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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

LUZES DO DESTINO

LUZES DO DESTINO
 Oh generosa vida!
Faceira, arteira,
Nos posta a caminhos,
Flechando o flerte
Nas férias da pretensão
 cria laços, paços, e rastros
como cipós em fêmeas matas,
logros brados,  ligas  fortes
o abraço das belas pernas,
vontades loucas que me ouso
 fragrâncias cálidas do meu sonho
subvertendo o inerte
e instantes de chamas eternas
torna suspiro em vapor,
e todo toque que lhe pouso
 a louca motiva vibrações
Condutor constrói louvores
trilhos que leva, ao mito das montanhas
ao exotismo da chapada dos Guimarães
e embarco no balanço das hipóteses
brisando a  Maria fumaça
até gorjear ao pé do brinco
sabe como ferver,
e dar vida, inspiração
e dar roda ao trilho
No trono dos Anciães
e deliciosa acolhida
como um banho d’alma,
tirando crostas, couraças,
amparos  e todos aparos
descobertas e relatos
 uma alquimia de luzes,
coragem para  desnudar,
 e enfrentar a si mesmo,
 combustível de esperança,
de bem aventurança,
dos Oxes e das cruzes
tornamos bruxos e clérigos
 álgebra é servir e amar
assim como se bastar
saber musicar a vida
abastar –se de suas rimas,
abata com sensualidade
que encante todas  cismas
aquece, que nos pede
que é  no querer que  nos  padece
E  que sejam as palavras que te aquecem!
 
SÉRGIO CUMINO

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

PRECE AO AMOR PROFANO

PRECE AO AMOR PROFANO
Rogo que seja minha Deusa
E tenhamos um amor profano
Sua fala com o suspiro mistura
Balé com arte e destreza
Sua graça escorregando sem panos
Nossa pele palco de muitas juras
 
Rogo que seja minha Deusa
É a eloquência na calada,
Da noite, do querer, da amada.
Atina a vigor em pujança
Brilha diva toda acesa
Em essência de criança
 
Rogo que seja minha Deusa
E deixe paradigmas insanos
Pela branda doce lisura
Desejo constrói fogosa beleza
Corpos se declaram por calores
A graça canta etéreas canduras
 
Rogo que seja minha Deusa
Acompanha os passos a sina
Aos beijos e indecências
Penetro no templo da abadessa
Amor seja nossa obra prima
Poética une nossas vivencias.
 
Rogo que seja minha Deusa
Abençoe meu jeito mundano
Ao ouvido tudo que murmura
O arrepio de deliciosa safadeza
Bocas de festivais de sabores
Sob mesmo céu se misturam

Rogo que seja minha Deusa
Pulse fêmea a que se quer
Como um filme romântico
Envolve-me com sutileza
 Rebento de menina e mulher
E a alma seduz com encantos
 
SÉRGIO CUMINO
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domingo, 19 de fevereiro de 2012

MARCAS SELADAS

MARCAS SELADAS
De quem queres vingar-se?
De mim, de si,
ou das mal traçadas linhas que viveu?
Daquele que levou sua felicidade
Ou que imaginava ser feliz
Que não permite que vire passado
Agarrou-se a você como erva daninha
Sua mente coagida não a larga
E foges da equidade
E todo novo que lhe diz
Projeta o inimigo de outrora
Injetado e que jamais o despreza
Por virar discípulo da disparidade
Assim, prova-se a si.
Que não é fraca e é ardilosa
Trava a vereda do amar em fumaça
E todos os prejuízos que volve
Submete o gosto de ser feliz
Até medrar das possibilidades
E faz do amor um ato de alarme
E dos novos tempos duelo
A honra sofrida pela atitude alheia
Deixa-a na prontidão vazia desde sedo
Magoa perdura para dizer que não teme
São os jugos de paradigmas velhos
Grito de dignidade ecoa voraz
pelo megafone do preconceito
E faz da dissimulada coragem alarde
Ciclo de reparação de vidas amargas
Luta para tornar rasa
A profundidade do meu querer
Sem espaço para novos elos
Renega novos cursos para lavar a ofensa
Faz do novo o seu fruto proibido
Mas são apenas sonhos que se nega ter
Ranço de uma honra mal amada
Cria o perigo para reparar e provar bravura
Na perspicácia da roda gigante
Afirma-se sua replica  
Nem se da conta do que a induz
Acopla todos no saco da indignação
E seu casulo vira asilo
Efetua a vingança no inimigo errado
Pelo instinto de conservação
Mas o tempo fica relativo
E transmuta o carinho em fel
Segue a vida ultrajada sob a tutela
Do olhar da sua alma cega
Eu um delinquente que rouba seu segredo
Esvazia a xícara para encher com seu mel. 
SÉRGIO CUMINO
 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

MULHER FLOR DE MIM

MULHER FLOR DE MIM
 Essência que vem nas flores.
exala fragrância e cresce
junto com  o aroma da lavanda
em passos ao jardim da ternura
deseja, como orquídea floresce

