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quinta-feira, 26 de maio de 2016

ILHA OPRIMIDA





ILHA OPRIMIDA

 A linha do horizonte
Onde o sol se põe
Olhar se perde
Não pela imensidão
da mente e as ilusões
Sim nos devaneios
Da neblina incerta
Assim perde-se o sol
E a possibilidade do sonho
Ou o que se imagina ser
Entre, cá e o astro.
Há névoa de fuligem
Do descaso imoral
Até o espetáculo poente
Ocorre na suposição
Porque tudo escurece
Na fusão da noite e o medo
Vem o receio do açoite
E o dia renasce
Junto com desesperança
Que a cada ciclo embrutece
Por conta do abismo
De um simples degrau
Tornando-o um ser
 Oculto, inculto um vulto.
E as rodas já não guiam
Nem pulam brejos
da suntuosa hipocrisia
Numa cegueira desigual
Paralisia chegou à alma
Travestida de culpa
Mortalha dos sentidos
A estima ancora na costa
E se posta de costas
E naquela praia
Na luta pela mobilidade
Ativista lhe atiça
-Grite pelos seus direitos-
E as Libras emudecem
Até para gestos obscenos
 E sem coragem padece
Na luta contra si mesmo
SÉRGIO CUMINO – PCD – Poesia Com Deficiência

2 comentários:

  1. Elizabete Nascimento26 de maio de 2016 às 07:26

    Estamos a margem da sociedade, onde esta não nos enxerga ou fingi não nos ver por comodidade em assumir sua responsabilidade com as pessoas com deficiência. Oprimidos por barreiras de todas as espécies e por onde vamos. Lutar a cada dia por nossos ideais é o que nos resta sem esmorecer. Sábio é aquele que tem sua percepção, agradeço.

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  2. Nossa me imaginei agora, lendo este poema, pois é exatamente como me sinto as vezes....Parabéns.

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