ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

sábado, 30 de abril de 2011

A QUEDA EM EVAS MODERNAS


A QUEDA EM EVAS MODERNAS

Esse mundo que caminha.
Com fálico poder a frente

Ousado aliciador, engatilha.

A vivência no curso em vias

Herda o dolo do mito da serpente

Por aceitar a dialética da ciência

Saber encantos do desejo ardente

Condenada ao mau agouro que trilha

A eterna culpa da subserviência

A mulher é mãe que germina

Num mundo de desenhos insolentes

Como escrituras de véus terrenos

Faz virtude sua carência,

Couraçada em meios plenos

Como ato de sobrevivência

Mas quando ha conquista

É você mulher, que determina.

O Deus que te aspira

Seja qual for sua sina

A sobreviver nos limites das ameaças

Império da lei que inspira trapaças

Hospedam sua alma num internato

Para que nessa guerra injusta

Não se justifique os maus tratos

Tirando a divindade de seu ventre

Se o que a salva esta além

Implantam-te olhos alheios

A criação é o que você vê

Não cerâmica de medo e angustia

Amoldada para ser altar de amém

Fé que prolifera fornalhas.

Abocanhe os frutos que desejas

Há neles ancestres em totens

Que atende a força do seu grito

Que a faz eterna Gaya.


Sérgio Cumino - Poeta de Ayrá

sábado, 23 de abril de 2011

UMA VEZ MUSA SEMENTE ETERNA


UMA VEZ MUSA SEMENTE ETERNA

Mulher sua graça já não é mais sua
Uma vez que a palavra é cantada
Não tem mais volta

Mulher sua graça a revela nua
Uma vez que tocada pela rima
Em outras muitas se atina

Mulher que pelo poeta, flechada.
Uma vez como flor é sina,
faz-se nua a outras graças

Mulher de lábios carmim
Uma vez que sentido salda
Reverbera como pedra n’água

Mulher Semeia sonho por ser assim
Uma vez que torna fótons integrada
Fêmea de luz forasteira

Mulher seu Manto que reluz
Uma vez fábula singela, afaga
Como sombra de parreira

Mulher de essência generosa
Uma vez lida a toda prosa
É vinho que enaltece o mito

Mulher de lisonjeio semeado
Uma vez no astral dança seu rito
É pólen ao vento soprado

Mulher de brilho desejado
Uma vez cobiça de divas
Por inspirar o poeta apaixonado

Musa mulher de luz emanada
Uma vez escrita à candura
Vai além da poesia declamada.

SÉRGIO CUMINO





domingo, 17 de abril de 2011

OLHAR DO POETA

OLHAR DO POETA

Um olhar sem cobrança

O que não vê, senti.

Em meio a uma bruma

Desfia o couro criado

Despe o discurso amado

Mar, onda de espuma

Não é intruso

Apenas te banha

Não apavora

beija e assanha

Acalma o confuso

Afaga, abraça, consola.

Um olhar além

Quieto, vem da mente

Ignora seu medo aquém

Sai do silencio desse ente

Que te olha sem vicio

Um olhar de fé

Singelo e transparente

Autentico arquétipo de Odé

E faz de si o principio

Olhar que floresce

Em si tempo esquece

Há um foco amigo

Criança, puro, atrevido.

Que subverte as leis

Do clero, do pai, do rei.

De natureza despojada

O beato o chama proibido

Faz certo o talvez

Um olhar mirado

Amante e amado

Consciente sem conteúdo

Sem formas ou critério

Base do seu restauro

O nada por ser tudo

Olhar que flecha

O desejo centauro

Onde haja fundo

Olhar de poeta

Que atravessa outro mundo

Mostra a graça a bela

O que outrora nulo

E todo mito que atrela

Um olhar que te entra

Lhe da ferramenta

E depois você explora

Sem posse sobre a alma

Sem julgamento de qualquer forma

Além do ego e história

Redescobre a vida meritória

Que te chama e te olha

Em nuvens sem trama

Onde não existe magoa

Que toca e ascende

Excita e te molha

Do calor de sua agua

Recria-te eterna e sempre.

SÉRGIO CUMINO



















quarta-feira, 13 de abril de 2011

BOCA DE AVELÃ

BOCA DE AVELÃ

A boca que me entrego
Que atrai e me embrulha
Os lábios que os meus esfrego
Até sair fagulhas
Que me engole, e me bole.
Como taça de magia
Essa boca faceira,
De fêmea rendeira
Com graça me sorve
Que me ouriça e não nego
E meu sentido patrulha
Por essa boca renego
Qualquer couraça
Que venha me encarcerar
Eu voo plaino, me liberto.
Um carinho que sabe molhar
É o banho da saliva límpida
Faz da minha boca gruta
Para dança da serpente
O aconchego de sua língua
Envolve-me como laço
No sabor de hortelã
Minha boca, o ventre.
O céu que embarque
Seu cometa ardente
Que sabe acariciar
Recria-me como espaço
Entrada e saída cíclica
Que ensina a arte de beijar.
Com adocicado de avelã
SÉRGIO CUMINO