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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

AFAGADAS ONDAS

AFAGADAS ONDAS
Como corredeiras, me assanha.
Molhado feminino,
Ascende encantado
Que degusta o querer, que te quer.
Catedral, magia da mãe dos rios.
Acaricia com aguas plácidas
A felicidade que o desejo aflora
Na luxúria de pensamentos vertentes
As dezenas, centenas, e tantos mil
Vagueiam  meus sentidos
Espumantes que embriagam o colo
Desperta o sussurro meloso
Na volúpia de sonhos freqüentes
Navega-me em ondas
Doce garboso do melado indecente
Faz-se sol todo meu plexo
Pulsar Instiga o doce do abraço
Na pele deixo meus lábios impresso
Coreografia intima a faço
Calores somados sem teto
E minhas mãos desenha o ardil
Tornando caricia nos seios em bojo
O lingerie escorrega como laço
Amantes, amados, nus margeados.
Faz-me homem amado formoso
Dueto com gemidos do assoalho
Declama improviso sutil
Ao ouvido do amor jurado
Eterno é a vereda do suspiro
O sopro musical do tempo
Onomatopaicos gozos pedintes
Cortez no dialeto do afago
Adere como suores misturados
Na brandura dos lençóis
São as velas do canto canoa
Em plumas ninho dos amados
Em brumas gostos inebriados
Num poema sem breve tema
Somam-se como flores em girassóis
Coral mítico onde somos ouvintes
De melodias a toda  proa
Acordes sobre a pele da fêmea. 
Vale a luz de muitos sóis
SÉRGIO CUMINO

sábado, 28 de janeiro de 2012

QUADRO DE UMA AFRICA MORTA

QUADRO DE UMA AFRICA MORTA

O mundo desigual entala o grito
Deserda o mais simples sorriso
 Soleira obscura do inconsciente coletivo
Geram frequências indigestas
Esfumaça e sufoca o mito
a vergonha do bicho homem
Porque essas almas nem frestas
de esperança hão de ter
A impotência das mãos solidaria
As deixa tão fracas
Faz Deus escapar do crente
esta além da estética da fome
Quanto à criança sem massa
Sem caça
Sem ter o prover
Vive estação eterna do auto luto.
Anseio extenuante é o que lhe resta
Porque a dor já não sente
Expressa no olhar de auto definição
A busca de luz para sombrio vulto
Silencio de mil palavras
Nesse mundo sem existência
Ainda vivas e já enterradas
Pelo esquecimento das castas
Sem a possibilidade de ser
Sob os tapetes emergentes
É a estiagem do fosso
Talvez não seja ético
Reclamar de esperança cheia
Porque além de todas as incoerências
É a Mãe ver secar seu fruto
Sob a fauna e flora do limbo
Longe dos grupos excursionistas
E do avanço cibernético
Faz tremer os punhos do poeta
Num apelo do desespero
Por humanitários ativistas
Que se unam para reversão
Dessas linhas tortas
Que nos fazem absortos
Dessa realidade funesta
Desse quadro de África morta
 Para não mais escrever
Um poema que já nasce morto.

SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ
 
veja o vídeo :
 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PRELUDIO DE UM INTERNAUTA

PRELUDIO DE UM INTERNAUTA
A chegada ao lar pelo caminho da roça
Na lotação da trilha moderna
Congestionadas todas as rotas
Pelas marginais e lamaçais
Poe chinelos nos pés das botas
Abre-se a busca de um pouco de si.
Tira-se a fuligem da inveja fraterna
Seja no banho de folhas ou de pedras
Ou essências da indústria cosmética
Odores temperados com batata frita
Na reserva peculiar da sua caverna
E os sons que misturados de cada interno
E faz de cada qual o inferno do outro sol
E para gerir a solidão do seu oceano
Após o desjejum do exaurir
Embarca no portal das plataformas
Do busca, senha e login.
Baixando suas tribos das selvas
Partindo do caule para outros ramos
 Para conexões além do bem e do mal
De download e paradigmas que delete
Memoria emotiva no chat instantâneo.  
Site de compras e suas reservas
Um êxtase de sua cabeça decimal
E também outros labirintos
Fundindo a descobrir-se
Na busca das verdades
Com o que eu minto.
Esplendor do meu perfeito
Sabendo que encontro
Na dialética com o defeito
Assim descubro valores
E outros que abro mão
Busco o mundo com sede
Derrubo preconceitos
Elevo toda estima
Se me disser pura ilusão
De um romântico, ativista.
E balanço abraçado, na rede.
Direi que quero ser o ilusionista
Que faz da realidade magia intima
 
