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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

MÃOS PEREGRINAS

MÃOS PEREGRINAS


Os dedos foram passear

Pelas veredas da virilha

Depois das cambalhotas

Apreciar a área ribeirinha

Há calor entre as gramas

Aquece o dedilhado solo

Quando patina por superfícies

Lisas e macias

Graça das sinuosas coxas

Brincadeira de criança

Anseio de menina

Que escorre pelo seu colo

Para descansar a palma

Dando-se quente

No mirante das ancas

Sobre proscênio das pernas,

Curvas e entradas

Do seu encanto

Os dedos se declararam

Foram arautos e intensos

Revelaram os segredos

Da linha do amor

Linha da vida

De viver o destino

Assinado com mágicos toques

Amor, dedo e vinho.

Unhas como bico da pena

As digitais como xilogravuras

Impressas a cada centímetro

Os pelos são testemunhas oculares

Levantaram e assistiram em pé

Nas trilhas da sensual figura

A marcha da pegada

Do toque e malicia

Na arte de ser doçura

E ondulações em frêmito

Desejo sobe a eclusa

Chega a secar os lábios

Ao mesmo tempo

Que as aguas minam

É o lábio que me quer

Com a vontade que me pede

E todo restante tremulo

Fez até o suspiro sorrir

Eleva o encanto de mulher

E o coração bate em cada lugar

Percussão sobe o percurso

O que te parecia carinho

O choque de elétrons

É o calor que congela,

E seu plexo, num calafrio extasiado.

E aconchegado com calor

Prenuncio do tesão aclamado

Sobre a tutela da arte do tato

E o amor do afago

Que lhe toma por inteira

Será sempre fênix que

Quando a toco se incendeia

Sedenta, nasce um novo.

SÉRGIO CUMINO

4 comentários:

  1. Querido poeta, nestes versos saboreio a exatidão de como é ser amada, com a sensibilidade que lhe é peculiar quando se trata da alma feminina, como traduz os anseios da amada. Mais uma vez merece meus sinceros PARABÉNS, são bem poucos que sabem apreciar de tal forma.

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  2. Nossa, veridicamente real. Me vi e senti todo o carinho, o tesão e o sangue em ebulição. As veias pareciam saltar de felicidade e sensibilidade. Maravilhoso, sempre, sempre e sempre...

    Regina.

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  3. As mãos mapeando o corpo que clama, roga e pede sempre mais...

    Impossível não estar encantada lendo tantas sabedoria e beleza num ato que pede muito mais da vida.

    Sigo o blog com prazer!

    Abraços

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