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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

AMOR DE LEBARA



AMOR DE LEBARA


Caminhava como se vagasse
E não esperasse a chegada
A revelia dos propósitos
Enquanto ouvia atentamente
Os conselhos do silencio
Abrem-se as possibilidades
Do imprevisto na ramificação
Das sinuosas Veredas
E as sombras que o medo cria
Êxtase aos calafrios
Passos firme nas avarias
As poças noticiam
A dor que a rua sente
Ser madrugada do clímax
O noturno emudecer e o tempo
que cadenciam o suspense
O andar brisado alenta ímpeto
Há a frente da cortina de gotas
onde o chuvisco não chegou
Aponta um encanto de moça
que louva a água anverso
que a tem como sagrada
tão quão a terra que pisa
saudada pela alcateia
Em uivos uníssonos
Meu suspiro me alertou
Fixar atenção à chamada
Assim tudo tornou,
Como sonho de cinema
Com a fotografia em foco
 Deu significado a névoa
Avisto o vestido esvoaçado
Com todo calor do vermelho
Altivez de um mito contado
 Barra-vento, sinto encostar
com toda corte, Bara,
 Feitiço da noite
Não perde por nada
Dama aromatiza a viela
Sua elegância ereta
A revela sensual e sábia
Postada ao centro da interseção
Leque regido pelas suas mãos
As brumas dançam como seda
Agraciada pelo sopro
Que sussurra ao ouvido
Nevoeiro brilha com a lua
Que brotou por fendas
Que a nuvem deixou
Magia incidiu como guia
A beleza de seu colo
Ornado por pingentes
De pedras e dourados
A luz dos fundamentos
Saldei-a e sua legião
Boa noite para quem é de:
- Boa Noite!
Com júbilo exuberante
Que faz a aurora sorrir
Resgata alegria de outrora
A sedução de sua soberba
na tonalidade da certeza
Diz-me a campear felicidade
Com cigarrilha entre os dedos
Mas algo em troca você dará.
Curioso: - qual a paga?
Alonga o braço com leveza
Como se fosse dar a bênção
Projeta o tabaco de cereja
Com finura responde: Seu Fogo!

SERGIO CUMINO – POETA DE AYRA

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