra projetada
Como lhe querem presente
A penumbra é quebrada
De um mundo de gente
Coletivo da solidão
Consolados pelo engodo
Consignado a palavra
Burla conceito ético
pela estética do louvor
Ao  entrave cognitivo
Que revoga a conexão
Mordaça ao dialético
É o que brada o televisor
Passa a ter como convicção
Se não for como dizem
Tiram-lhe meios e fontes
Deixa-o em total disfunção
Órgãos perdem uso
Internos como coletivos
o corpo em Estado nulo
adultera o principio de ser
plastifica o seu tesão
a intuição quis mostrar
a instituição lhe diz que não
em prol dos sacros perturbados
Porque no regimento da história
Daqueles de bons costumes
Propósito não enxergá-lo
Para que fique engasgado
Dentro do drama seco
Em um ato sem melodia
E se  limitar a escória
Na várzea não percebe
A evolução das correntes
Entrada dos trompetes
Os manterão mesmo alagados
No mundo de poucos letrados
Para desconhecer outras Árias

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

sábado, 13 de julho de 2019

IRA E A CORTE AFETIVA


IRA E A CORTE AFETIVA

Ao trauma da evasão social
Com sorriso da perversidade
Fico com visão atormentada
E a esperança foi embora
E eu nem me despedi
a ponto de declamar minha fúria
segui o conselho das ruas
ali aos pés do Ira
vi as neuroses bailar
ao dedilhar da guitarra
as conjunturas ritmarem
na revolução do rock
que precisava tanto
e sequer sabia
dessa arena das possibilidades
A praça nos presenteia
abraço do melhor amigo
com benção de São Lourenço
a antropofagia nos une
com ou sem rima
no afeto das diversidades
Ao  ires e ver com outros olhos
a republica se transforma
ao som rítmica plataforma
no corredor da acessibilidade
desfila briosa flor
poeta plebeu
amante da rainha
em seu trono móvel
depois do bis do show
Estava com a poesia apertada
Para suspirar como foi

SERGIO CUMINO- OBSERVATÓRIO 803


LOBO SOLITÁRIO


LOBO SOLITÁRIO

Sábia a calada cerração
Apruma o silencio
Em acordo com vento
Vai-se a busca do vazio
Onde o todo manifesta
prolifera pensamentos

Vagantes e  imprudentes
A sorte aos arrogados
Cativa dentro de si
Um uivo interno
Que borbulha estômago
Ao mergulho ao inferno

Solitário pobre frustrado
Como artista logrado
Pelo devaneio da criação
Desperta a noite ouvinte
Angustia de pronto atina

Com nuvem no fronte
Deita as carências
No mistério da bruma
Ouve-se o dialogo
Da lagrima e a pele

Junto a prece que roga
Em confusa vivência
Perdura a duvida
Ao sair das aparências
E tudo se atrapalha

Mistura-se a malha fina
Na tolice do bem e mal
Tem que se mediar
Os estalos da raiva
E o credo a previsão
E se nada acontecer

Já sabe se aborrecer
Tem estrada ralhada
E a noite o acalma
Renova os sentidos
Ao encontrar o trauma

SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA

MALOCA PRESENTE

MALOCA PRESENTE

Acuda a maloca
Que outrora saudosa
Abrace desde agora
Essa maloca é nossa
Que o período danou

Desse nariz de doutor
O que ele ignora. Flora
na vida desses retirados
o estigma da esperança
que a jornada derrocou

a miséria organizada
se transforma em unidade
é o degrau à saudade.
Aonde  receio treme
Que o injusto julgou

Sarjeta e consciência
É mundo sem soberania
E a expressão da cidadania  
Movimento de ocupação
Que a morada ocupou

Pensado em vigília
juntos ,triste a revelia
A prece em meio geado
Pelo frio vigiado
Sob o céu sem teto rogou

Fronte sem horizonte
Toma casarão assombrado
Juntos como órgão
Num ato sonhado
Quando a noite calou

Pela coragem carregada
Sonho que sonha junto
É consciência na maloca
Floresce da realidade
Que o Poder Público deteriorou

SERGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803
Dedicado a todos os Movimentos Populares em luta pela Cidadania.

terça-feira, 9 de julho de 2019

JUIZ LADRÃO

JUIZ LADRÃO

Noz faz pisar em ovos
Com angustia entalada
Pelo manto aprumado
Sob a mancha ilícita
Era peruca postiça
e gera desconfiança
complexo de Édipo
Deixa-me perplexo
Cego por decepção
 ao que lia como reto
ficou esperança em vão
o mundo é dos justos
a vida uma utopia
Rumos julgados
Por júri trapaceiro
Quem diria que assim
Nasce o sentenciado
Pela mão direita
golpista magistrado
traz para si a balança
e para outras panças
aqueles que deve favor
uma coisa é fato
é juiz premiado
todos querem embusteiro
desse calibre ao lado
Bem cotado no mercado
O Jurado vendido
Do golpe globalizado
Ao grupo de interesses
Empenhos ajustados
Ao aforismo anverso
Impudor vertical
Sem crase a Constituição
Censura o horizonte
Legado tortuoso
Acreditava nesse mote
e levou sem pestanejar
o sonho a retidão.
Probidade sincrética
Da Toga e o tapeador,
Ignora qualquer moção
Que bradam. Juiz Ladrão!

SERGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

domingo, 7 de julho de 2019

MEIOS ENFORCAM OS FINS


MEIOS ENFORCAM OS FINS
Trauma gerado aos fins
seria outra resenha
que não se desenha
com propósitos tóxicos
e efeitos épicos
legado da culpa é luto
ao ignorar  o receio
que alertava o desvio
avariando o valor  ético
proselitismo transgênico
averbado de pesticidas
da empáfia neoliberal
afogados no canal
com técnicas de conexão
une dispares legendas
faz o antagônico como seu
O lucro os emenda
Armam-se ruralistas
Enquanto signo que flama
Faz do casulo da cana
Triunfo do incomodo
Da representação popular
Adverte ao que ficar meio
Equilibrando corda bamba
 preste a lhe enforcar
Para o avanço das cercas
A benção da bíblia da bala
E com a liturgia letal
Que rogam pelo Divino
Abatem a comunidade
Fora da planilha do dizimo
Em gênero e raça
Num engasgo social
Descartam o ambiente
Para justificar os meios
Como milícia cívica
De braços e brados
Com o cínico supremo
 a sombras das togas
Travestidos do Bem
a eclipse da soberania
Faz rito a boçalidade
Difusa por meios
E suas pautas vendidas
De gases e ruídos
Do folhetim nobre
Deixa o pobre
Com cara na bunda
Para ponderar amém
Ao que soltam por traz
SÉRGIO CUMINO – Observatório 803  

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Decoro e seu Engodo


Decoro e seu Engodo

Onde nem tudo voga
Evolui a suspeição
Ao modelar o delito
O embuste do doutor
Do arroto magistrado
Sob funestas togas

Conjuga o sujeito
Ao engodo de adesão
Em ascensão a político
E todo pacote de pavor
Com opositor arrogado
A um oportuno suspeito

Assim surge nova fonte   
Até o justo há um vão
Parcial no conflito
Justiça que tem cor
É desejo e obstáculo
que Justifica o desmonte

É cátedra no pleito
E o freio da moção
Calúnia do registro
Em sua opera de horror
cínico daquele lado
a que é justo de direito

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803