  Pronta para grandes amores
caule que requebra leve
sensual ao vento que anda
faz  frescor  na menina candura
sorri o riso cativo moleque

 Pela bela e os seus sabores
contempla, alimenta, celebra
as folhas em linda dança
nos sonhos da sina pura
Sensação que nunca esquece

É flor de muitas cores
que colore os raios do sol
sem a renuncia triste
da  dama das camélias
personifica o original

Toda ruptura tem suas dores
quando a anistia desabrocha
a vida ensina como riste
e o casulo da lagarta estreia
                 viver se torna um festival                

Não importa os rumores
esteja onde estiver cabrocha
o silencio grita por silencio,
na travessia do arco Iris
com a vigília do girassol
   
E pode tocar os tambores
São as palavras inarticuladas
pela  passarela de Oxumarê
e tudo aquilo que você não diz
como  arte zen do arranjo floral

É emoção em muitos louvores
voo das paixões aladas
como uma prece que a fé profere  
    para sopro sortir  o pólen
de sua face de pétalas serenas

O vento rege seus tremores
para  a calmaria das palmas
e o amante beija flor percebe
a intuição descobre-se o além
nos leva para onde vale a pena
SÉRGIO CUMINO

domingo, 12 de fevereiro de 2012

LINGERIE A ARTE DE SEUS CONTORNOS

LINGERIE A ARTE DE SEUS CONTORNOS
Laços do segredo
De todos os seus eu.
Que se completam
Faz doce e singela
Velha e querida cumplice
Pintura de seus contornos
De todo eu seus
É poesia da pele despida
Sob a magia da noite
Sobre umidade do seu céu
Parceira incondicional
Dos gozos do eu.
A leva além da fêmea,
A poesia dos adornos
A arte de ser mulher
Para sagrada gruta é o véu
Manto da fonte da Deusa
Rendas do seu mel
Conforta a liberdade
É devaneio da lucidez
Que roga o que quer
Um servo da sua deidade
A loucura de seus calores
Desliza pelas pernas suaves
Leva a paixão ao apogeu
No episodio em que diz sim
Aguça o ardor de sua maciez
Na insinuação de suas cores
Fogo do vermelho carmim
Brandura da beleza etérea
Formosura do rosa menina
Pulsa desejo de seus amores
Os gemidos de sua onomatopeia
Com a sedução de sua vaidade
Depois do amor a fadiga divina
Ilustra aos braços do Orfeu
Acura seu desejo de amar
Suspira os prazeres seus.
SÉRGIO CUMINO 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

LUZES E SOMBRAS


LUZES E SOMBRAS
O olhar nasce e vai direto
Abrange a vida reluzente
Tudo que diz ser é aparente.
Mas alma com ardil discreto
Transforma o que se sente
E a sombra, seu presente.
É o tom que nos completa
Não ha anjo sem inferno
E na crível razão, hiberno.
O querer mais! Inquieta!
Nega-se a sua sombra
Viverá escravidão frívola
Dentro de uma enorme ôla
E suas mesquinhas ondas
Em nome do bem geral
Em meio essa massa
Enroscado nas sarças
No vácuo do bem e do mal
Há o labor das hipóteses
Descobrir-se no diferente
Numa paixão eventual
Ainda escravo impaciente
Amordaçado em velhas teses
Assim não percebe o dia
 E a noite convida a morte
Se o espirito faz da lua consorte
E a magia se principia
Não será mais serviçal da palavra
Transcende ao estado metafisico
Além do doente oprimido
Há uma mitologia expressada
Uma dialética como entreposto
Seja prazer ou desgosto
Haverá a sombra iluminada
Foco que projeta a penumbra
Concilio de luz e trevas
O que germina a flor que regas
E o viver que o espírito vislumbra
SERGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

IEMANJA ME ENSINOU A NADAR

IEMANJA ME ENSINOU A NADAR

Oh minha rainha
Que orienta meu navegar
Quando estou à deriva
Sem norte, inquieto
Numa pescaria sem lida
Trás perolas para afagar
O desconsolo do olhar parado
Sem destino, nem prover
A um horizonte apagado
Vem seu colo como acolhida
Filho teu não fica só
Manda-me para escola da vida
Atira-me no misterioso oceano
No desespero do fundo
Num mergulho sem planos
No limite do caos
De uma vida inconsequente
Profundezas dos sentimentos
Faz de mim homem sem dó
Pelo naufrago da velha Nau
Num cardume de pensamentos
Nos desafios de suas correntes
Algumas puro alimento
Outras jornadas sem nó
Em águas traiçoeiras
Que faz do destino
“que viver que não é preciso”
Mas na crença de seus mares
Aprendo o discernimento
Iemanjá me ensinou a nadar
Passarei por muitos lugares
Uns deixarei saudades
Outros eu direi que nunca vi
Emerjo em límpidas areias
Com a sabedoria no Orí
Aprendo a importância de amar
E o respirar de outros ares
Com a magia de suas correntezas
Vêm carinhos das amadas sereias
Trazendo nova barca para velejar
Cabeça ao chão, digo: Odoiyá
SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