ESSE BLOG NÃO PERTENCE SÓ AO POETA, ELE É DE TODOS NÓS

sábado, 27 de fevereiro de 2010

UMA JANELA PARISIENSE

Salvador Dali
UMA JANELA PARISIENSE

sonho de cinema

sonho que pulsa

a cintura em sua dança;

a cada gozo

corremos riscos

subvertemos , amamos;

a cada beijo, enlouquecemos

os bons costumes das

“ senhoras de bem “

a cada toque

um sorriso livre

que ilumina nossas janelas;

A cada dúvida

descubro mil maneiras

de falar amor;

A cada colo

viro a página

para um verso novo;

A cada olhar

me entrego

como uma tela de cinema;

A cada dia

revela-se o nosso

realismo fantástico ;

A cada passo

atravessamos as veredas

da tragicômica vida;

A cada pedra

construímos, acenando

aos despeitados;

A cada boa vibração

beijos aos nossos amigos;

A cada noite

libero nossa nuances

da paixão.

SÉRGIO CUMINO

sábado, 13 de fevereiro de 2010

NAIR DE OLIVEIRA FAZ A FESTA DAS 450 VISITAS DO PRIMIRO MÊS DO BLOG

Para comemorar essa MARCA e acariciar os olhos desses leitores foram postadas as poesias da poetisa NAIR DE OLIVEIRA, essa artista que me emocionou, pela sua sensibilidade, e a forma terna de ver o mundo.

"ENSEADA DE SONHOS''


Quisera Deitar No Teu Corpo Ardente Minha Emoção,


Minha Ternura Num Doce Enlevo Em Pleno Vôo Se Transfigura.


E Penso Nesse Momento Que o Teu Sol Moreno Queima


Meu Corpo Num Ritual Aceso.


O Silêncio Desfruto Num Total Enleio Quando


Me Abraças a Comprimir Meus Seios.


É No Teu Peito Aveludado e Tenso


Enseadas De Poemas e Sonhos

Vibrando Com Rimas ou Sem Rimas

Eu Amo,Eu Colho,Eu Componho.


Nair Oliveira______08/06/88


" IREI TE DESPERTAR"


Me Vestirei De Sonhos Irei te Acordar,Como Antes,


Nas Veredas do Teu Caminho,Extasiada Audaz.


Te Acordarei, Oh! Pastor Estranho.


Como os Ventos de Verão Soprando,


Inconstantes Pelos Céus.


Irei Te Despertar Com Planger de Sinos


Festejos em Ritmos de Harmoniosos Violinos.


Te Chamarei...


Irás Me Ouvir Nessa Noite de Oferendase e Anseios.


Estendo-te as Mãos,Entre Sussurros e Segredos e,


Num Tapete De Veludo e Encantamento,


Direi. Como Te Amo.....


Nair Oliveira______28/05/88


''NÃO SEI ONDE""


Quantas Noites,insone,irei te esperar me pergunto o motivo. Por quê?

Repentinamente vejo a rua escura,de noite orvalhada,negra,misteriosa.

No pensamento surge um reflexo de certeza: O Teu Amor Sem Volta

Muito embora desarrumada minha crença,meu viver,olvidarei promessas,

palavras vãs,engenhosamente tuas, sobraram-me caminhos a percorrer

de céu,de luar,de prazer.

E juraria que,não sei onde,existe alguém a me ESPERAR....


Nair Oliveira___17/08/88



 '' O POTRO''


Você Diante de Mim Parece Um Potro...


Esguio,Fascinante,Forte...


Uma Bela Estátua De Amor...


Imagino-o Correndo Campinas: Me Alucina,


Me Deixa Menina,Maliciosa Mulher.


Os Pelos Macios,o Peito Arfando, Querendo Me Amar.


Desnudando Pensamentos Numa Ânsia Incontida,


Desejando o Plural ;e Criar a Vida...


Esqueço o Pudor Nessa Hora Sem Tempo.
Você é a Coberta do Meu Corpo Desnudo.


Você se Expande,me Abraça,me Confunde.


No Encontro Sinto Suas Mãos De Veludo.


