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terça-feira, 16 de julho de 2013

MAGIA BRANDA DE OXALÁ

MAGIA BRANDA DE OXALÁ
Vive nas extremidades do cromo
Alma do arco-íris transita
De ponta a ponta
Aiyê ao Olorum
Que Osúmarê leva em seu bornal
Protegendo seu mistério
É o enigma do que somos
Essa ausência paradoxal
É nosso peso que levita
De onda a onda
O movimento sem movimento
É a sinfonia a qual emudeço
É o sopro do tangível
Que leva a carruagem ao etéreo
Com estandarte bandeira fleuma
É a soma de todas as cores
Expressas na arte de sua ausência
Principio e o fim
Vislumbre do conceito que jaz
De todo encanto manifesto
Ligação do visível ao invisível,
Todo dia é dia de branco
Alternado pelo pigmento da vida
E as cores que se reveste
Sob a luz do astro
Do pensamento diurno
Que nasce e morre
Limite da linha do horizonte
E sua progressão infinita
Dimensão de leste a oeste
Sua Brandura é o rastro
A candura da fêmea lunar
Esvazia a consciência
Na quietude da madrugada
Que se prepara seu ventre
Da graça da noite calada
No dialeto do Divino
Anfitriã do branco leste
De luminosidade intensa
E sua benção da alvorada
Reencontra o brando imo
Da presença e ausência
Do vácuo da lua e o sol
E sua brandura côncava
Ambas as faces do sagrado
Branco é orador do silencio
Das suas possibilidades vivas
Entrega-se ao oeste brumas
Surgem pela boca da noite
Que celebra a morte nobre
Encanto do crepúsculo
Renascem estrelas luminosas
Infinitas formam leite celeste
Dando todo sentido a minha prece
 
SÉRGIO CUMINO – POETA DE AYRÁ

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