SÉRGIO CUMINO

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

LACUNAS DO QUERER

LACUNAS DO QUERER
Querer é o maestro do toque
que germina todo o lampejo
um bulir que entusiasma a pele
ardilosa do deu jeito ávido
a suplica que tudo pode
em seus olhos que me vejo
que a seus pedidos tudo sede
misturam -se aos gemidos cálidos
 
Não façamos do tempo finito.
Gozo de ser totalmente intenso
sua nudez um deleite, desejoso
que excita a  vontades  de ser
amalgama rebenta  o vinco
penetrado a mulher que penso
tornando-me seu homem garboso
faz-se do sonho, gozo para crer

E a suavidade que roga carinho
assim tornamos amantes ardis
cheiro de desejos tropicais
faz do meu existir deleite
somos emoção, e caminho
ampliado no seu jeito que me diz
meus braços é o seu cais
boca que trilha sua doce  mente

Para pulsar deusa do meu destino
que batucam  pela vida sob luau
toques que nos fazem caricia 
objeto que esta no encontrar
e o percurso vivencia o que atino
que em  ti revela sensual
ardorosos, quentes malicia
desejo que a faz revelar

A flor e lábios ardidos
que  excita com suas rimas
no ser exalta suas formas.
e salta ao meu colo pedinte
escorre, seu mel atrevido
  Espalham-se como prisma
o palco do meu intimo a torna
a cintura que  baila com requinte


A sutileza da mexida gostosa
seu gemido faz-se musica
salta os aromas que encanta
uma dança  que cobiça
o olhar amado, a dama fogosa
e toda  a sua  graça única
mulher apaixona e abranda,
o banho da  amada atiça
   
Sua pele eloquente diz
ofegante que faz crescer.
Como  desejo entrelaçado
que transborda vibrante
no reinado de sua flor de lis
em suas lacunas de querer
conduzida em afagos
corpo do poeta andante
SÉRGIO CUMINO

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

DIANA POESIA DA RAÇA

DIANA POESIA DA RAÇA
Que sorriso é esse?
Cuja hortelã é seu sabor
Que se abre a toda orla
Belo como a espuma da praia
Da magia de Salvador
Que olhar é esse?
Que brilha a toda Raia
Que conforta a alma
É o carisma da sábia
A criança que lhe confiam
 
Que carinho é esse?
Onde a ânsia não padece
O calor vem da palma
Escrito esta sua prece
Ao mundo a toda prova
 
Que Deusa é essa?
Cujo mito esta na Caça
Procura no mundo o justo
Agua doce sua graça
Sagrado esta no seu busto
 
Que magia é essa?
Divindade de Osun
Que a poesia enriquece
Também pudera
Mulher essência de olorum
 
Que negra é essa?
Que orgulha uma raça
Eleva a estima e a memoria
Faz o Axé em sua palavra
Humana e solidária
 
Que menina é essa?
Caminha a vida nova
Ficar próximo enriquece
Flertada de com toda prosa
Pelo encanto da Diana Costa
 
SÉRGIO CUMINO
 DIANA COSTA uma mulher de AXÉ!Quem conhece essa preta linda, não deixará de  deixar seu comentário, e quem não conhece acesse o BLOG:  http://wwwdianacostaeduhistoria.blogspot.com/