Nair Oliveira____20/10/84

SOBRE NAIR OLIVEIRA

Maria Nair Gonçalves Oliveira, Nasceu (16/12/26..83anos) Goiana Estado de PE.


Além de Poetisa é Pintora em Tela.

No Campo das Letras Participou em 1984 do 1 Concurso de Poesias organizado pelo Clube De Oficias da Polícia Militar de PE; obtendo Menção Honrosa e, do 2 Concurso feito pela mesma Entidade,1985, alcançou o Segundo Lugar,posição que tbm consegui no Concurso Literário do Grêmio Cultural Ruber Van Der Linden,na cidade de Garanhuns no ano de 1988.

Já Foram Editados 3 Litros de Poesias São Eles:
  • ARCO-ÍRIS SUBMERSO
  • CRISTAIS PARTIDOS
  • FUGA E DESENCANTO

 Dentro de Toda Expressividade da Sua Dupla Arte,onde o Sensível é o AMOR, a Poetisa Exprime,sem Segredos as Suas angústias que se entremeiam a alegria,como é comum aos que AMAM.


 Nair Oliveira é,ela mesma, um POEMA VIVO.



OBRIGADO NAIR

PERCEBO SOB O VÉU

PERCEBO SOB O VÉU

percebo as várias músicas de amor

as diferenças de um mundo

a força da nova ótica

a dieta do comportamento

o calor da pulsação alterada

o corpo de beleza rósea

percebo a jóia de oxum

percebo meus sonhos transmutando-se

em formas para tocar seu jeito

como o vinho que deixa a taça

pelos trilhos dos lábios

percebo a dúvida do assumir

percebo a dificuldade de amar

nem sempre poder estar

percebo o calor sem completar o movimento

triste sem saber explicar.

diz o trovador:/

—” sem alegria é vão amar”

percebo as dialéticas do amor

percebo ser outro, não sei qual

percebo passos mudanças

percebo a ruína do medo

percebo querer aquilo que se quer

percebo que desejo aquela que me têm.

