MULTIVERSO NA GARGANTA
Engasguei com pensamentos
E todas as frases impuras
Farofa de lógica apimentada
O que não cospe não fala
Catarro de incoerências
Sobe num regresso sem passe
E adoece a vontade dos planos
No ritmo que o peito grita
Feita a corneta de sepultamento
Salda os sentidos e aforismos
Pigarro e suas intenções em fuga
com legado da alcunha patética
Sentidos que o paladar padece
Enforcamento da brisa
Jugulou o olhar a reticências
Big bang em seu entalo quântico
Embaralho de todo suposto
Abafa um turbilhão de enganos
Acidente vascular ideológico
O ar é a parábola dessa busca
A sirene que alerta a conduta
revolução das placas do pulmão
o calor que eleva as vistas
lacrimejam sem foco preciso
os olhos parados como totem
império da classe delatada
e seus ébrios por menores
dessa bola presa na garganta
Um nó em tudo que faz sentido
Fecha as possibilidades ao mundo
Universo versa o multiverso
e deseja saltar pelo buraco negro
No comboio da tosse seca
Desidrata até o bom senso
Que explode descontrolada
Essa chuvarada verborrágica
SÉRGIO CUMINO – PCD – POESIA COM DEFICIÊNCIA.