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terça-feira, 13 de setembro de 2016

DELÍRIOS FLECHADOS

DELÍRIOS FLECHADOS  


Amor e o ilógico

Tímido e ousado

os dois lados

do mesmo querer

misturam-se

as almas e seus vastos

No ajuntado do tempo

ardiloso e parado

torna-se  comedido

Comendo sentidos

Centímetros e células

Para início do lastro

Amor antropofágico

do poeta atrevido

Saboreia minúcias

no frio do estômago

do conjunto da loba

do aconchego da dama

Capciosa me chama

A sua rede a sua cama

com uma colcha de letras

cria-se palavras como flechas

Adentra o âmago

Ascende a chama

Abraçados como cápsulas

Declamada ao ouvido

Atrevidas onomatopaicas

Frases sem sentidos

que dialogam com a libido

Ah ! Como falam ! Todas juntas

E me chegam como gemido

pelos quais eu divago

Aos pelos que levantam

com sua beleza nua,

mistérios e seu algo  mais

e sente o fervor da suavidade

esplendor da espiritualidade

e toda filosofia vã

que a faz performance

na sinuosidade mágica

de um rebolado felino

como uma pantera xamã

banhando-se de lua

Sussurros a capela

meu instrumento a pino

e pulsa na compressão do sino

um enquadramento cinematográfico

da luz do estado sensual

desse abraço apaixonado

e o gozo no molhado

busco em mim, meu melhor

supero-me  para ama-la

E me extrapolo para o viver

expressando no olhar

do meu sorriso amado



SÉRGIO CUMINO – POETA, FLOR E A PELE