 
SÉRGIO CUMINO

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

AS CURVAS DA SERRA PELAS CURVAS DA BELA


AS CURVAS DA SERRA PELAS CURVAS DA BELA


Caminhos ao rumo as águas da grande mãe


Estradas sinuosas com formas de mulher


Altas provocando a surdez pela pressão


Zunidos no ouvido também pelo tesão


Menina insinuante cujo olhar revela que quer






É quereres que adentrem a mata sedutora


Que envolve e encontram um caminho


Deixando-os penetrar em seus túneis


Copular seu ventre sem sonhos volúveis


Passageiros, o banco traseiro torna ninho






Suspiramos sobre seu Mirante sonhos etéreo


Que pulsava,sua volúpia a um palmo de mim,


Cortando a mata, ela esta úmida desejada por mim


Pulsando forte ela esta nua dentro de mim


A caminho do mar, dos sonhos, no túnel da serra






Dentro entram à vulva da serra do nosso mar


E quando os faróis acendem iluminando


Mistérios e encantos da mata atlântica


Esta ela com olhar,delícia, malícia romântica


Como Lendas de Deusas e fadas copulando






E o toque de suas mãos como límpidas águas


Desliza pelo corpo, escorrega formando cascatas


Quando os dedos dela formam gotas e nascentes


Vindas, dos suores dos corpos desejos ardentes


Que vibram como Deusas em meninas safadas






Ah mãos doces que sabe da arte de tocar


Ardilosos dedos sob short provocam arrepio


Escorrega como água ao falo, sem um pio


E mãos úmidas de homem pelas matas molhadas


Discretas no banco de traz pra ninguém olhar





Sérgio Cumino

PARQUE DOS PEDROSOS


PARQUE DOS PEDROSOS

Fulguração suplantando

a explosão parda

do rosto roliço

Fula ,

Senhores Pedrosos,

em barrancos e goteiras,

filhos pedrosos em vácuos cefálicos

rondas

cautelosas de trajes cinzas

misantrópicos e pés de barro

incensados pela erva proibida

pelas pedras assassinas

aroma dos becos

que entre os dejetos e os barracos

estão hordas de risos cariados

frustrada ironia ao convencional

sem sensos , bom senso

criticas e horizontes

sem perspectivas, vidas , sexo

é a estética do abandono

como o móvel que suporta o bule,

roupas e peles surradas

pés talhados granjeando dor

olhares no poço, compenetrados

no obscuro limbo


SÉRGIO CUMINO


CIRCUNSTANCIAS URBANAS


CIRCUNSTANCIAS URBANAS

Código de pouco olhar

Lentidão amiga das circunstancias

A massa causadora de enunciado esporádico

O bruto impedindo o prazer

O gás evitando vender

O produto falsificado

A Ilusão e os tempos modernos

Gerando a peste

Rebatendo o olhar seguro

A busca do horizonte

Exaltando

Os medos do mundo

Vômitos dialéticos

Diabos sintéticos

Fascismos fundamentalistas

Sangue, fedor e rugas

Estigma

Da circunstancias históricas

“Aos cumprimentos da era da uniformidade,

a era da solidão, da era do Grande Irmão”

a circunstancia e cada esquina

que esfumaçando a mente

vende-se a morte mesmo sendo menina

a cada beco um cachimbo e um ninho

fora os afogados das enchentes

vielas, facas e giletes

asfixiados do descaso

a chave é a arte, e a ação

e de circunstancia a circunstancia

tornaremos a nos encontrar

onde não há treva

sem pedras, pastores e poses

Sérgio Cumino

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

NO TELHADO ESPERANDO DEUS


NO TELHADO ESPERANDO DEUS

Um beijo assustado,

Que protege da água suja

com medo inundado

nas pequenas almas puras

Jocsã , e sua irmã,

Mãos firmes e corpo molhado

uma ovelha desgarrada

longe de uma vida cidadã

Mitigando a inocência,

de uma mãe , em outra margem

da terra da garoa

menino paulista

Pequeno embebido

na via alagada

procura o pai,

procura chão

procura calma,

acalenta a criança,

É herói, e esperança

nessa arena de lama ,

no alagado geral

sua alma, ama

enquanto anjos não chegam,

Talita segura sua mão

é forte porém assustado

O que sabe do bairro mal traçado?

Sente a força do abandono

Será que é Deus que julga culpado?

Ou divino do pequeno

o faz homem testado

Parece-me mais uma vitima do descaso

Mas aprende a importância do afago

Esta nas linhas da sua mão

O calor que habita

A esperança de irmãos

E a segurança de Talita .


Sérgio Cumino



ATOLEIRO DA EXISTENCIA


ATOLEIRO DA EXISTENCIA



Metamorfose dos homens

Da terra da garoa para

Terra dos alagados

O sonho de contos de fada

Príncipe vira sapo

Todos de mãos atadas

Pesadelo urbano é fato

Empoçada dignidade

Homens tornam ratos

Deixando sua vida

Submersa as águas mescladas

Não importa cor ou idade

Todos mergulhados no encontro

Melancólico da cidade

Das chuvas, esgotos e córregos

Quantas almas foram levadas –

Antonio Ramos deixa saudades

Amigo não se foi sob avalanche

Resistiu a todo o trauma.

A agonia do afogamento

Arqueologia da violência

Surrealismo do congestionamento

As crises da existência

O que encerrou com seu carma

Foi Vírus da urina do peçonhento

Sinto minha alma cansada

Vivemos o caos e a desordem

joga-se crianças na lama

no atoleiro do morro que cai

somos submersos do descaso

Veja se há cabimento

a falta de governança

mesma água que da a vida

supre a nossa sede

e torna nossa saúde amada

elimina-nos de morte matada

Do caos do corpo publico

Das profundezas da incompetência

Emergem os lixos e outros dejetos

Da cidade que não foi projetada

Deixa-nos cegos e sem afetos.


