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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

A ARTE DANTESCA DO ZÉ NINGUÉM

A ARTE DANTESCA DO ZÉ NINGUÉM

Desiludida mulher de bem
Seu esplendor de tanta grandeza
No exercício de sua nobreza
Torna um calvário
Gerir tudo que tem
Rica vida perrengue
De burras cheias
Que impede que veja
Arte dantesca do Zé ninguém

Esse sintoma desigual
Vem adoecendo a pobreza
Insustentável peleja
Angustia esquizofrênica
Potencializa a impotência
Do destino desgovernado
Seguindo ladeira abaixo
Tira-lhe a firmeza
De mensurar o que convém

Na cabeça da mulher de bem
Sua ilusão de princesa
impedida que veja
além de seu jornal diário
impresso o que convém
mantém silueta perene
trançando suas teias
as custas do Zé ninguém

e todo distúrbio mental
provocado sem agudeza
sem nada para por a mesa
manipulação sistêmica
tolhendo a divergência
para reger a vida de gado
falência dos afetados  
tende a prover tristeza
àqueles  sem nenhum vintém   

Com fé a mulher de bem
a palavra tem destreza
manuseia com sutileza
a justiça do ordinário
 a finalidade da vantagem
consagrada em seu gene
onde a vontade permeia
como inferno do Zé ninguém

SÉRGIO CUMINO – OBSERVATÓRIO 803

Um comentário:

  1. Li e reli, porém, não encontrei palavras que pudessem expressar a profundidade desse poema...
    É muito real...
    Parabéns por conseguir tocar o âmago dos sentimentos !!!

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