ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

domingo, 5 de abril de 2015

PERCA-SE EM MIM

PERCA-SE EM MIM

Adoro quando se perde
Em Loucos devaneios
Protagonizados por mim
Não importa o que foi
Salivas se embaralham
A palma encaixa a cintura
À  sentir o seu molde
Sobre a planta dos destinos
Marcados em linhas
Que delineia
Cada centímetro seu
Numa entrega ritual
Do colo do tempo
Ninho de ninar
É caldeirão de amar
Com um balanço
Que geme e dança
Suores temperam
Desejos antropófagos
Rede de todos os fluxos
Pensamentos se permutam
Em temas e sonhos
Nos signos do afago
Boca que seca
Enquanto a vulva
E o amante que pulsa
Põem-se a molhar
Peles se impelem
A ponto de lubrificar
Ate mesmo o delirar
Encanto mergulha
num desejo eterno
Você em mim
Quando a encontrar
Vai se admirar
A fêmea e o cosmo
E tudo passa a vibrar

SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRA

sexta-feira, 3 de abril de 2015

SUA PELE MORENA

SUA PELE MORENA
Sua pele morena
brilha como amêndoa
canta com o toque
sussurra seus desejos
Sua pele morena
me declama amor
com seu corpo quente
Essa pele morena
Entrega-se a mim
com um querer desigual
Sua pele morena
me laça, me caça
entre suas pernas
Sua pele morena
me elege seu macho
seu maestro
seu poeta
seu mastro amado
Sua pele morena
Roga: Me ama!
me toma
na cama
Sua pele morena
pele manhosa
carinhosa que me faz voar
Pele morena
que seca meus lábios
umedeci minha mãos
para o toque ousado
Pele morena
pele de rainha
Majestade sou seu cedro
Delicia de pele morena
Pele de Deusa
tupiniquim e Ioruba
Pele morena
me canta
como a sereia do lago
pele morena
quando nos banhamos
o toque e o cuidar
delicioso roçar molhados
Pele morena
a vontade
que meu corpo atiça
provoca a saudade
de todo querer
Sua pele morena
me provoca
me chama a suas cobiças
e serve seu mel
SÉRGIO CUMINO – O POETA DE AYRÁ


FORAM CINCO TIROS


FORAM CINCO TIROS
De moral atroz
Cinco sem dignidade
Tirou a vida vivida
De um irmão dentre nos
Arrebatou muito cedo
Quando atravessou o peito
Do sorriso sem maldade
Os justos são reféns
De julgamentos sem lei
Dissimulada honra
Perfurou a tenra bondade
Esse mal que não tem bem
Contados no dedo
Cinco que tirou a voz
De um povo que canta
É a prece da família de fé
Soma ao consolo da saudade
Do Yao querido
Xire com gosto dançava
Estampido Impôs ao vácuo
Amputou os passos
De saldar as cantigas sagradas
Trauma da perplexidade
Por um mundo sem respeito
Ah meu caro numeral
Mesmo seis vezes de você
Mais o peito tinha de anos
Diga o que disser
Negamos-nos a entender
Os lamentos são seus múltiplos
Assim como a epidemia do medo
Que bambeia sem seu direito
Por essa vida bandida
Levou-nos nosso menino de ODÉ.
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ
Poema dedicado ao Fabiano irmão de Santo o qual Ode o leva a sua jornada de luz.