Sérgio Cumino

O CARNAVAL DAS MARCHINHAS


Poema criado como expressão do encanto que senti em passar o carnaval em São Luis de Paraitinga, no ano de 1985, festa que ficou famosa pela originalidade, com marchinhas de carnaval, bloco de rua, como se nos transportasse aos carnavais de outrora, quando o romantismo era vivo, e a folia poesia.

nota do Autor
   
imagem site: http://www.paraitinga.com.br/slparaitinga/Carnaval_2013
O CARNAVAL DAS MARCHINHAS

Carnaval e fantasias
Entreguei-me as quatro noites
E nem sou de folias
dentro, fora, na neblina
em toda graça da cidadezinha
um mundo novo ali havia
De foliões católicos
a beleza das meninas
e pelo profano, os romeiros
cobrem os santos
com alegria rebolando o cetim
com os corpos eufóricos
lançando sorrisos
que chegam a mim
a frente de casarões históricos
que foi caminho de tropeiros
troquei as avenidas dos neuróticos
deixei o porre de óleo diesel
para chegar a cidade amiga
abraços eternos na praça
embaraços, disparates em tiques
Amando São Luiz de Paraitinga
E tudo o mais que me seduz
Derrubo stress de alto nível
Com o brinde ao sabor da cachaça
Da terra de Oswaldo Cruz
couro do batuque e repiques
fervor da meia noite sem couraças
Bonecos gigantes que nos guia
tudo é experiência
nesse laboratório de alegria
democrática e plural
sem deixar de ser singular
uma festa de um jeito especial
repleta de sons e simpatia
berço de alegria e do cantar
não há lugar para carência
minha, de ninguém nem da tia
a tristeza vai passar
assim como Blocos tomando as vias
tudo aconchega como ninho
é o gosto da pureza pelo qual
na melodia das marchinhas
recobro o gosto por amar
as meninas liberando seus demônios
os meus, e pelas praças
vale tudo, nada é imoral,
se não lembradas no dia seguinte
Tendo como palco o lindo patrimônio
Banho-me a alma como uma ducha
Com romantismo e nostalgia
as noites são das bruxas
e desse poeta folião
se o leitor me permite:
“vamos romper estruturas minha gente”
quatro noites, de pura harmonia
envolto de deliciosos mistérios
difícil descrever o que sente
depois?uma longa enxaqueca
na volta a terra da solidão
num horizonte de olhares sérios

SÉRGIO CUMINO


ATENÇÃO: 

NÃO HAVERÁ CARNAVAL ESTE ANO 2010  DEVIDO AO
 DESASTRE DA ENCHENTE SÃO LUIS DO PARAITINGA.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

CANTO DO BLOCO MULHERADA

                                                                    FOTO MONICA KALILE 
CANTO DO BLOCO MULHERADA
Dizem essas mulheres encantadas
“Não querem nada de mais querem ser iguais”
Já decolaram a um espaço da ação
Impossível! Quer queiram ou não, são mais
São mais que os agentes do espolio
São guerreira,cosmo, feiticeiras
Sem vocês elos ancestrais
nós homens não temos opção
Mal sabemos por onde dar o Fólio
Somos toscos que vagam em suas posseiras
São mães da terra, e dona do cais
Não ha reino sem realeza
Até mesmo os Orixás do Olorum
Ilustres, olímpicos e encantados
Declinaram-se a sabedoria de Oxum
Agora fêmeas sabias mulheradas
Através dos ventos de Oya
E no ritmo de suas mãos divinais
Espalhe a eloqüente batucada
Que ser mulher é ser mais
È ser amor, dor e Ya
Viva , criativa e cheias de graça
Detentora dos mistérios profundos
Herdados pela mãe Iemanjá
Usem mãos sabias na praça
Como um grito da força ancestral
Que não se influencia pelo negativo
Porque é mais doce mulherada
Mostrando ao vil patriarcal
Através da magia da batucada
A graça de um mundo justo e vivo
Dêem um Basta a violência e dores
Sua pele não é para ser surrada
Pela boca de seus TAMBORES
SERA O CANTO DO AMOR MULHERADA!




SÉRGIO CUMINO

UMA HOMENAGEM AO O Bloco A Mulherada  QUANDO RESOLVERAM IR AS RUAS E COLOCAR  - TAMBORES PELO FIM DA VIOLÊNCIA -