VAGABUNDOS PARA GERAL
O cacete quebrou
Sobre as ancas
Do corpo esperança
No lombo de trabalhador
Que será o vovô
Sem direito a repousar
O que trás má lembrança
De uma época de nunca mais
Mandam todos ao cais
Onde jamais aposentará
-Deficientes ao mar
Grita o lacaio
Anunciando missão
Dada e realizada
Proposta da indulgência
A barca do inferno sem Alto
Que aparece ao horizonte
Em meio a fumaça de gás
Mandam até professor
Apagar as escritas
com bola de borracha
Conhecedor da história
Vê essa escória
Torturar o conhecimento
Mas a fé professada
E as palavras afirmadas
Impede o condutor
Seguir a águas passadas
Onde sangue e suor
Compunham mesmo odor
E lugar comum na jornada
Ostensivo abre alas
esse povo vagabundo
Como grita tirania inflamada
Sabe o valor da produção
E quem fica com ônus
Já a gloria dos Bônus
Sem se preocupar com magoa
Mantenedores dessa casa grande
Seus troncos e senzalas
SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803