domingo, 22 de janeiro de 2012

NADA É POR ACASO


NADA É POR ACASO
Nem despertar do desejo que julga proibido,
Essa dialética do vou e fico.
Do quero ou me gelo
Para que o inferno vire outro
 E o pretexto à condição
Para amordaçar o impulso interno
Por que os fins dos nossos pedidos
Exige uns meios, bem durados.
Desejo versos obstáculos,
Numa ação de conflitos vividos.
É a paixão pondo em teste
Verdades e anseios dourados.
E toda mascara que te veste
O acaso movimenta o espirito
Também deixa escorrer pelos vãos
O rio da vida desenhada nas mãos
Para não avaliar fraca a carne que vence
Abre a chama da fênix
E o que resta queimar ou acender
Encontrará no bosque da trilha temida
Que seus instintos apontam
E sermos guiados pela força do querer
Mesmo confrontados pelo ardil do medo
Para sermos realistas que não realizam
Num compasso que o coro canta
E florescer o moralista desde cedo
Quando desperta a explosão
O etéreo aponta escola da vida
Assumir o diverso é enfrentar o alarme
A dor da ruptura do valor de outrora
E vivencia que nos transforma
Nada simplesmente acaba.
Se “Deus é o todo, Deus é o Nada”.
E nós imagem e semelhança
Essa paridade leva mundo a fora
E vivermos a pureza da criança
E suas descobertas de cada passo
Porque não somos donos do tempo
Para ser cada Cabeça seu destino.
Somente Interagindo
 Com sinais do acaso.
SÉRGIO CUMINO - POETA DE AYRÁ

sábado, 21 de janeiro de 2012

JANELA PARA MINHA ALMA

JANELA PARA MINHA ALMA
Sinto que quando fico feliz
Torno-me belo,
E sua presença responsável
Por essa emoção mutante
E novo homem que me revelo
Com apreço profundo e afável
Desejo que leva avante.
Seu olhar brilha na janela
Um frio moleque que me toma
É alento a dança das almas
E as essências lançadas ao elo
Sinuosidade de seu colo
Ilumina-me como lanternas
E a saudade são caças eretas
Para que aquele sonho chegue logo
Como mítica musica de sua fauna
Porque meus poros tupiniquins
Estão totalmente acesos ao rito
Brotando suores derretidos pelo seu riso
Nada em mim torna preciso
É a abundancia de um tesão prolixo
É o encanto que semeia o que preciso
Um fecundo mergulho de suspiro infinito
Navega como calor do holístico
Quando você monta estada em mim
E imortaliza em deliradas linhas
Como a mãe terra esta para o ar que respiro
Sua graça feminina
Cria-me rubor e poesia
SÉRGIO CUMINO

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ENSAIO DE GARAGEM

ENSAIO DE GARAGEM
Saborear palavras, degustar quereres,
num propósito de busca plena de ser,
amado e amante.
As frases delineiam delírios,
como movimento allegro,
construímos nossa passagem
partitura de mil prazeres
e a vontade pura de viver
pulsa sonhos sob pele vibrante
sendo vitória a que pelejo
para sussurrar bem de perto
dedilho melodias em sua garagem
sua musica em meus sentidos
e o toque tântrico passa ter
que seus calores clamem avante
a pele macia que tanto cortejo
e a mão quente traduz o verso
sob a sombra da intimidade
cantado pelos seus gemidos
que faz-se úmida para eu saber
sendo musica que eu acalante
sonoplastia daquele beijo
antecipando o que te peço
concha para falar ao ouvido
sopro suave e moderato
que os anseios para beber
faz de mim operante
declamar de todo jeito
que vou amá-la frente e verso
deixando seu corpo tremido
na loucura de todo querer
dialoga com meu tato
ressoa dentro do seu ventre
e também em outros tantos
para sorver seu mel da fonte
misturando o cio com meigo
com um tesão inquieto
e sermos loucos assumidos
que vibram no horizonte
desejo que brota da mente
a fêmea cheia de dengo
assim mimarei seus encantos
SÉRGIO CUMINO

domingo, 15 de janeiro de 2012

O DIA DO POETA

O DIA DO POETA
E o dia de ser louco e cantar
Como um poeta provençal
E a poesia ser o sublime relato
E nem tentem nos censurar
É dia de ser criativo marginal
Sem entraves do corpo calado

   Parir das facetas do amar
Sem medos, culpas e túmulos
Audácia de sobreviver à dor
Jamais terá o mesmo andar
Esvaziamento de todo cúmulo
E liberdade poética do autor

Vai do grito que forma a ode
A mil duvidas e reticências
E a saliva um novo sabor
Desobediência civil Explode
Onde se depara com abismo
Despido de suas aparências

Caminha com passos incertos
Concilia com seu próprio cinismo
Já não tem as mesmas decências
E revela sonhos secretos
Com a estética do Estrabismo
Escreve certo com rimas tortas

SÉRGIO CUMINO