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quinta-feira, 2 de março de 2017

O OCEANO EM SI




 O OCEANO EM SI


Oh menina de Iemanjá
Para descobrir Alteza
Que sua Deusa precisa
Perde-se na deriva
manejo das marolas
Seja qual destino for
olhos  não  enxergará
não consegue pensar
E de forma divina
essa rainha do mar
a leva naufragar
Como diz o poeta:
“Navegar é preciso
viver não é preciso”
no mais profundo
e turbulento descrédito
que a levará a encontrar
seu verdadeiro credo
Ambiguidade encaminha
Com maestria a causa
Nesse divino leito
de ondas espumantes
engolira águas do efeito
mergulho da emoção,
Desconforto é a porta
de saída do paradigma
da zona de conforto
das mais difíceis
que possa se resgatar
Freud não pode alcançar
Resiliência fura o casco
E lá no mais fundo
Do incrível mundo
Desenha-se a existência
Na tela do seu vasto
Nesse amplo providente
Oceano escuro
Ilumina-se com vácuo
Das probabilidades incertas
Supremacia do caos
Em sua beleza pura
Encontra a perdida fé
No santuário do Orí
Saudada com Odoyá
A fortalece na duvida
E não mais precisará
Encaixar-se na toga
Moral do vizinho
Aprenderá a Nadar
Assim como amar
Com a arte das maresias
escritas no fundo
de seu divino mar
Hora de viajar
nos desejos da vida
Recolha as ancoras
Acenda suas velas
que Oyá vai soprar
Fundamentos emergirão
Ogum dará caminho
Que sua barca é de Obará

SERGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ
Poema dedicado às filhas e devotos de Iemanjá. Em especial minhas amadas irmãs de esteira, Lílian Pinheiro e Cristiane Quintana.

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