Na imensidão da noite
Sussurra uma brisa falada
- olha que linda minha filha
Sente as ondas cantadas
Sopro doce suplantava a razão
Correnteza de fala mansa
Em frente a nevoa formava
Dourada como mel
Sob a magia da lua
Em ondas que subverte o tempo
sorria da aproximação da barca
Com reflexos de luz dourada
Como a candura mulher amada
arte de estar à deriva
O medo se calava
O navegar preciso
se perde na imprecisão magica
os instintos, bailam nas correntes
De marolas brandas
Quando a emoção vira cachoeira,
os sentidos aguçados.
Assim como prece de pescador
O signo do amor bastava
Na nevoa silhueta apontava
as águas faceiras deslizam
pelas pedras de xangô
Rochas amolecem com abraço
e o balé de seus arquétipos
Quando a dúvida inegável,
Visão era magia ou inspiração
constatação do afago,
O pescador vivencia poesia
Esparramadas pelas margens
Era melodia aos enamorados
Ali surgia Deusa do amor
Lança a rede a pescar respostas
Pela neblina se apaixonava
Madrugada acolhe admirador
Essência que lhe abarca
estrelas testemunhas secular,
A mágica paixão do pescador.
SÉRGIO CUMINO – O POETA DE AYRÁ
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