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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

CANTORIA DAS ÁGUAS

CANTORIA DAS ÁGUAS 

 

Na imensidão da noite 

Sussurra uma brisa falada 

- olha que linda minha filha 

Sente as ondas cantadas 

Como um rio de palavras 

Sopro doce suplantava a razão 

Correnteza de fala mansa 

Em frente a nevoa formava 

Dourada como mel 

Sob a magia da lua 

Em ondas que subverte o tempo 

 sorria da aproximação da barca 

Com reflexos de luz dourada 

Como a candura mulher amada 

 arte de estar à deriva 

O medo se calava 

O navegar preciso  

se perde na imprecisão magica 

os instintos, bailam nas correntes  

De marolas brandas 

Quando a emoção vira cachoeira, 

 os sentidos aguçados. 

Assim como prece de pescador 

O signo do amor bastava 

Na nevoa silhueta apontava 

as águas faceiras deslizam  

pelas pedras de xangô 

Rochas amolecem com abraço  

 e o balé de seus arquétipos 

Quando a dúvida inegável, 

Visão era magia ou inspiração 

constatação do afago,  

O pescador vivencia poesia 

Esparramadas pelas margens 

Era melodia aos enamorados 

Ali surgia Deusa do amor 

Lança a rede a pescar respostas 

Pela neblina se apaixonava  

Madrugada acolhe admirador 

Essência que lhe abarca 

estrelas testemunhas secular,  

A mágica paixão do pescador. 

 

SÉRGIO CUMINO – O POETA DE AYRÁ