PERCA-SE EM MIM
Adoro quando se perde
Em Loucos devaneios
Protagonizados por mim
Não importa o que foi
Salivas se embaralham
A palma encaixa a cintura
À sentir o seu molde
Sobre a planta dos
destinos
Marcados em linhas
Que delineia
Cada centímetro seu
Numa entrega ritual
Do colo do tempo
Ninho de ninar
É caldeirão de amar
Com um balanço
Que geme e dança
Suores temperam
Desejos antropófagos
Rede de todos os fluxos
Pensamentos se permutam
Em temas e sonhos
Nos signos do afago
Boca que seca
Enquanto a vulva
E o amante que pulsa
Põem-se a molhar
Peles se impelem
A ponto de lubrificar
Ate mesmo o delirar
Encanto mergulha
num desejo eterno
Você em mim
Quando a encontrar
Vai se admirar
A fêmea e o cosmo
E tudo passa a vibrar
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRA